Palavras de Vida Eterna


domingo, 30 de junho de 2019

O Ministério e a Autoridade do Espírito Santo

A administração ativa do Espírito Santo pode ser vista pela primeira vez na Igreja na forma da escolha dos diáconos. O Espírito Santo não entrega a Sua autoridade na igreja confiando às mãos humanas qualquer departamento dos Seus assuntos. (Atos 6:3). O ministério dessas pessoas deve ser visto como o próprio ministério do Espírito. Mesmo em se tratando de coisas temporais, tais como a distribuição de dinheiro e alimento, a condição é ser cheio do Espírito Santo. O homem natural, ainda que seja um príncipe neste mundo, não tem lugar na administração da igreja (1 Co 2:8, 14). Tais pessoas obstruem, bloqueiam e barram o Espírito Santo. Elas são indiferentes, estagnadas e não cooperam com o Espírito Santo.

O Espírito Santo é como uma pomba que anseia por descansar no Seu ninho. Mas Ele também é tímido e pode ser facilmente afugentado. Seus métodos são sempre persuasivos e não forçados. Ele pode ser entristecido como o coração terno de um pai e pode ser apagado como uma chama de fogo. Ele é tolerante para com as nossas criancices e erros de julgamento, mas não pode tolerar um espírito indisposto. A desobediência praticamente O afugenta.

E se Ele vê homens e mulheres não espirituais na responsabilidade da igreja Ele fica ou Se retira? As igrejas que recusaram a pregação de George Whitefield permanecem estéreis até o dia de hoje. O contrário é verdadeiro: “Esta palavra agradou toda a multidão”. Estevão foi o primeiro a ser escolhido depois de Filipe. Estevão foi o primeiro mártir e Filipe o primeiro evangelista. Estevão impressionou Saulo de Tarso, e Filipe levou a benção pentecostal a Samaria e através do eunuco ele introduziu o evangelho na África e levou o evangelho a Cesaréia (Atos 8:40) e preparando o caminho para Pedro abrir a porta aos gentios.

A palavra apóstolos enfatizou o caráter espiritual dos oficiais da igreja e “agradou à multidão”. Eles deviam:
(1) Ser de boa reputação – perante os de fora;
(2) Ser cheios de sabedoria – em relação a eles próprios;
(3) Ser cheios do Espírito Santo – com relação a Deus.

Logo depois da escolha dos sete homens foi registrado: “E a palavra de Deus crescia e o numero dos discípulos se multiplicava” (Atos 6:7,8). Você acha que não existe ligação aqui? Está enganado. Havendo homens espirituais, o Espírito Santo pode operar sem impedimento. “As leis do Reino são mais imutáveis do que as leis dos Medos e Persas”. Só assim haverá crescimento:
(1) Da Palavra, e (2) Dos discípulos. No inicio os discípulos eram acrescentados, mas agora eles são multiplicados e grande numero de sacerdotes obedecem à fé.

A igreja forneceu diáconos do Espírito Santo e ganhou sacerdotes convertidos. Os discípulos escolheram diáconos do Espírito Santo e ganharam um mártir (Estevão) e um evangelista (Filipe). Eles foram escolhidos para servir às mesas (Atos 7:55). O ultimo desafio de Estevão aos seus perseguidores foi: “Vós sempre resistis ao Espírito Santo”. Eles resistiram a Estevão e ao Espírito Santo que era pleno nele.

Selecionado por Delcio Meireles

sábado, 29 de junho de 2019

Aparecendo-lhes por Espaço de Quarenta Dias

A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes por espaço de quarenta dias e falando das coisas concernentes ao Reino de Deus. - Atos 1:3 

Essa espera de quarenta dias é a maior prova do terno cuidado de Cristo em relação a seu pequeno rebanho. Aquele que dera a vida por eles reluta em deixá-los. Apesar de o terem traído e duvidado dEle, não haviam enfraquecido nem esgotado Seu amor. Ele permanece para cuidar deles outra vez, e mais outra, e ainda outra, como se estivesse voltando atrás para abençoá-los. Isso está de pleno acordo com Sua vida de amor.

