Palavras de Vida Eterna


quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Ofertas Daí e dar-se-vos-á!, Watchman Nee

A forma do crente ofertar é totalmente diferente da forma do não crente. O crente dá; o não crente acumula. Os pássaros não passam fome e os lírios do campo vestem lindas roupas. Se houver necessidade, deve haver um vazamento em algum lugar. Vejamos onde ele se encontra.

O Princípio Cristão
“Dai e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.” Lc 6:38. Como crentes, esperamos em Deus todo o nosso suprimento, mesmo os que são ricos. Paulo nos exorta a não colocarmos nossa esperança na incerteza das riquezas (I Tim. 6: 7-10 e 17-19). Só os que confiam no Senhor, mesmo não tendo economias, não passarão falta. Mas existe uma condição para experimentar isso. Aquele que chega ao ponto de privação, não administrou seu dinheiro de acordo com o princípio de Deus. Se seguirmos a lei do gastar, naturalmente cairemos na pobreza. Deus pode nos suprir ricamente; nunca pense que Ele é pobre. Tudo no mundo é dEle. Mas precisamos preencher esta condição “dai e dar-se-vos-á!”.

O Receber é Medido pelo Dar 
Tenho visto irmãos em crises financeiras e a dificuldade não está no ganhar pouco e sim no dar pouco. Aquele que pensa em si é pobre; o que dá é rico. Para evitarmos a pobreza precisamos dar! Quanto mais dermos, mais Deus vai nos dar (é bom lembrar que não se trata de barganha com Deus! Sou movido a dar, mesmo que não receba de volta o que dei). Devemos dar porque sabemos que temos bastante na poupança? De modo nenhum! Deus nos tratará da mesma forma que tratamos nossos irmãos. Se dermos tudo a eles, eles nos darão tudo! Se ganhamos pouco é porque ofertamos pouco! O ensino da Palavra é: “Dai e dar-se-vos-á !” Dê e o Senhor dará a você; se não dermos aos outros, Deus não terá obrigação de nos dar. Muitos têm fé para pedir dinheiro a Deus, mas não tem fé para dar ofertas aos outros. Os novos crentes devem aprender essa lição logo. Aprendam isso: vocês devem dar da forma como gostariam de receber! Na verdade Deus Se compromete a suprir apenas um tipo de pessoa: as que estão dispostas a dar. Os termos em Lucas 6:38 são maravilhosos: boa medida. Quando Deus dá, ele nunca faz cálculos. Ele dá abundantemente! Seu cálice transborda: boa medida, recalcada, sacudida, transbordante! Não esqueça: “com a medida com que medirdes vos medirão a vós.”

A História do Dr. Moule 
Handley C. G. Moule da Inglaterra foi o editor da revista Vida e Fé. Conhecia muito bem a Bíblia e vivia pela Fé. Foi provado muitas vezes mas conhecia Lucas 6:38. Sempre que havia falta de algo, ele dizia à esposa que havia algo errado com eles na questão do dar. Nunca considerava o quanto haviam dado, mas apenas onde podiam estar errando no deixar de dar. Uma vez ficaram reduzidos a quase nada. A farinha acabou de todo.Esperou dois dias e nada chegou. Ele e a esposa começaram a procurar o que estava sobrando na casa, que impedia o Senhor de dar mais. Descobriram que tinham manteiga além do necessário. Já eram idosos nesta época. Cortaram a manteiga em pedacinhos e enviaram aos irmãos mais pobres. Ajoelharam e disseram: “Senhor, queremos apenas lembrar ao Senhor as Tuas palavras: “dai e dar-se-vos-á”. Entre os que receberam a manteiga havia uma irmã idosa que comia pão há vários dias sem manteiga. Ele havia orado: “Senhor, envia-me um pouco de manteiga” e logo depois o sr. Moule levou a manteiga a ela, sem saber da sua oração. Ao orar ela disse: “Embora nosso irmão não tenha falta de nada, pois me trouxe essa manteiga, se houver alguma necessidade, dê a ele, Senhor”. O irmão Moule não deixava ninguém conhecer sua necessidade e muitos imaginavam que ele era um homem rico, pois estava sempre ofertando aos outros! Mas a irmã orou por ele e dentro de duas horas ele recebeu duas sacolas com farinha.

A História de Watchman Nee
“Vou falar a minha primeira experiência. Foi em 1923 (20 anos de idade). Fui convidado para pregar o evangelho em uma cidade, distante 180km de onde eu morava. A viagem ficava em 70 ou 80 dólares de barco. Pedi direitinho ao Senhor e ele começou a chegar: 20 dólares e cento e poucos daimes. Era um terço da passagem mas resolvi viajar assim mesmo. Na quinta-feira de manhã, um dia antes da viagem, fui impressionado pelas palavras “dai e dar-se-vos-á”. Fiquei um pouco conturbado em meu coração por causa da viagem. Mas a impressão ficou mais forte e senti que devia dar os 20 dólares e guardar os centavos. A quem devo dar? Orei e saí esperando encontrar um irmão que tinha família e tinha necessidades. De repente estava diante dele e lhe entreguei o dinheiro dizendo: “Irmão, o Senhor quer que eu lhe dê esta quantia.” Depois de andar alguns metros as lágrimas rolaram dos meus olhos. Eu disse: “Senhor, já avisei que iria pregar. O que farei agora?”. Chegou a vez do Senhor suprir. Fui pegar o barco e saí pela primeira vez da minha cidade. Orei até adormecer no barco. No mesmo dia mudei de barco e andei de um lado para outro, pensando que isso podia ajudar o Senhor. Mas meu coração dizia que se dei, o senhor me daria! O barco chegaria em Sueicou às 5 da tarde e teria que fazer a última parte da viagem que era mais cara. Tinha apenas uns 70 daimes de resto. Pensei em voltar, mas dentro de mim uma voz dizia: “Por que você não pede uma viagem menos cara?” Fiz isso. Ao aproximar do barco o responsável me perguntou se eu ia para determinada cidade. Respondi que sim. Ele disse que me levaria por 70 daimes. Eu tinha 80! A viagem já havia sido paga aquele homem pelo governo local e o meu pagamento seria ganho extra!

Chegou a hora de voltar. Três dias antes da viagem um missionário me convidou para almoçar e me disse que gostaria de pagar minha viagem de volta. Eu respondi que já tinha Um responsável por mim. Ele me pediu desculpas. Quando voltei ao meu quarto me lamentei pelo que havia feito, mas tinha descanso no coração. No dia da viagem só tinha 2 daimes no bolso. Minha bagagem foi enviada para o barco e eu orava o tempo todo: “Senhor, Tu me trouxeste; És responsável por mim”. A meio caminho do barco o missionário amigo me enviou uma carta dizendo: “Sei que alguém responsabiliza-se por você, mas Deus me mostrou que eu devia participar da sua visita aqui. Permita que seu irmão possa ter uma pequena parte?” Agradeci ao Senhor e além de pagar a viagem de volta, ainda deu para imprimir um número da revista Reavivamento. Chegando em casa encontrei com a esposa do irmão a quem dera o dinheiro. Ela disse: ‘Irmão, estávamos orando há três dias porque não tínhamos nem alimento nem combustível.\' Não disse nada a ela sobre minha viagem, mas fiquei pensando comigo mesmo: ‘Se tivesse guardado os 20 dólares, teriam ficado inúteis; mas ao dá-los, quão úteis se tornaram.\' Aquele que dá é que recebe!

A forma do cristão administrar suas finanças não é segurando firmemente o dinheiro em suas mãos. Quanto mais seguramos, mais fatal ele se torna. Tal dinheiro será inútil; derreterá como gelo. Somente dando é que o dinheiro é aumentado. Segurar o dinheiro produz pobreza.

Semeando para Deus
“E isto afirmo: Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura, com abundância também ceifará” (II Co. 9:6). Isso se relaciona com as finanças do cristão. Não se trata de jogar fora e sim de semear. Como podemos colher se não semeamos? Muitas orações por suprimento não são ouvidas porque somos duros e queremos colher onde não semeamos! Semeia para seus irmãos e irmãos em dificuldade! Paulo está falando de enviar dinheiro para os irmãos pobres em Jerusalém. Muitos comem tudo o que ganham. Semeia um pouco e no próximo ano você terá o dobro.

Entregando ao Senhor
A palavra de Deus é muito clara no Antigo Testamento: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro... e fazei prova de mim, diz o Senhor ” (Ml 3:10). O povo de Israel estava em grande pobreza nessa ocasião porque não deram ao Senhor. Se com 100 reais já é difícil, como será com 80? Esse é o raciocínio humano; mas “para os homens isso é impossível, mas com Deus tudo é possível ” ( Mt 19:26). O motivo da pobreza é os 100 reais e não os 80. Se entregamos a Deus, entramos na benção.

Espalhando para Deus
“Um dá liberalmente e se torna mais rico; outro retém mais do que é justo e se empobrece” (Pv 11:24) Muitos não espalham e por isso nada sobra. Mas os que espalham se tornam ricos diante de Deus.

Gastando para Deus 
Quando Elias orou pedindo chuva, a nação estava sofrendo grande seca. Mas quando Elias ofereceu um sacrifício e pediu chuva, ele ordenou que derramassem água sobre o holocausto. A água era preciosa, mas Elias fez com que derramassem três vezes sobre o sacrifício, até a vala ao redor do altar ficar cheia de água. Não havia chovido ainda; não era um desperdício? Mas Deus enviou a chuva. Você quer a chuva do céu? Então derrame sua água primeiro.

Eis o problema de muitos: o apego ao que possuem. Depois querem que Deus os ouça. Sempre reservam um pouco para o caso de Deus não responder. Não, devemos gastar o que temos. Isso se aplica ao dinheiro. Os novos crentes (e os mais antigos) devem aprender a se livrar do poder de Mamom. Coloquemos tudo no altar.

O Suprimento de Deus
“E o meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as Suas riquezas em glória em Cristo Jesus” (Fl 4:19). Os de Corinto eram limitados no dar, mas os Filipenses eram generosos. Uma e outra vez eles supriram o Apóstolo Paulo; agora Paulo diz que Deus vai supri-los ricamente. Muitos tentam aplicar este versículo mas esquecem que Deus supre os doadores e não os que apenas pedem! Quando sua panela estiver quase vazia e a botija faltando azeite, lembre-se de fazer um bolo para Elias, o profeta de Deus. Aí o seu pouco durará três anos e seis meses. Quem já ouviu falar de tal coisa? Isso não dá para uma refeição, mas se for dado a Deus primeiro, sua vida poderá ser sustentada por esse pouco.


A PRÁTICA CRISTÃ É DAR 
O Antigo e o Novo Testamento enfatizam a mesma coisa. Existe pobreza em nosso meio? A razão pode ser o apego ao que temos. Quanto mais nos amamos, mais fome teremos. Se a questão do dinheiro não for resolvida, nada será resolvido. Qualquer que considera o dinheiro como algo grande, está próximo da pobreza. Posso não ter condições de testemunhar de outras coisas, mas dessa eu posso: quanto mais seguramos o dinheiro, mais pobres nos tornamos. Vamos soltar o dinheiro, permitindo que ele realize milagres para Deus.

O gado nas montanhas e as ovelhas nos campos, pertencem a Deus. Quem é tolo em pensar que pode ser dono disso? Que o dinheiro da igreja seja vivo. Coloquemo-nos na Palavra de Deus, senão ele não terá como realizar Sua Palavra em nós. Vamos nos dar primeiro ao Senhor e depois soltar nosso dinheiro para que Ele possa nos dar.

SETE FORMAS DE DAR 
1. Descuidada: Damos para toda causa, sem discriminação
2. Impulsiva: Damos sem meditação
3. Preguiçosa: Fazemos bazares, etc
4. Egocêntrica: Tocando trombeta
5. Sistemática: Dando como hábito
6. Imparcial: Dando a quem precisa e a quem Deus indicar
7. Sacrificial: Dando do necessário

Autor: Watchman Nee
Traduzido por Delcio Meireles
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2º 19125, 05122018

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

A Graça de Deus, Revista Palavra Profética

A Graça de Deus termina onde começa o merecimento do homem. Se a Vida Eterna é dada “de graça” então “não é das obras”, senão “a graça já não é graça” (Rm 11:6). A maior tolice que um homem pode cometer é tentar edificar sua casa sobre a areia das ações. Está escrito que “ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (I Co 3:11). Infelizmente há muitos que andam no “caminho de Caim” (Jd 11) e buscam aproximar-se de Deus na base dos seus próprios méritos, desprezando completamente o sangue da expiação (Hb 9:22).

É possível alcançar a Justiça por meio da Lei? Então Cristo morreu em vão! Pode um homem ser Justificado pela Lei? Isto seria o mesmo que estar divorciado da Graça! Deus exige boas obras do homem a fim de que ele seja redimido? Então a Graça já não é mais Graça! A salvação pela Graça por meio da Fé deixa o salvar nas mãos de Cristo. A salvação pelas Obras faz do homem o seu próprio salvador levando-o a reclamar a salvação como Recompensa na base da Dívida e não na base da Graça.

A Graça descansa na expiação de Cristo aceitando-a como eternamente suficiente e por essa razão pode cantar: “Portanto, (Cristo) pode salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus” (Hb 7:25). As Obras negam a exclusiva eficácia de Cristo crucificado para salvar, a suprema eficácia do Cristo vivo para guardar e a sublime eficiência de Cristo que há de vir para glorificar. A Graça reconhece a salvação como algo seguro e firme. Sua declaração é: “Jamais perecerão e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo 10:28). As Obras, entretanto, tomam a salvação como algo inseguro e instável. Por isso, seu gemido é: “Corremos sempre o risco de perecer, porque somos nós quem seguramos o Pai com nossas mãos.”

A graça considera as melhores roupas de justiça do homem como “trapo de imundícia” e suas obras não regeneradas como lixo. A Graça exalta a Dádiva de Deus e considera a salvação como sendo de tão inestimável valor a ponto de só poder ser adquirida pelo infinito preço do Calvário. Por essa razão a Graça alegremente declara: “E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos” (At 4:12)!


A Segurança do Salvo O crente salvo e conservado salvo pela Graça há de cantar com regozijo o hino de Fanny Crosby: “E eu O verei face a face e contarei a estória salvo pela graça.” Porém, os que acreditam que somos salvos pela Graça e conservados salvos pelas Obras, provavelmente se verão forçados a cantar assim o hino acima mencionado: “E eu O verei face a face, e contarei a estória salvo pela Graça e também por meu sacrifico.”

Se um pecador não é salvo pelas Obras, como poderá um santo ser mantido salvo pelas Obras? A voz do Calvário é: “Está consumado”! Os pecadores não são salvos pelas Obras da Lei. Os santos também não são preservados pelas Obras da Lei. O pecador entra no Caminho pela Graça e é mantido nele também pela Graça.

Muitos crentes pensam que a salvação apenas suspende o pecador e o deixa pendurado sobre a enorme cratera do inferno. Porém, quem o mantém suspenso são as Obras e não “o poder de Deus” (I Pd 1:5). Ora, nossas Obras são mais fracas do que um cordão que é facilmente rompido. E se o cordão rompe, isto é, se pecamos, caímos dentro do inferno? Oh não, Graças a Deus! Nós os que cremos, somos “guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação que está preparada para se revelar no último tempo” (I Pd 1:5)!

O crente fundamenta a certeza de sua salvação na obra de Cristo no Calvário, no testemunho da Palavra de Deus exteriormente e no testemunho do Espírito Santo interiormente (Jo 5:24; Rm 8:16). O que não podemos esquecer é que a “carne” continua a existir dentro do crente. Ela não é “erradicada” quando ele nasce de novo. Todo cristão verdadeiro experimenta esta luta entre “a carne e o Espírito” (Gl 5:17). Se o crente dá lugar à carne para operar, o Espírito é entristecido e pode até ser apagado (Ef 4:30; I Ts 5:19). Se ele permite que o Espírito opere, o resultado é amor, gozo e paz (Gl 5:22).

Extraído da Revista Palavra Profética, 1987

domingo, 2 de dezembro de 2018

A Janela Mais Ampla de Deus - 6 Histórias



1ª, Um Pai e sua Filha O autor da seguinte história é desconhecido. Alguns anos atrás, quando passei por uma prolongada enfermidade e pela fraqueza física que se seguiu, tornei-me vulnerável aos ataques e às insinuações mentirosas de Satanás. Naqueles momentos, dúvidas e temores me oprimiam, a ponto de quase me subjugar completamente. Faltava-me paz verdadeira. Na minha condição de abatimento, preocupava-me especialmente com a minha aparente falta de amor e a minha frieza de coração para com Deus me assustava!

Quando peguei o Pão Diário, um livro de mensagens devocionais, e li a mensagem de segunda-feira, descobri uma preciosa pepita, em forma de conselho dado a um companheiro cristão: "Quando chegar em casa anseio por colocar minha filhinha no colo, olhar em seus olhos meigos e confiantes e ouvir sua deliciosa tagarelice. Farei isso porque amo aquela criança intensamente. Ela é apenas uma garotinha e seu amor por mim ainda é tão pequenino. Se o meu coração estivesse entristecido, seu inocente sono não seria interrompido. Se o meu corpo estivesse moído de dor sua brincadeira não seria interrompida. Mesmo se eu viesse a morrer, ela provavelmente se esqueceria de mim em poucos dias.