Em todos os lugares, vai ao encontro deles sem nenhuma insinuação de censura, sem fazer nenhuma referência ao amargo sofrimento, revelando-se aos discípulos com uma brandura e bênção indescritivelmente belas. Como partir, sem antes consolar o coração machucado de Madalena? Precisa ficar até que o pobre Pedro se arrisque a aproximar-se para obter a certeza do perdão. Precisa permanecer para reforçar a fé de Tomé.

Precisa demorar-se entre eles até fazê-los sentir que continua sendo o mesmo Jesus, amigo e irmão que sempre foi, cuidando deles no trabalho, observando-os com terna compaixão, inclinando-se para acender um fogo que sirva para aquecê-los e assar-lhes os peixes da refeição, e depois convidando-os a vir e comer.

Selecionado por Delcio Meireles

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Infinita Ternura

'Como bom pastor Ele cuida do Seu rebanho. Nos próprios braços ajunta os cordeirinhos e os conduz em Seu peito.' - Isaías 40:11

Quem é Aquele de quem tais palavras de graça são pronunciadas? Ele é O BOM PASTOR. Por que Ele carrega os cordeiros em Seu peito? Porque Ele tem o coração sensível, e qualquer debilidade comove prontamente o Seu coração.

Os suspiros, a ignorância, a fraqueza de uma das Suas pequenas ovelhas atrai a Sua compaixão. É Seu ofício, como o fiel Sumo Sacerdote, considerar os fracos. Além disso, Ele as comprou com Seu sangue, eles são Sua propriedade: Ele deve e Ele irá cuidar daqueles que Lhe custou tão caro. Ele é responsável por cada um de Seus cordeiros, compelido por uma aliança na qual nenhum pode ser perdido. Todos eles são uma parte da Sua glória e recompensa.

Mas como nós entenderemos a expressão, 'Ele os conduzirá'? Algumas vezes Ele os conduzirá não permitindo que as tribulações se prolonguem. Algumas vezes eles são conduzidos através de um enchimento incomum do nível de amor, para que assim eles suportem e permaneçam firmes. Frequentemente Ele os conduz dando-lhes uma fé muito simples, com a qual se apropriam de promessas, e crendo avançam sobre qualquer dificuldade em direção a Jesus. A simplicidade da fé lhes dá um nível incomum de confiança, sendo conduzidos acima do mundo.

'Ele conduz os cordeiros em Seu peito.' Aqui está uma afeição sem limites. Poderia Ele conduzi-los em seu peito se Ele não os amasse muito? Aqui está uma terna proximidade: tão próximos estão eles, que não poderiam estar mais próximos. Aqui esta uma familiaridade sagrada: existe uma relação preciosa de amor entre Cristo e Seus amados pequeninos. Aqui há perfeita segurança: em Seu peito quem pode feri-los? Deverão ferir o Pastor primeiro. Aqui há descanso perfeito e amável conforto. Certamente não somos sensíveis o bastante à ternura infinita de Jesus.

Autor: C.H. Spurgeon

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Orações nos Estabelece

Levantemos o coração juntamente com as mãos para Deus nos céus. Lamentações 3:41

O ato de orar nos ensina a respeito da nossa indignidade, o que é uma lição muito salutar para o tipo de pessoa orgulhosa como nós. Se Deus nos concedesse favores sem nos constranger a orar, então, nós nunca conheceríamos quão pobres somos, mas a oração verdadeira é um inventário de desejos, um catálogo de necessidades, uma revelação de pobreza oculta. Ao mesmo tempo que é uma aplicação à riqueza divina, é uma confissão do vazio humano. O estado mais saudável de um Cristão é estar sempre vazio em si mesmo e constantemente em dependência do Senhor para as provisões; ser sempre pobre em si mesmo e rico em Jesus; pessoalmente fracos como água, mas poderoso em Deus para fazer grandes proezas; e por isso o uso das orações, porque, ao mesmo tempo que adora a Deus, estabelece o lugar em que a criatura deve estar, no pó.

As orações em si mesmas, à parte das respostas, trazem um grande benefício ao Cristão. Assim como o corredor adquiri força para a corrida através dos exercícios diários, assim é para a grande corrida da vida; nós adquirimos energia através do santo trabalho das orações.