Mas nem todo o dinheiro do mundo poderia comprar minha filhinha. Por quê? É ela quem me ama ou sou eu que a amo? Reteria o meu amor até ter a certeza de que ela sente o mesmo por mim? Certamente não! Eu a amo porque ela é minha filhinha. Ela é muito preciosa aos meus olhos !"

Inesperadamente ficou claro para mim. De uma maneira inédita, compreendi o que significava o amor do Pai. Com os olhos cheio de lágrimas, consegui apenas exclamar: "Compreendi! Não é o meu amor por Deus, mas é o Seu amor por mim ... é nisso que devo pensar!" Com essa compreensão, senti um amor por Ele que nunca havia experimentado antes. Compreendi, então, o que João escreveu:

1 João 4:10
Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.

1 João 4:16
E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor; e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele.


2ª, O Ateu e um Mineiro
Ninguém duvidava que aquele ateu era um brilhante orador. Num debate, geralmente conseguia confundir seu oponente, por mais brilhante que fosse, a ponto de expô-lo ao ridículo. Como palestrante seus argumentos eram sutilmente convincentes e sua capacidade de iludir seus ouvintes era comprovada pela propagação da infidelidade, onde quer que ele proferisse seus vis discursos.

Certa noite, ele estava dando uma palestra numa cidade onde havia grande atividade em mineração e observou na platéia um homem que o ouvia atentamente. Aquele homem vestia um uniforme encardido de operário das minas e seu porte físico avantajado de enormes músculos demonstrava um homem de força incomum.

O palestrante argumentava contrariamente à divina inspiração da Bíblia, a Jesus Cristo como Filho de Deus e ao Cristianismo, o último como conseqüência lógica da crença nos dois primeiros pontos. Olhando a sua audiência, sentiu-se confiante de ter destruído completamente a fé dos seus ouvintes em tais teorias e encerrou seu discurso: "Bem, estou certo de que tive sucesso ao explicar-lhes o mito de Jesus Cristo".

Mal acabara de concluir sua frase, quando o mineiro que ele havia notado anteriormente levantou-se lentamente. Mesmo em roupas bem encardidas, o seu tamanho impunha respeito. Sua voz retumbou no auditório quando falou ao palestrante: "Senhor", disse ele, "sou apenas um trabalhador e não conheço essa sua palavra erudita, o "mito", mas estas pessoas me conheceram! Elas sabem que até três anos atrás eu era o homem mais durão da cidade. Eles também sabem que até então meu lar era miserável. Eu negligenciava a minha esposa e os meus filhos. Blasfemava e falava palavrões. Gastava todo meu salário com bebida e qualquer um que se opusesse a mim sentia a força do meu punho. Então alguém veio a mim e falou da misericórdia de Deus para com os pobres pecadores. Ele me fez vislumbrar Cristo Jesus morrendo na cruz no Calvário por pecadores desprezíveis como eu. Ele me ergueu com esperança e fé nas mesmas coisas que você agora chamou de mito. Cri exatamente naquilo que você negou agora, e por meio da nova confiança que encontrei no poder purificador do sangue do Salvador, a minha vida foi transformada. Essas pessoas podem lhe dizer que a minha vida agora é completamente diferente.

Tenho um lar feliz. Amo a minha esposa e os meus filhos. Sinto-me melhor em todas as áreas e Deus tirou-me a vontade de beber. Um novo poder tomou conta de mim, desde que Cristo entrou na minha vida. Meu senhor, se o que o senhor diz é verdade, então como explicaria a minha pessoa? Ou o que Deus fez em mim?"

O palestrante rapidamente fugiu de cena, pois não tinha como explicar. Aquele mineiro fez com que as pessoas voltassem para suas casas ouvindo a verdade de que a Bíblia ainda é a Palavra de Deus vivo, que Jesus Cristo é mais do que um mito e que o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.

Tiago 3:3-7
Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros. Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.


3ª, Lisa e o Médico
Se não considerarmos a intervenção misericordiosa de Deus, como poderemos explicar o que aconteceu com Lisa?

Às três horas da manhã do dia 19 de setembro, ela deu à luz a um saudável bebê de quase quatro quilos, no Centro Médico da Cidade do México. Por volta das seis horas da manhã daquele dia, as enfermeiras acordaram a mães para tomar banho. Humanamente falando, Lisa se sentia péssima. Porém obedeceu e se sentiu renovada em seguida.

Assim que acabou o banho, um médico veio até ela e disse:
"Filha, me acompanhe, por favor".

Ele caminhou então na direção oposta, enquanto ela ficou parada, dizendo a ele que os elevadores ficavam na outra direção.

"Eu sei disso", respondeu ele. "Apenas me siga".
Lisa precisou de uma força sobrenatural para descer os três lances de escada.

"Doutor, e o meu bebê?"
Mais uma vez ele lhe assegurou que também estava a par de tudo em relação ao bebê. Os dois continuaram descendo as escadas até o segundo andar, onde estava a enfermeira com os recém-nascidos.

"Mas, doutor, como é que vou saber qual o bebê é o meu?", perguntou ela.

"Eu sei qual é o seu", respondeu.

Ele se dirigiu a um determinado berço, pegou o bebê e o entregou à mãe. Ela confirmou a identidade do bebê pelos braceletes. O médico então desapareceu!

Lisa caminhou para o primeiro andar. De repente, voltou-se e viu o outro lado do hospital - onde ela estava - desmoronando! Aquela foi a manhã do dia 19 de setembro de 1985, quando um grande terremoto abalou a Cidade do México.

Lisa indagou pelo médico, descrevendo-o aos outros sobreviventes. Todos afirmaram nunca terem visto um médico que combinasse com aquela descrição.

Ela voltou para casa na tarde daquele mesmo dia, e mais tarde compareceu ao Centro Cristão, testemunhando com lágrimas da misericórdia de Deus em poupar sua vida, por intermédio do que poderia ter sido um anjo, para livrá-la da destruição. Que tamanha experiência para uma jovem crente ser firmada na misericórdia e graça do Senhor!

Milhares de pessoas perderam a vida naquele dia na Cidade do México. O desejo especial de Deus em livrar Lisa e seu Bebê não pode ser explicado. Teria sido por algum merecimento especial ou um propósito ainda a ser trabalhado em sua vida?


5ª, Bebendo algo Mortífero

Há alguns anos atrás, uma história chegou ao mundo ocidental, vinda de um país da cortina de ferro. Agentes secretos da polícia haviam prendido um obreiro cristão. Pouco depois da sua prisão, ele foi conduzido da sua cela para a sala de interrogatórios, onde estavam um oficial e um médico à volta de uma mesa, na qual havia uma Bíblia aberta. Ordenaram ao prisioneiro que se assentasse. O interrogatório teve início. Eles lhe perguntaram: "Você acredita que este livro é a Palavra de Deus?" Ele respondeu: "Sim".

O oficial, então, pediu-lhe que lesse o versículo em Marcos 16:18. O obreiro leu "... e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal".

"Você acredita que este versículo também faz parte da Bíblia?", o oficial interpelou. O cristão respondeu: "Sim".

Então o oficial colocou um copo cheio sobre a mesa e explicou: "Neste copo há um forte veneno. Se o livro estiver certo, como você insiste, bebê-lo não lhe causará dano algum. Para mostrar-lhe que não estamos blefando, veja isto". Foi então que o oficial trouxe uma cachorro enorme e o fez beber aquele veneno. Em poucos instantes, o cachorro caiu morto. O oficial olhou para o cristão e perguntou: "Você ainda afirma ser verdadeiro este livro que você chama Palavra de Deus"?

O cristão mais uma vez respondeu, "Sim, é a palavra de Deus! É verdadeiro".

Sob o olhar atento do médico, o oficial comunista finalmente gritou: "Então beba tudo!"

O cristão sabia que aquele era o teste supremo. Pediu permissão para orar antes de beber. Ajoelhou-se perto da mesa, pegou o copo e orou por sua família, para que permanecessem firmes na fé.

Também orou pelo oficial comunista e pelo médico, para que encontrassem a Deus e se tornassem cristãos. Então, ao final de sua oração acrescentou: "'Oh Senhor, vistes como eles Te desafiaram, Estou pronto para morrer, mas pela Tu Palavra, creio que nada irá me acontecer. Se Teu plano for diferente, estou pronto para encontrar-Te. Minha vida está em Tuas mãos, como desejas. Que seja feita a Tua vontade".

Com essas palavras o prisioneiro levantou o copo e bebeu. O oficial e o médico ficaram surpresos. Não imaginaram que o cristão beberia o veneno, acharam que ele se renderia. Olhavam atentos, esperando que o prisioneiro sucumbisse como o cachorro.

Os segundos transformaram-se em minutos. Minutos pareciam horas. O silêncio tomou conta da sala. Todos aguardavam a inevitável morte. Após vários minutos de espera, o médico foi o primeiro a se mover. Segurou o braço do cristão e tomou seu pulso, que estava normal. Procurou por outros sintomas, mas não encontrou nenhum.

Demonstrando surpresa e espanto, o médico prosseguiu com o seu exame, mas não conseguiu encontrar nenhum vestígio de lesões. O exame prosseguiu. O médico ficou mais e mais surpreso. Finalmente, assentou-se bruscamente em sua cadeira. Após alguns instantes, tirou de seu bolso a carteira do partido e, rasgando-a ao meio, jogou-a ao chão.

Depois, tomando a Bíblia em suas mãos, disse: "De hoje em diante, também acreditarei neste livro. Com toda a certeza, ele é verdadeiro. Estou pronto para crer em Cristo que fez tamanha proeza diante dos meus próprios olhos".


5ª, Salvação para o Perdido
John Mac Arthur escreve: "Não muito tempo atrás, um homem que eu nunca havia visto entrou em meu escritório e disse: "Preciso de ajuda", disse ele. "Sinto-me estranho em vir até você, pois nem mesmo sou cristão! Sou judeu! Até algumas semanas atrás, nunca havia entrado numa igreja. Preciso de ajuda, por isso decidi falar com você."

Assegurei-lhe que faria o possível para ajudar. Convidei-o a assentar-se e expor o que o perturbava. A conversa foi mais ou menos o seguinte: "Sou duas vezes divorciado e agora vivo com uma mulher que é minha amante. Nem sequer gosto dela, mas não tenho coragem de deixá-la e voltar para minha segunda esposa".

"Sou médico", prosseguiu. "Pior ainda, vivo de fazer abortos! Mato bebês! No ano passado minha clínica faturou nove milhões de dólares só com abortos. Não faço apenas abortos legais, faço por qualquer outra razão. Ainda que uma mulher apareça lá sem motivo, eu arrumo um".

"Há seis semanas, um domingo pela manhã, fui a uma igreja da Comunidade e desde então tenho ido toda semana. Na semana passada, você compartilhou sobre Ser entregue a Satanás. Se existe alguém sobre a terra que deve ser entregue a Satanás, esse alguém sou eu. Sei que estou condenado ao inferno por causa das coisas que fiz e, além disso, sou completamente desventurado e infeliz. Faço terapia constantemente, mas não tem me ajudado em nada. Não consigo suportar a culpa de tudo isso. Não sei o que fazer. Você pode me ajudar?"

"Não", respondi, "não posso ajudá-lo".

Surpreso, ele me olhou em nítido desespero. Deixei que o choque fizesse algum efeito.

"No entanto, deixe-me esclarecer que conheço Alguém que pode ajudá-lo - Jesus Cristo".

"Mas não sei quem Ele é", disse ele em tristeza. "Durante toda a minha vida fui ensinado a não crer nEle".

"Você gostaria de saber quem é Jesus Cristo?"

"Sim, gostaria se, de fato, Ele puder me ajudar", replicou.

"Quero que faça o seguinte".

Peguei a minha Bíblia que estava na escrivaninha e abri no Evangelho de João.

"Gostaria que levasse esse livro para casa. Leia essa parte chamada Evangelho de João. Quero que leia e releia, até que saiba quem é Jesus Cristo. E então me procure novamente".

No final da mesma semana, relatei o incidente a um pastor de outra igreja. Obtive dele a indagação: "Foi tudo o que você lhe deu? Só o Evangelho de João? Por que você não lhe deu algum material de suporte, algumas fitas, algumas perguntas para responder, alguma outra coisa ... Só a Bíblia?"

"Não e preocupe", respondi, "A Bíblia é como um leão. Não é necessário defendê-la. Abra a porta e deixe-a sair. Ela tomará conta de si mesma. Se ele estiver com o coração aberto, a Bíblia poderá fazer muito mais para alcançá-lo do que se eu lhe desse um monte de literatura ou qualquer outro tipo de material de estudo. O que poderia dar-lhe mais poderoso do que a própria Palavra de Deus?"

Na sexta-feira seguinte, recebi um telefonema. O médico queria me ver novamente. Marcamos um encontro, ao qual ele foi pontual. Entrou no meu escritório, passou por mim como se não tivesse me visto, sentou-se no sofá e colocou a Bíblia ao seu lado.

"Sei agora quem Ele é", declarou.

"Sabe?"

"Sim, eu sei", respondeu.

"Quem é Ele?"

"Vou lhe dizer uma coisa. Ele não é apenas um homem".

"Verdade?", questionei-o. "Quem é Ele?"

"Ele é Deus!", disse firmemente.

"Como você, sendo judeu, pode declarar que Jesus Cristo é Deus?", perguntei. "Como descobriu isso?"

"Está claro no Evangelho de João".

"O que o convenceu disso?"

"Pelas palavras que Ele disse e as coisas que Ele fez! Ninguém poderia dizer ou fazer tais coisas se não fosse Deus", declarou repetindo a tese do apóstolo João cabalmente.

Concordei entusiasmado, balançando a cabeça.

Ele prosseguiu, "Sabe o que mais Ele fez? Ressuscitou dos mortos. Eles O sepultaram e três dias depois, ressurgiu da morte! Isso prova que Ele é Deus, não prova? O próprio Deus veio ao mundo".

Aquele homem havia sido conquistado. "Você sabe por que Ele veio?", perguntei-lhe.

"Sim, Ele veio para morrer pelos meus pecados".

"Como você sabe disso?", questionei.

"Gostei tanto do Evangelho de João que li a Epístola aos Romanos também. Assim que eu colocar a minha vida em ordem, vou me tornar um cristão".

"Esse não é o caminho certo", ponderei. "Receba-O como seu Senhor e Salvador neste exato momento e deixe que Ele coloque sua vida em ordem". Foi quando perguntei, "que implicações essa decisão tem para seu trabalho?"

"Passei a tarde escrevendo minha carta de demissão para a clínica de abortos. Assim que sair daqui, ligarei para minha segunda esposa e vou levá-la à igreja comigo".

Asim ele disse e assim ele fez!

Por que alguém questionaria o poder das Escrituras em alcançar uma pessoa como ele? O fato é que nada do que eu viesse a dizer teria sido mais eficaz do que a verdade inspirada pelo Espírito na própria Bíblia. Ela o convenceu do seu pecado e o levou a reconhecer sua necessidade de Cristo".


6ª, Um Peixe para a Salvação

Billy Graham relatou sobre a fidelidade de Deus para com uma esposa cuja fé foi provada por meio de um marido difícil e rancoroso.

Essa é a história de uma mãe que vivia na África e se converteu. Devido ao seu forte comprometimento e devoção ao Senhor, foi distanciando-se do marido - como tantas vezes acontece - o qual, com o tempo, passou a odiar e a desprezar sua nova devoção a Cristo.

Sua raiva e amargura alcançaram o ápice quando decidiu que mataria a esposa, os filhos e depois a si mesmo, por ser incapaz de viver meio à situação nociva imposta por si mesmo. Entretanto, precisava de uma desculpa. Decidiu então acusá-la de ter furtado suas chaves do banco, da casa e do carro. Numa certa tarde, ele saiu do banco e foi em direção ao bar. Seu trajeto era por uma passarela que cruzava o Rio Nilo. Parou na ponte e jogou as chaves. Passou o resto da tarde bebendo e se embriagando na taverna da região.

Na mesma tarde, um pouco depois, a esposa foi ao mercado de peixe para comprar o jantar. Comprou um grande pescado do rio Nilo. Enquanto limpava o peixe, para sua surpresa, encontrou as chaves do marido dentro da barriga do peixe. "Como será que elas foram parar nele? Quais poderiam ser as circunstâncias?" Ela não fazia idéia, no entanto limpou-as e pendurou-as no gancho onde costumavam ficar.

Quando o jovem banqueiro voltou para casa aquela noite, completamente bêbado, esmurrou a porta da frente tentando abri-la e gritou: "Mulher, onde estão as minhas chaves?" Já deitada, ela levantou-se e retirou-as do gancho e entregou-as ao marido. Ao ver as chaves, com os próprios olhos, ficou sóbrio imediatamente. Ajoelhou-se e, em prantos, pediu perdão e confessou a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, convertendo-se ali mesmo.