Orações são como as penas das asas das jovens águias de Deus, para que por elas; sejam capazes de aprender a voar acima das montanhas e nuvens. As orações cinge os lombos dos guerreiros de Deus, e os envia para a frente da batalha com os seus tendões preparados e seus músculos fortalecidos. Uma fervorosa súplica saindo dos seus aposentos, é como o sol saindo das câmaras do leste, se alegrando como um homem forte percorrendo o seu percurso! Orações são como as mãos levantadas de Moisés trazendo maior derrota aos Amalequitas do que a espada de Josué; (Êxodo 17:11 a 13) é como a flecha lançada da câmera do profeta anunciando antecipadamente a derrota dos Sírios. (2 Reis 13:17)

As orações cinge a fraqueza humana com a força divina, substituindo a tolice humana pela sabedoria celestial, e dando a mortais problemáticos a paz de Deus.

Nós não sabemos o que a oração não pode fazer! Somos gratos, ao grande Deus, pelo Trono de Misericórdia, uma prova da escolha da Sua maravilhosa benignidade. Ajuda-nos usá-la corretamente através deste dia.

Autor: C.H. Spurgeon

Não me abandone, Ó Senhor

'Não me abandone, Ó Senhor.' - Salmos 38:21

Frequentemente nós oramos para que Deus não nos abandone na hora da provação e tentação, mas nós muitas vezes nos esquecemos que temos a necessidade de usarmos essa oração em todo o tempo. Não há nenhum momento em nossa vida que podemos prosseguir sem o Seu constante auxílio.

Em meio à luz ou nas trevas, em comunhão ou na tentação, precisamos igualmente desta oração, 'Não me abandone'. Uma criancinha, enquanto está aprendendo a andar, sempre precisará ser cuidada de perto.

Um barco abandonado por seu piloto estará à deriva. Nós não podemos prosseguir sem o constante cuidado do alto; que seja a nossa oração para hoje, 'Não me abandone. Pai, não abandone o Teu filho, para que ele não caia nas mãos do inimigo.

Pastor, não abandone o Teu cordeiro, para que ele não vaguei longe da segurança do aprisco. Grande Agricultor, não abandone a Tua vinha, para que ela não morra no inverno. 'Não me abandone, Ó Senhor', agora; e em nenhum momento da minha vida. Não me abandone na alegria, para que ela não se apodere do meu coração. Não me abandone na tristeza para que não murmure contra o Senhor.

Não me abandone no dia do meu arrependimento, para que eu não perca a esperança do perdão, e caia em desespero; e não me abandone nos dias que minha fé estiver mais forte, para que eu não me corrompa em presunção. Não me abandone, porque sem Ti sou fraco, mas Contigo eu sou forte.

Não me abandone, quando os meus caminhos forem perigosos, e cheios de armadilhas, eu não poderei prosseguir sem a Sua orientação. A galinha não abandona a sua ninhada, cubra me ainda mais com as Tuas penas, e permita me que debaixo de Tuas asas eu encontre o meu refúgio. 'Não permaneça distante de mim, Ó Senhor, porque a angústia está próxima, e não há ninguém para me socorrer. Não me deixe, nem me abandone, Ó Deus da minha salvação!''

Ó sempre em Teu peito imaculado,
Nos lancemos e descansemos em Teu Espírito Eterno
E faça a nossa alma secreta ser
Um templo puro e digno de Ti

Autor: C.H. Spurgeon

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Culto Familiar

Existem algumas ordenanças exteriores importantes e meios de graça que são claramente sugeridos na Palavra de Deus, porém, para o exercício delas nós temos poucos, se é que há alguns, preceitos claros e positivos; antes, fica ao nosso encargo ajuntá-los do exemplo de homens santos e de várias circunstâncias acidentais. Uma importante conclusão é respondida por este arranjo: a provação é assim produzida pela condição dos nossos corações. Ela serve para tornar evidente se, pelo fato de um mandamento claro não poder ser obedecido no tocante ao seu cumprimento, os cristãos professos negligenciarão uma obrigação claramente inferida. Assim, mais da real condição das nossas mentes é descoberta e se torna manifesto se temos ou não um ardente amor por Deus e ao Seu serviço. Isso vale tanto para a vida pública quanto para o culto familiar. Todavia, de modo nenhum é difícil provar a obrigação da piedade doméstica.