Autor: DeVern Fromke
Extraído do livro "A Janela Mais Ampla" de DeVern Fromke - Edições Tesouro Aberto

domingo, 25 de novembro de 2018

A Escolha que Confrontou Adão



Deus plantou grande número de árvores no Jardim do Éden, mas 'no meio do jardim', isto é, em um lugar de especial proeminência - plantou duas árvores: a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Pense em um homem adulto, digamos, com 30 anos de idade, que não tenha senso do certo e do errado, nenhum poder para diferenciar os dois. Você não diria que o desenvolvimento desse homem estaria incompleto? Bem, Adão era exatamente assim. E Deus o colocou no jardim, dizendo: 'Ora, o jardim está cheio de árvores, cheio de frutos, e podes comer livremente do fruto de todas as árvores. Mas, no meio do jardim, há uma árvore chamada a árvore do conhecimento do bem e do mal; não deves comer dela porque, no dia em que o fizeres, certamente morrerás. Mas, lembra-te, o nome da outra árvore, no meio do jardim, é árvore da Vida'.

Qual é, pois, o significado dessas duas árvores? Adão, por assim dizer, foi criado moralmente neutro - nem pecador, nem santo, mas inocente -, e Deus colocou essas duas árvores no jardim para que ele pudesse pôr em prática a faculdade do livre arbítrio de que era dotado. Podia escolher a árvore da vida ou escolher a árvore do conhecimento do bem e do mal.

Ora, o conhecimento do bem e do mal, embora a Adão tivesse sido proibido, não é mau em si mesmo. Sem ele, Adão está limitado e não pode, por si mesmo, decidir em questões de ordem moral. O julgamento do que é certo e bom não lhe pertence, e sim a Deus; e, para Adão, a única maneira de agir diante de qualquer questão seria apresentá-la a Deus Jeová. Assim, há no jardim uma vida que depende totalmente de Deus. Essas duas árvores representam, portanto, dois princípios profundos. Simbolizam dois planos de vida: o divino e o humano. A árvore da vida é o próprio Deus, porque Deus é vida. Ele é a mais elevada expressão da vida, bem como a fonte e o alvo da vida. E o fruto, o que representa? É nosso Senhor, Jesus Cristo. Não podemos comer a árvore, mas podemos comer seu fruto. Ninguém é capaz de receber Deus como Deus, mas podemos receber o Senhor Jesus Cristo. O fruto é a parte comestível, a parte da árvore que se pode receber. Podemos assim dizer, com a devida reverência, que o Senhor Jesus Cristo é realmente Deus em forma receptível - Deus, em Cristo, pode ser recebido por nós.

Se Adão tomasse da árvore da vida, participaria da vida de Deus e, assim, se tornaria um 'filho' de Deus, no sentido de ter em si mesmo a vida derivada de Deus. Teríamos, então, a vida de Deus em união com o homem - uma raça de homens tendo em si a vida de Deus e vivendo em constante dependência de Deus para a manifestação dessa vida. Se, por outro lado, Adão se voltasse na direção contrária e tomasse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, desenvolveria, então, sua própria humanidade de forma natural e separadamente de Deus. Como um ser auto-suficiente, ele possuiria em si mesmo o poder para formar julgamento independente, mas não teria nenhuma vida da parte de Deus.

Portanto, essas eram as alternativas que estavam diante dele. Escolhendo o caminho do Espírito, o caminho da obediência, poderia tornar-se um 'filho' de Deus, dependendo de Deus para sua vida, mas, seguindo o curso natural, ele poderia, por assim dizer, dar o toque final em si mesmo, tornando-se um ser auto-dependente, julgando e agindo independentemente de Deus. A história da humanidade é o resultado da escolha feita por Adão.

A Escolha de Adão, a Razão da Cruz 
Adão escolheu a árvore do conhecimento do bem e do mal, tomando assim uma posição de independência. Ficou sendo o que até hoje é o homem (aos seus próprios olhos): homem 'plenamente desenvolvido' que pode comandar o conhecimento, decidir por si mesmo, prosseguir ou deter-se. Desde então, tinha 'entendimento' (Gn 3:6). Mas a conseqüência para ele foi morte em vez de vida, porque a escolha que fez envolvia cumplicidade (pessoa que colabora) com Satanás e o colocou sob juízo de Deus. Foi por isso que, daí em diante, o acesso à árvore da vida teve de lhe ser proibido.

Dois planos de vida foram colocados perante Adão: o da vida divina, em dependência de Deus, e o da vida humana, com os seus recursos 'independentes'. Foi pecaminosa a escolha que Adão fez, porque assim tornou-se aliado de Satanás para frustrar o eterno propósito de Deus. Ele fez isso ao escolher desenvolver sua própria humanidade - tornar-se, talvez, um homem muito refinado e até mesmo, segundo o seu padrão, um homem 'perfeito' - independente de Deus. No entanto, o resultado foi morte, porque ele não tinha em si mesmo a vida divina imprescindível para realizar em si o propósito de Deus. Mas Adão escolheu ser 'independente', um agente do inimigo. Assim, em Adão, todos nos tornamos pecadores, dominados por Satanás, sujeitos à lei do pecado e da morte e merecendo a ira de Deus.

Vemos, assim, a razão divina da morte e da ressurreição do Senhor Jesus. Vemos, também, a razão divina da verdadeira consagração - para nos considerarmos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, e para nos apresentarmos a Deus como vivos dentre os mortos. Todos devemos ir à cruz, porque o que está em nós, por natureza, é a vida do eu, sujeita à lei do pecado. Adão escolheu uma vida própria em vez da vida divina; assim, Deus teve de juntar e eliminar tudo que estava em Adão. Nosso 'velho homem' foi crucificado. Deus incluiu-nos todos em Cristo e crucificou-O, como último Adão, aniquilando assim tudo o que pertence a Adão. Depois, Cristo ressuscitou em uma nova forma, ainda com um corpo, mas 'no Espírito' e não mais 'na carne'. O último Adão, porém, é espírito vivificante (1 Co 15:45). O Senhor Jesus agora tem um corpo ressurreto, espiritual, glorioso e, desde que não está mais na carne, pode agora ser recebido por todos. 'Quem de mim se alimenta, por mim viverá' , disse Jesus (Jo 6:57). Os judeus sentiram repugnância diante da idéia de comer Sua carne e beber Seu sangue, mas evidentemente não O poderiam receber porque literalmente Ele ainda estava na carne. Agora que Ele está no Espírito, cada um de nós pode recebê-Lo, e é por meio de participarmos da Sua vida ressurreta que somos constituídos filhos de Deus. 'A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus (...) os quais nasceram (...) de Deus' (Jo 1:12,13).

Deus não está empenhado em reformar nossa vida. Seu alvo não consiste em aperfeiçoar essa vida porque a nossa vida situa-se em um plano totalmente errado. Nesse plano, Ele não pode conduzir o homem à glória. Ele precisa ter um novo homem, nascido de Deus, nascido de novo. A regeneração e a justificação caminham juntas.

Aquele que tem o Filho tem a vida 
Há vários planos de vida. A vida humana situa-se entre a vida dos animais inferiores e a vida de Deus. Não podemos transpor o golfo que nos separa do plano superior ou do plano inferior, e a separação que há entre nossa vida e a de Deus é infinitamente superior à que existe entre a nossa vida e a dos animais. Certa vez, na China, visitei um líder Cristão que estava de cama, doente, e quem, por causa da sua história chamarei de sr. Wong, ainda que esse não seja seu verdadeiro nome. Ele é um homem muito culto, um PhD., e alguém que era estimado em toda a China por seus altos princípios morais, e por muito tempo esteve engajado no serviço cristão. Mas ele não cria na necessidade de regeneração. Ele apenas proclamava aos homens um evangelho social de amor e boas obras.

Quando visitei o Sr. Wong, seu cachorrinho estava ao lado de sua cama, e, após ter falado com ele das coisas de Deus e da natureza de Seu trabalho em nós, apontei para o cachorrinho e perguntei qual era o seu nome. Ele me disse que seu nome era Fido. 'Fido é o seu primeiro nome ou o seu sobrenome'? Perguntei (utilizando os termos chineses para 'primeiro nome' e 'sobrenome'). 'Oh, esse é apenas o seu nome', respondeu ele. 'Você quer dizer que é apenas o seu primeiro nome? Posso chamá-lo Fido Wong'? Prossegui. 'Certamente que não'! Veio a resposta enfática. 'Mas ele vive com a sua família', retruquei. 'Por que você não o chama de Fido Wong'? Então, apontando para suas duas filhas, perguntei: 'Suas filhas não se chamam srta. Wong'? 'Sim'! 'Bem, então, por que não posso chamar seu cachorro de Mestre Wong'? O doutor riu e eu prossegui: 'Você entende onde quero chegar? Suas filhas nasceram na sua família e têm seu nome porque você comunicou vida a elas. Seu cachorro pode ser bem inteligente, bem comportado e, no geral, um cachorro notável. Mas a questão não é: ele é um cachorro mau ou bom?, mas simplesmente: ele é um cachorro? Ele não precisa ser mau para ser desqualificado de ser um membro de sua família. Ele apenas precisa ser um cachorro.

O mesmo princípio aplica-se ao seu relacionamento com Deus. A questão não é se você é homem bom, mau ou mais ou menos, mas simplesmente: É você um homem? Se sua vida está em um plano inferior ao da vida de Deus, então você não pode pertencer à família divina. Durante toda a sua vida, seu objetivo ao pregar tem sido transformar homens maus em homens bons. Mas homens em si mesmos, quer sejam maus ou bons, não podem ter qualquer relacionamento vital com Deus. Nossa única esperança como homens é receber o Filho de Deus e, quando o fazemos, Sua vida em nós nos constituirá filhos de Deus. O doutor viu a verdade e, naquele dia, tornou-se um membro da família de Deus ao receber o Filho de Deus no coração.O que hoje possuímos em Cristo é mais do que Adão perdeu. Adão era apenas um homem desenvolvido. Permaneceu naquele plano e nunca possuiu a vida de Deus. Mas nós, que recebemos o Filho de Deus, recebemos não só o perdão dos pecados, mas também recebemos a vida divina que estava representada no Jardim pela árvore da vida. Pelo novo nascimento, possuímos o que Adão perdera, pois recebemos uma vida que ele nunca teve.

Autor: Watchman Nee 
Extraído do livro 'A Vida Cristã Normal' de Watchman Nee das Edições Tesouro Aberto

sábado, 24 de novembro de 2018

Vitória Sobre o Inimigo

Uma das graças incríveis que recebemos de Deus por meio de Yeshua, juntamente com o perdão dos pecados, a vida eterna e a presença Shekinah do Espírito Santo, é o poder e a autoridade para curar enfermos e expulsar demônios. Embora expulsar demônios seja retratado no mundo do entretenimento como algum tipo de ritual estranho, insidioso e sombrio, na verdade é um acontecimento comum na vida dos verdadeiros seguidores de Yeshua, sendo acompanhado na vida da pessoa liberta por arrependimento verdadeiro e comprometimento de viver uma vida pura e honrosa depois.

Embora seja emocionante pensar na capacidade de expulsar demônios, há também uma guerra espiritual contra as obras do diabo em um nível mais amplo e corporativo. Demônios individuais causam pecado e doença, mas poderes maiores do mal são designados para destruir a comunidade de fé como um todo. Esse ataque corporativo à Eclésia vem em três níveis:

    - Acusando os irmãos
    - Dividindo a igreja
    - Espalhando as ovelhas.

Ironicamente, os mais entusiasmados com a cura e expulsão de demônios são às vezes usados pelo diabo para causar danos muito maiores à comunidade de fé como um todo.
Israel e a Igreja são descritos como uma noiva glorificada que está sob ataque da serpente maligna Satanás (Apocalipse 12). A parte central desse ataque é descrita como a função de ser o“acusador de nossos irmãos …” – Apocalipse 12.10.

Fogo Amigo

Os “irmãos” aqui são naturalmente os nossos companheiros que são crentes em Yeshua. Acusação geralmente vem em forma de fofoca e reclamação sobre a conduta desses irmãos, sob um pretexto aparentemente sincera de querer corrigi-los. E enquanto esses “irmãos” podem ser qualquer membro do Corpo, o ataque demoníaco é mais frequentemente dirigido contra os líderes. Quando nos vemos fofocando e reclamando sobre pastores e outros líderes, existe uma possibilidade de que tenhamos nos tornado um acusador dos irmãos diabolicamente inspirado – sem perceber.

Casa Unida Permanece
O segundo ataque é ainda pior: não apenas acusar os líderes, mas causar uma divisão no Corpo. Ao falar de guerra espiritual, Yeshua disse: “Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto… [ou cairá]” – Lucas 11.17

Às vezes, as pessoas têm tanta certeza de que estão certas que estão dispostas a causar uma divisão no Corpo. O dano causado pela “divisão da igreja” é muitas vezes pior do que o contexto aparentemente correto de causar a divisão. Logicamente, existe uma necessidade legítima de disciplina moral e responsabilização de congregações e líderes. Em caso de pecado, uma separação pode, em certas circunstâncias muito específicas, ser justificada. No entanto, isso não é o mesmo que causar uma divisão por causa de diferenças de opinião.

Melhor Junto
O pior nível de divisão é chamado por Yeshua de obra de ladrão, destruidor ou lobo. Yeshua é o Bom Pastor, mas o inimigo vem para “arrebatar e dispersar as ovelhas …” – João 10.12

Há um engano cada vez mais comum, promulgado por alguns crentes muito zelosos, de que não há motivo para se pertencer a uma igreja ou congregação. Oferecem-se todos os tipos de razão espiritual para esta campanha de mentiras, mas o resultado final é deixar crentes fracos expostos e desprotegidos diante das “portas do inferno” (Mateus 16.18), e dispersar as ovelhas para longe do rebanho e dos pastores.

Assim como devemos ser zelosos em curar os enfermos e expulsar os demônios, sejamos também zelosos em nos opor a ataques demoníacos contra a comunidade de fé como um todo.

Autor: Asher Intrater
Extraído do site da Revista Impacto

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Mais Sobre o Tema:
Vídeo em Inglês de Christian Testimony Ministry

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Satanás versus Cristo

O conflito entre o diabo e a Semente da mulher tomou palco central com a encarnação do Verbo. A vinda de Jesus Cristo na plenitude dos tempos foi o maior movimento de Deus contra Satanás, na guerra espiritual. Jesus falou mais sobre Satanás e seus demônios que qualquer outra pessoa na Bíblia. Satanás e seus demônios desencadearam a sua mais forte fúria contra Jesus, cuja humanidade sem pecado motivou Satanás a tentá-lo de modo especial. No deserto da Judéia, Cristo saiu das águas do batismo entrando no fogo da tentação. Por quarenta dias, Satanás atacou Jesus com a cobiça da carne, a cobiça dos olhos, e o jactancioso orgulho da vida, tentando fazer com que a sagrada humanidade de Cristo ficasse sob seu nefando controle (Mateus 4.1–11). Satanás tentou Jesus a ceder à independência (4.3–4); à indulgência (4.5–7); e à idolatria (4.8–10). Seu alvo subjacente era tornar desnecessária a morte substitutiva de Cristo ao oferecer a glória de Cristo sem a cruz, do mesmo jeito que prometera a Eva a glória sem obediência a Deus. Jesus se manteve firme, repetidamente enxotando para longe de si a Satanás e seus demônios e, subsequentemente, das outras pessoas em seu ministério público. Ele se envolveu no ministério de proclamar libertação aos cativos (Lucas 4.18). Em seu confronto com os fariseus sobre a cura do endemoninhado cego e mudo, Jesus deixou claro seu intento de expulsar Satanás da vida das pessoas (Mt 12.6). Jesus também libertou uma mulher a quem Satanás havia prendido por dezoito anos (Lucas 13.16).

No Getsêmani, Satanás desencadeou todos os poderes do inferno. Mesmo quando o cálice da ira de Deus levou Jesus a se ajoelhar, Satanás conduziu um dos apóstolos de Cristo a traí-lo e peneirou um dos melhores amigos de Cristo como se fosse trigo, de modo que todos o abandonaram (Lucas 22.3, 31; João 13.2, 27; Mateus 26.56, respectivamente). Como isso deve ter partido o coração de Cristo (Salmo 69.20)! Que ferimento de alma Cristo experimentou nas mãos do instrumento de Satanás, Judas Iscariotes! Não é de admirar que ele tenha dito às forças satânicas: “Diariamente, estando eu convosco no templo, não pusestes as mãos sobre mim. Esta, porém, é a vossa hora e o poder das trevas” (Lucas 22.53). O ataque satânico continuou em Gábata, onde Cristo foi forçado a vestir um manto de púrpura e uma coroa de espinhos, enquanto era fustigado, zombado e ferido. Finalmente, no Gólgota, Satanás soltou mais uma vez todas as forças do mal. Os touros de Basã cercaram o Messias sofredor (Salmo 22.12). Todo insulto foi amontoado sobre Jesus; brutais soldados, cruéis espectadores, e os sacerdotes e chefes egocêntricos em suas vestimentas sagradas estavam envolvidos em zombaria satânica, enquanto Cristo estava pendurado sobre a cruz, na chama nua da ira do seu Pai, rejeitado por céu, terra e inferno. Seu clamor insondável de agonia ressoou por todo o âmbito tenebroso da natureza: “Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste?” (Mt 27.46).