Consideremos primeiro o exemplo de Abraão, o pai dos fiéis e o amigo de Deus. Foi por causa da sua piedade doméstica que ele recebeu a benção do próprio Jeová. “Porque Eu o tenho escolhido, a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para praticarem retidão e justiça;” (Gn 18:19a). O patriarca esta aqui sendo recomendado a instruir seus filhos e servos no mais importante de todos os deveres, “o caminho do Senhor” – a verdade a respeito da Sua gloriosa pessoa. Suas reivindicações sobre nós, Seus requisitos sobre nós. Note bem as palavras “a fim de que ele ordene” então; é isto, ele deveria utilizar a autoridade que Deus havia dado a ele como pai e cabeça de sua casa, para se fazer cumprir os deveres de uma família piedosa. Abraão também orou, bem como instrui sua família: aonde quer que ele armou a sua tenda, ali ele “edificou um altar ao Senhor” (Gn 12;7; Gn 13:4). Agora meus leitores, nós bem que devemos questionar a nós mesmos: Nós somos a “descendência de Abraão” (Gálatas 3:29) se nós “não praticarmos as obras de Abraão” (João 8:39) e negligenciamos a importância e os deveres do culto familiar?

Os exemplos de outros homens santos são semelhantes ao de Abraão. Consideremos a determinação piedosa de Josué que declarou a Israel, “Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” Josué 24:15b . Nem mesmo a posição elevada que possuía, nem a pressão dos deveres públicos que estavam sobre ele diante de uma multidão, afastarão a sua atenção do bem estar espiritual de sua família. A respeito de Davi; quando ele trouxe a arca de Deus de volta a Jerusalém com alegria e ações de graça, após cumprir os seus deveres públicos, “voltou para abençoar a sua casa” (2 Sm 6:20). Em adição à esses famosos exemplos devemos mencionar o exemplo de Jó; em Jó 1:5 e de Daniel, Daniel 6:10. Nos limitando apenas a um exemplo no Novo Testamento; Timóteo, que foi educado em um lar piedoso. Paulo pede para que ele se lembre “da fé sem fingimento” que havia nele, e adiciona, “que habitou primeiro em sua avó Loide e em sua mãe Eunice”. (2Tm 1:5) É algo maravilhoso o que Paulo pôde dizer “desde a infância sabes as Sagradas Escrituras” (2 Tm 3:15).

Por outro lado, nós devemos observar quão temíveis ameaças são pronunciadas contra aqueles que negligenciam esse dever. Gostaríamos de saber quantos de nossos leitores têm considerado seriamente essas solenes palavras.”Derrama a Tua fúria sobre as nações que não Te conhecem, e sobre as famílias que não invocam o Teu nome” (Jr 10:25)! Quão inefavelmente solene é encontrar estas famílias negligentes aqui juntas com aqueles que não conhecem ao Senhor. Será que isso nos surpreende? Porque há muitas famílias pagãs que se reúnem em adoração a falsos deuses, não estão eles colocando em vergonha milhares de Cristãos professos? Observe também que Jeremias 10:25 registra uma maldição sobre ambos: “Derrama a Tua fúria sobre...” Quão em alta voz deveria soar a nós essas palavras. Não é suficiente que nós oremos e adoremos em secreto como indivíduos, devemos também igualmente honrar a Deus em nossas famílias. Ao menos duas vezes a cada dia – na parte da manhã e a noite – todos os membros das famílias devem se reunir e se prostrarem diante do Senhor – pais e filhos, senhores e servos – confessarem seus pecados, agradecerem a Deus por Sua misericórdia, buscar o Seu auxílio e Sua bênção. Nada deve nos impedir de cumprir esse dever: todos os outros deveres domésticos estão abaixo deste. O cabeça da casa é o único que pode liderar esta devoção, mas se ele estiver ausente, ou seriamente doente, ou se for incrédulo, então a esposa deve tomar o seu lugar. Sob nenhuma circunstância o culto familiar deve ser omitido. Se vamos desfrutar da benção de Deus sobre nossas famílias então vamos juntos, como membros da família, diariamente, para oramos e O adorar. “Eu honrarei aos que Me honrarem” (1Sm 2:30) é Sua promessa.