Certa vez, Lutero passou uma manhã inteira procurando compreender esta agonia, para apenas levantar de sua posição ajoelhada e confessar: “Deus desamparado por Deus; quem o pode entender?”.Realmente, esta verdade é incompreensível. Sabemos, contudo, o seguinte: Satanás foi vencido pela cruz, de uma vez para sempre. Hebreus 2.14 diz: “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo”. A vitória pertence a Cristo em razão de sua perfeita obediência através dos mais severos testes instigados por Satanás.

Por toda sua vida, morte, ressurreição e ascensão, Cristo quebrou sozinho o poder do opressor. Satanás perdeu seu sufocante domínio sobre as nações. O equilíbrio de poder foi virado. Na era do Antigo Testamento, clarões de luz apareciam em meio às trevas. Mas agora, em e através de Cristo, a luz raiou. A luz e a glória permanente de Cristo são maiores do que as trevas e o mal que ainda restam de Satanás. Após a ressurreição e ascensão de Cristo ao céu, a possessão de demônios diminuiu grandemente. O livro de Atos reporta alguns casos que aconteciam, geralmente quando o evangelho era trazido pela primeira vez a uma região. Pedro e Filipe, ambos, expulsaram demônios em pelo menos uma ocasião (Atos 5.16; 8.7). Paulo libertou uma jovem mulher de um demônio de adivinhação, em Filipos, e expulsou demônios em Éfeso (Atos 16.16–18; 19.11–12). Mas as epístolas do Novo Testamento não mencionam possessão demoníaca, nem dão instruções para o exorcismo. A possessão demoníaca não parece ter sido problema na igreja do Novo Testamento.

Autor: Joel Beeke
Extraído do Blog Voltemos ao Evangelho do Ministério Fiel

terça-feira, 20 de novembro de 2018

A Importância da Segurança da Fé

A segurança da fé é a convicção de pertencer a Cristo por meio da fé e desfrutar a salvação eterna. Aquele que tem essa segurança não somente crê na justiça de Cristo para a sua salvação, mas também sabe que crê e que é amado graciosamente por Deus.

Essa segurança é ampla em seu escopo. Inclui liberdade da culpa do pecado, alegria no relacionamento com o Deus trino e um senso de pertencer à família de Deus. James W. Alexander disse que a segurança “leva consigo a idéia de plenitude, tal como uma árvore carregada de frutos ou como as velas de um navio enchidas por ventos favoráveis”.

A segurança é conhecida por seus frutos, tais como a comunhão íntima com Deus, a obediência submissa, sede de Deus e anelo por glorificá-lo, cumprindo a Grande Comissão. A segurança prevê, em oração, o avivamento, mantendo-se submissa à esperança escatológica. Os crentes que têm essa segurança vêem o céu como o seu lar, anseiam pela segunda vinda de Cristo e pela trasladação à glória (2 Tm 4.6-8).

A segurança sempre foi um assunto vital. Sua importância é mais crucial agora porque vivemos em dias de segurança mínima. E, o que é pior, muitos não compreendem isso. O desejo de comunhão com Deus, o anseio pela glória de Deus e pelo céu e a intercessão em favor de avivamento parecem lânguidos. Isso acontece quando a ênfase da igreja na felicidade terrena sobrepuja a convicção de que ela está peregrinando neste mundo em direção a Deus e à glória.

A necessidade de uma doutrina de segurança alicerçada nas Escrituras é fortalecida pela ênfase da cultura nos sentimentos. A maneira como sentimos as coisas toma geralmente a precedência em relação ao que sabemos e cremos. Essa atitude infiltrou-se na igreja. O crescimento extraordinário do movimento carismático pode ser atribuído, em parte, a um cristianismo formal e sem vida, pois o movimento carismático oferece aos seus adeptos emoção e estímulos para encherem o vazio criado pela falta de verdadeira segurança da fé, bem como pela ausência de seus frutos. Hoje, necessitamos desesperadamente do pensar doutrinário acompanhado do viver santificado e vibrante.

Este artigo trata de questões, dificuldades e assuntos associados à segurança da fé. Consideremos cinco razões importante por que devemos crescer nesta segurança.

Integridade de Fé e Vida
Nosso entendimento da segurança da fé determina a integridade de nossa compreensão a respeito da vida espiritual. Podemos estar certos em muitas áreas e incorretos em nosso entendimento desta doutrina fundamental das Escrituras.

Muitos pensam erroneamente que são cristãos. Tememos que inúmeras pessoas que se consideram cristãs despertarão no inferno, em horror eterno.

O problema envolvido no “crer fácil” é que as pessoas não examinam se a sua fé é genuína e está bem fundamentada. Esse erro talvez seja mais bem designado como a “segurança fácil” e não o “crer fácil”. Eles reivindicam a segurança sem possuírem um fundamento para ela. Erros a respeito de como uma pessoa chega à segurança da fé podem conduzir facilmente a uma segurança falsa. Um entendimento correto da segurança da fé nos ajuda a evitar essa presunção.

Um ponto de vista errado a respeito da segurança pode impedir-nos de ter segurança, quando deveríamos tê-la. Alguns filhos de Deus verdadeiros não crêem que são filhos de Deus. Aceitam um tipo de “crer difícil”, procurando evidências pelas quais não têm o direito de esperar. Pode haver evidência firme e bíblica de que eles são filhos de Deus, mas não estão satisfeitos com isso. Eles mesmos são o maior obstáculo na obtenção da segurança. Um entendimento correto da segurança da fé também é importante nesse caso.

Aqueles que têm uma compreensão apropriada da segurança evitarão tanto o crer fácil como o crer difícil. A segurança não será um benefício automático. Eles não se tornarão seguros de sua fé sem uma evidência de fé sólida e bíblica operando em sua vida. Ficarão cientes do perigo do crer fácil e examinarão regularmente seus coração e vida à luz da Palavra de Deus. Por outro lado, eles reconhecerão em sua vida a evidência do novo nascimento e perceberão a sua presença. Quando sentirem anseio genuíno por Deus e ódio pelo pecado, reconhecerão essas coisas como obra do Espírito Santo e serão consolados por elas. Não desprezarão as dias das coisas humildes. Sem esses dias, poucos filhos de Deus ficarão seguros quanto à sua fé.

Paz com Deus
A segurança é inseparável da paz e do consolo do evangelho. A segurança de que somos nascidos de Deus é necessária, se temos de experimentar paz, amor e alegria. Experimentar verdadeira paz e alegria no Senhor enriquece grandemente a nossa vida, enquanto estamos neste mundo. Essa é uma das razões por que Thomas Brooks intitulou de Heaven and Earth (Céu e Terra) o seu livro sobre a segurança da fé. A segurança está relacionada com a paz e a alegria do evangelho e precisa ser cultivada.

Como cristãos, devemos desejar esses dons, porque somos exibições do evangelho. Filipenses 2.15 nos ensina: “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo”. Manter uma atmosfera de paz e alegria é uma das maneiras pelas quais o crente pode resplandecer como luz neste mundo perverso. Que tipo de idéias o mundo nutre a respeito de Deus, se o povo de Deus não mostra que servir ao Senhor é algo maravilhoso? Que tipo de afirmação fazemos a respeito de Deus, se as pessoas não podem detectar em nós a paz e a alegria tranqüilas que nos distinguem?

Isso não significa que os cristãos não terão tempos de tristeza por causa do pecado, dificuldades e dúvidas. Mas as Escrituras são bastante claras em dizer que os cristãos procuram normalmente exibir paz e alegria no Senhor. Para fazermos isso, precisamos estar seguros de nossa fé.

Serviço Cristão
Um cristão seguro é um cristão ativo. Paulo disse aos cristãos de Tessalônica: “O nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção” (1 Ts 1.5). O evangelho foi abençoado em Tessalônica de modo que houve muita convicção. E Paulo acrescentou: “De sorte que vos tornastes o modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia. Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor não só na Macedônia e Acaia, mas também por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de não termos necessidade de acrescentar coisa alguma” (vv. 7-8). Quão admirável! Aqueles cristãos, recém-convertidos, repercutiram a Palavra de Deus; ou seja, eles evangelizaram. Assim, quando Paulo chegou à região deles, descobriu que a Palavra de Deus já estava ali. Essas pessoas se mostraram zelosas por Deus, porque estavam seguras de sua salvação.