Um antigo escritor disse bem: "Uma família sem orações é como uma casa sem telhado, aberta e exposta a todas as tempestades do céu." Todo o conforto de nossos lares durante o tempo passageiro que vivemos é fruto da misericórdia e bondade do Senhor, e o melhor que podemos fazer em resposta é reconhecermos juntos com gratidão, Sua bondade para conosco como família. Desculpas contra o cumprimento desses deveres sagrados são inúteis e sem valor. De que servirá quando prestarmos contas a Deus pela mordomia de nossas famílias dizer que não tivemos tempo disponível, trabalhando duro desde a manhã até o anoitecer? Quanto mais urgentes as nossas obrigações temporais, maior a nossa necessidade de buscar socorro espiritual. Nenhum cristão pode alegar que não está qualificado para tal obra: Dons e talentos são desenvolvidos com o uso e não pela negligência.

O culto familiar deve ser conduzido com reverência, seriedade e simplicidade. Assim as crianças irão receber suas primeiras impressões e formar suas concepções iniciais a respeito do Senhor Deus. Deve se tomar um grande cuidado para não apresentar-lhes uma ideia falsa a respeito do caráter Divino, por isso deve se preservar um equilíbrio que reside entre Sua transcendência e eminência, Sua santidade e Sua misericórdia, Sua justiça e Sua graça. O culto deve começar com poucas palavras de oração invocando a presença e a benção de Deus. Uma leitura curta de Sua palavra deve vir em seguida, com um breve comentário sobre a mesma. Dois ou três versos de um Salmo pode ser cantado. Encerre com uma oração de entrega às mãos de Deus. Podemos não ser capazes de orar com eloquência mas devemos ser sinceros. As orações predominantes devem ser breves. Tenho cuidado para não cansar os mais jovens.

As vantagens e as bênçãos do culto familiar são incalculáveis. Primeiro, o culto familiar irá livrar-nos de muitos pecados. Traz temor à alma, nos dá compreensão da majestade e autoridade de Deus, ensina verdades solenes à mente, traz dádivas do alto, de Deus até a nossa casa. A piedade pessoal no lar é a maior das influências, abaixo de Deus, em transmitir a piedade aos mais pequenos. Crianças são criaturas que imitam em grande medida, amam copiar o que veem nos outros. “Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos pais que os transmitissem a seus filhos, a fim de que a nova geração os conhecesse, filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por sua vez os referissem aos seus descendentes; para que pusessem em Deus a sua confiança e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos;” Salmos 78:5 a 7. Quanto da terrível condição moral e espiritual das massas hoje pode ser identificado devido à negligência de seus pais no cumprir estes deveres? Como podem esses que negligenciam o culto a Deus em suas famílias buscarem por paz e conforto em seus lares? O culto familiar diário em nosso lares é um abençoado meio de graça para dissipar essas infelizes paixões pelas quais a natureza que nos é comum está sujeita. Finalmente, o culto familiar traz a nós a presença e benção do Senhor. Há uma promessa de Sua presença que tem uma aplicação peculiar no cumprimento deste dever: veja Mateus 18:19 e 20. Muitos com maior eficiência tem encontrado no culto familiar o socorro e a comunhão com Deus do que o encontrado em suas orações em secreto.

Autor: A.W. Pink

terça-feira, 25 de junho de 2019

Zeloso!

Se deseja ver almas convertidas, se deseja ouvir o clamor 'os reinos do mundo se tornou o reino do nosso Senhor;' se deseja coroar o Salvador, e que o Seu trono seja exaltado, então seja cheio de zelo. Porque, abaixo de Deus, o caminho da conversão do mundo será através do zelo da igreja. A graça realizará suas proezas, mas o zelo deve vir primeiro; prudência, conhecimento e coragem tomarão os seus lugares, mas o zelo deve conduzir a van. Não é o expandir do seu conhecimento, apesar de que isso é útil; não é o expandir de seu talento, apesar de que isso não pode ser dispensado; é o seu zelo que realizará grandes proezas.

O zelo é o que extrai a força vital das continuas operações do Espírito Santo na alma, o que conhecemos como o Fruto do Espírito. Se a nossa vida interior diminuir, se o nosso coração bater lentamente diante de Deus, nós não conheceremos o zelo; mas se tudo o que há no interior se fortalecer através do zelo, então não deixaremos de nos sentir ansiosos em ver o reino de Cristo vir, e Sua vontade se cumprir na terra, assim como ela é no céu.