Um cristão que não possui segurança raramente se interessa por boas obras. Em vez disso, seu vigor espiritual é consumido em questionar se é salvo ou não. Quando essa dúvida não é resolvida, a pessoa fica incerta quanto a ajudar os outros no serviço do Senhor. Como o disse J. C. Ryle: “O crente ao qual falta uma firme esperança passa grande parte do seu tempo sondando o próprio coração acerca de seu próprio estado de alma. Tal como uma pessoa nervosa e hipocondríaca, ele encherá a cabeça com as suas próprias indisposições, com as suas próprias dúvidas e perguntas, com seus próprios conflitos e corrupções. Em suma, tal crente ficará com freqüência tão absorvido com seus conflitos íntimos que pouco tempo lhe restará para outras coisas e para trabalhar para Deus” (“Segurança”, em Santidade sem a qual Ninguém Verá o Senhor, Editora Fiel, 2009, p. 159).

Ás vezes, pensamos que nosso propósito aqui na terra é somente achar a salvação; uma vez que somos salvos, temos pouco a fazer até chegarmos ao céu. A conversão é vista como um fim em si mesmo. Mas isso não é verdade. Somos convertidos para cumprir um propósito: servir a Deus no mundo. 1 Pedro 2.9 nos diz por que Deus resolveu converter pessoas: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. Deus nos converte para que proclamemos as suas virtudes. Somos convertidos para servir a Deus e ao nosso próximo. Se nos falta segurança, nosso servir a Deus não será entusiasta.

Comunhão com Deus
A segurança é valiosa porque enriquece a nossa comunhão com Deus. Como uma pessoa pode ter comunhão íntima com Deus, se teme que Deus está irado? Quão difícil seria termos comunhão com um filho que está sempre com medo de nós. O filho nunca fica tranqüilo e jamais aceita nossas expressões de amor. Nessa atmosfera, um relacionamento íntimo é impossível.

Por contraste, considere a segurança implícita no Cântico dos Cânticos, quando a noiva disse: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu”. Aqui há comunhão, interação, um relacionamento caloroso e digno, amor e confiança, por parte da noiva, no fato de que o amor é mútuo. Esse é o tipo de comunhão que o Senhor deseja ter com seu povo. Ele descreve freqüentemente seu relacionamento com eles em termos que implicam intimidade: Pai e filhos, Esposo e esposa, Noivo e noiva, Cabeça e corpo. O Senhor usa o mais íntimo dos relacionamentos da vida para descrever o relacionamento que deseja ter com seu povo. É óbvio que a segurança é necessária para desenvolvermos esse tipo de relacionamento.

Santidade ao Senhor
Finalmente, a segurança é crucial porque torna o cristão mais santo. Falando sobre a segurança que resulta do conhecimento de que somos filhos do Pai, João disse: “E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro” (1 Jo 3.3).

A segurança que não conduz a um viver mais santo é falsa. Aquele que tem a segurança bem fundamentada, que experimenta paz e alegria, que se ocupa com a obra do Senhor e vive em comunhão íntima com Deus é uma pessoa santa. Um crente não pode persistir nos altos níveis de segurança enquanto persiste em baixos níveis de santidade.

A segurança nos traz a um contato íntimo com o poder de Deus. Quando desfrutamos de um relacionamento de confiança com Deus e descansamos em sua misericórdia e graça, nossos corações são inflamados pelo amor a Deus. Esse amor nos dá poder para um viver santo. Quanto mais íntimos somos de Deus, tanto mais amor teremos por ele e tanto mais pura será a nossa vida. Uma pessoa santa é motivada por amor a Deus, por causa de Cristo. O amor de Cristo constrange o homem santo (2 Co 5.14).

Assim você pode perceber quão importante é este assunto da segurança. É possível alguém ser salvo e não ter segurança. Contudo, é quase impossível alguém ser um cristão sadio se não possui a segurança da fé. Você pode objetar: as Escrituras não afirmam que Deus tem interesse especial por pecadores necessitados e pobres? Se ele parar de ser pobre e necessitado, há motivo para duvidarmos que a sua segurança está alicerçada em bases sólidas. Cristo tem de crescer, e ele diminuir (Jo 3.30).

O Senhor está perto daqueles que têm um coração quebrantado, um espírito contrito e ainda não têm a segurança da fé. Mas isso não leva a concluir disso que essa seja uma condição desejável. Se somos pobres e necessitados sem a segurança da fé, devemos buscá-la.

Conclusão
A segurança é vital para o nosso bem-estar espiritual. Algumas pessoas acham que segurança indica superficialidade. Aos seus olhos, alguém é considerado suspeito se possui segurança. Na realidade, aqueles que vêem a dúvida como um sinal de profunda experiência religiosa e seguem em direção a Deus e à glória sem a segurança da fé, esses têm apenas um entendimento superficial das Escrituras. Um entendimento mais profundo nos leva a reconhecer a obra do Espírito em nosso coração, a conhecê-la e descansar no Senhor Jesus Cristo, com fé semelhante à de uma criança.

Autor: Joel Beeke
Extraído do Blog Voltemos ao Evangelho do Ministério Fiel

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Provérbios 3

Este capítulo é um dos mais excelentes de todo o Livro, tanto pelos argumentos que nos persuadem a sermos piedosos quanto pelas direções que há nele.

1. Devemos ser constantes em nossos deveres porque esse é o caminho para sermos felizes. (Pro 3:1-4)

2. Devemos viver uma vida de dependência a Deus porque este é o caminho para permanecermos seguros. (Pro 3:5)

3. Devemos nos manter no temor do Senhor porque esse é o caminho para uma vida saudável. (Pro 3:7, Pro 3:8).

4. Devemos servir a Deus com os nossos bens porque esse é o caminho para sermos ricos. (Pro 3:9, Pro 3:10).

5. Devemos estar atentos para ouvirmos bem durante as aflições porque esse é o caminho para extrairmos o que há de bom nelas. Pro 3:11, Pro 3:12).

6. Devemos utilizar toda a nossa força para obter a sabedoria porque essa é a maneira de alcança-la e de ser alcançado por ela. (Pro 3:13-20)

7. Devemos sempre governar a nós mesmos através das leis da sabedoria, da justiça e da piedade porque este é o caminho para estarmos sempre em tranquilidade. (Pro 3:21-26)

8. Devemos fazer tudo o melhor que podemos, e não praticarmos o mal contra o nosso próximo, porque de acordo com o que o homem fizer seja de forma justa ou injusta, caridosa ou sem caridade, humilde ou orgulhosa, de acordo com o que fizerem, serão retribuídos por Deus (Pro 3:27-35). Por tudo isso que consideramos a piedade tornará o homem abençoado e abençoador.

Autor: Matthew Henry
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Provérbios 3
1  Filho meu, não te esqueças da minha instrução, e o teu coração guarde os Meus mandamentos;
2  porque eles te darão longura de dias, e anos de vida e paz.
3  Não se afastem de ti a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço, escreve-as na tábua do teu coração;
4  assim acharás favor e bom entendimento à vista de Deus e dos homens.
5  Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento.
6  Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas.
7  Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.
8  Isso será saúde para a tua carne; e refrigério para os teus ossos.
9  Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda;
10  assim se encherão de fartura os teus celeiros, e trasbordarão de mosto os teus lagares.
11  Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enojes da Sua repreensão;
12  porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem.
13  Feliz é o homem que acha Sabedoria, e o homem que adquire entendimento;
14  pois melhor é o lucro que Ela dá do que o lucro da prata, e a Sua renda do que o ouro.
15  Mais preciosa é do que as jóias, e nada do que possas desejar é comparável a Ela.
16  Longura de dias há na Sua mão direita; na Sua esquerda riquezas e honra.
17  Os Seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as Suas veredas são paz.
18  É árvore da vida para os que dEla lançam mão, e bem-aventurado é todo aquele que A retém.
19  O Senhor pela sabedoria fundou a terra; pelo entendimento estabeleceu o céu.
20  Pelo Seu conhecimento se fendem os abismos, e as nuvens destilam o orvalho.
21  Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos: guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso;
22  assim serão elas vida para a tua alma, e adorno para o teu pescoço.
23  Então andarás seguro pelo teu caminho, e não tropeçará o teu pé.
24  Quando te deitares, não temerás; sim, tu te deitarás e o teu sono será suave.
25  Não temas o pavor repentino, nem a assolação dos ímpios quando vier.
26  Porque o Senhor será a tua confiança, e guardará os teus pés de serem presos.
27  Não negues o bem a quem de direito, estando no teu poder fazê-lo.
28  Não digas ao teu próximo: Vai, e volta, amanhã to darei; tendo-o tu contigo.
29  Não maquines o mal contra o teu próximo, que habita contigo confiadamente.
30  Não contendas com um homem, sem motivo, não te havendo ele feito o mal.
31  Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum de seus caminhos.
32  Porque o perverso é abominação para o Senhor, mas com os retos está o seu segredo.
33  A maldição do Senhor habita na casa do ímpio, mas ele abençoa a habitação dos justos.
34  Ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes.
35  Os sábios herdarão honra, mas a exaltação dos loucos se converte em ignomínia.

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