Um profundo sentimento de gratidão irá nutrir o zelo cristão. Olhando para o profundo poço de onde fomos tirados, encontraremos abundantes razões do porque devemos nos consumir e nos consumir por Cristo. O zelo é também estimulado através do meditar na eternidade futura. Sendo zelosos será como se olhássemos para baixo, para as chamas do inferno com os olhos cheios de lágrimas, sem conseguir nem mesmo cochilar, é como olharmos para cima com ansiedade para as glórias do céu, e não conseguirmos nos conter. É como sentir que o tempo é curto comparado ao trabalho a ser realizado, e apesar disso consagrar tudo o que se tem à causa do Senhor. O zelo é sempre fortalecido pela lembrança do exemplo de Cristo. Ele foi revestido de zelo como um manto. Quão rápidas eram as rodas dos Seus deveres que O conduziam! Ele não conheceu o que era folga pelo caminho. Provemos que somos os Seus discípulos manifestando o mesmo espírito de zelo.

Autor: C.H. Spurgeon

segunda-feira, 24 de junho de 2019

As Três Grandes Virtudes

'Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.' 1 Coríntios 13:13

Virtude, por definição, é força e beleza moral. Não é uma qualidade passiva admirada por espectadores como são as obras de arte em um museu. Virtude, é uma graça dinâmica exibida em milhares de atos nobres nas estradas e ruas da vida diária. Mesmo o mais comum entre nós, pode ser extraordinariamente virtuoso. De todas as grandes virtudes que podemos listar, e de fato existem muitas - as três maiores são Fé, Esperança, e Amor. É por estas três virtudes que toda a humanidade aspira, quando as três virtudes estiverem presentes e unidas em nós, seremos elevados acima das seduções e limites das coisas terrenas e nossa vida estará em sua melhor forma e resplandecerá.

Sem Fé, nossas vidas começam a diminuir com o aumento de dúvidas que nos corroem e o com o amontoar de suspeitas. Nós perdemos a inocência e a capacidade de nos maravilhar diante das coisas que se realizam como se fossem sonhos se tornando realidade. Para viver o crente deve crer. 'Meu coração não permanecerá onde dúvidas se levantam e os medos desanimam; enquanto alguns vivem onde a dúvida e o medo são abundantes; minha oração, meu objetivo, estará em um nível mais alto!'

Sem Esperança, nosso viver é devastado e a vida se torna uma névoa de pré sentimentos e desilusões, que penetram em nossa alma como o vapor de um envenenamento tóxico - nos tornando doentes, apáticos, indiferentes e cínicos.

E sem Amor, a vida é reduzida a um confinamento solitário, em uma prisão chamada Medo, onde o isolamento nos rouba a vitalidade e o vigor; e onde a amargura nos faz naufragar em todos os nossos relacionamentos.

Infeliz o homem e a mulher que estão com os corações fechados para a Fé, a Esperança e o Amor. Agora pois permanecem a fé, a esperança e o amor; e o maior destes é o amor - e digo o porque: Fé é um poder, a Esperança é uma promessa. Mas o Amor é uma Pessoa. 

Autor: James Ryle

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Permanecendo no que Deus Chamou

Cada um deve permanecer na condição em que foi chamado por Deus. - 1 Co 7:20

Algumas pessoas têm uma noção tola de que a única maneira que podemos viver para Deus é nos tornando ministros, missionários, ou doutores em Bíblia. Quantos estão se fechando para as oportunidades de magnificar o Deus Altíssimo se esse é o caso. Amado, não é o ofício, é a dedicação, não é a posição, é a graça que irá nos capacitar glorificar a Deus.

Deus certamente é mais glorificado em uma cadeira de sapateiro, onde o trabalhador é piedoso, que enquanto faz o seu trabalho, canta o amor do seu Salvador, sim, glorificando muito além que muitos em templos; onde oficiais da religião realizam seus deveres escassos. O nome de Jesus é glorificado pelo pobre charreteiro que conduz o seu cavalo, e bendiz seu Deus, ou compartilha com seus companheiros de trabalho pelo caminho mais que o pregador popular que anda pelo país, como Boanerges, trovejando o evangelho por toda a parte.

Deus é glorificado através do serviço que prestamos a Ele em nossa própria vocação. Tenha cuidado, querido leitor, para que você não esqueça o caminho de seus deveres abandonando a sua ocupação, e tenha cuidado de não desonrar a sua profissão enquanto a pratica. Pense pequeno a respeito de você mesmo, mas não pense tão pequeno à respeito do seu chamado.

Todo o comércio legal poderá ser santificado através dos nobres fins do evangelho. Volte se para a Bíblia, e você encontrará muitas formas servis de trabalho conectados também com muitas obras audaciosos da fé, ou com pessoas que as vidas foram marcadas pela santidade. Portanto não desanime com o seu chamado. Seja qual for a posição que Deus lhe deu, ou seu trabalho, permaneça nele, ao menos que você se ausente com a certeza de um outro chamamento.

Que o seu primeiro cuidado seja glorificar a Deus até as suas últimas forças e onde você está. Encha a sua esfera presente com louvores ao Senhor, e se Ele precisar de você em algo diferente Ele irá lhe mostrar. Deixe de lado as ambições vergonhosas, e abrace pacificamente o que é fundamental.

Autor: Charles Hundon Spurgeon

quinta-feira, 20 de junho de 2019

O Batismo no Espírito Santo

O Espírito Santo foi enviado quando o Senhor, em Sua Vitória, em Sua obra perfeita, retornou para a Glória. O Espírito Santo foi enviado com o expresso propósito de trazer vitória para a vida do povo de Deus.

Agora, você tem ouvido o que o Mestre disse: “O Espírito a quem o Pai enviará em Meu Nome”? (João 14:26) O Espírito Santo veio em o Nome. Ele é o Espírito Santo. Ele é o Espírito humilde.- “Ele não falará de Si mesmo” (João 16:13): isto é parte do Nome. Ele é o "Espírito da fé" (2 Coríntios 4:13): isto é parte do Nome. Ele é o Espírito do amor - “O amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo” (Romanos 5:5): isto é parte do Nome. Ele é o Espírito da verdade - Como frequentemente Ele é chamado assim! Isto é parte do Nome.

E tudo isto é a Vitória, e então Ele o Senhor veio completou a Sua órbita, contendo o Nome da Sua Recompensa. O poder do Nome descansa sobre a natureza do Nome. O poder do Nome espera pela santidade, pela humildade, pelo amor; então o poder opera maravilhas. O Nome é glorificado sobre esse terreno.

No Espírito Santo estão reunidos todo o conteúdo e poder do Nome de Jesus, para trazer a Sua realidade para nossas vidas. Isso é o Batismo no Espírito Santo. Isso é o que é ser cheio do Espírito.

Oh, eu exorto você apenas para esclarecer a sua mente sobre essa questão. Porque? Porque uma distorção terrível tem sido dado pelo Diabo falsificando o batismo no Espírito Santo. Quando você utiliza essa frase hoje, imediatamente a mente das pessoas começam a ver figuras de histeria e atividades histéricas e estranhas, condições anormais. Você sabe o que quero dizer; e esta é a primeira coisa que as pessoas em nossos dias pensam quando mencionamos o batismo no Espírito Santo, porque ao menos que falemos em línguas você não terá recebido o Espírito Santo. Nunca houve uma mentira maior.

O falar em línguas está no fim da lista dos dons espirituais; e Paulo diz, “Todos vocês falam em línguas?” “Mas buscai os MELHORES dons” (1 Coríntios 12:30); e “Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos mas não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o címbalo que retine.” (1 Coríntios 13:1). O falar em línguas não está no topo da lista. É uma mentira que confunde toda a perspectiva, e o Diabo simplesmente montou um plano para se opor ao conteúdo completo do Nome. Essas coisas são a base do batismo do Espírito Santo. Deus nos livre de tudo o mais se o conteúdo completo do Nome não estiver presente em nós. Você pode ter profecia, etc., mas sem amor nada nos aproveitará. O batismo no Espírito Santo é principalmente, uma condição espiritual diante de Deus e dos homens - santidade, amor, verdade e humildade. Nos é dito para “provar todas as coisas” (1 Tessalonicenses 5:21). A prova do batismo no Espírito Santo de fato é a santidade, humildade, verdade, amor, fé e paz.

Não vamos hesitar em orar pelo batismo no Espírito Santo - vamos orar que o Senhor nos batizará com o Espírito Santo; mas vamos deixar que todo o nosso coração seja colocado sobre a glória do Nome, com toda a importância e Divino conteúdo. Seja o que fizermos exteriormente - todas as outras formas de expressão, se pregamos, testificamos, ou outra coisa - se estamos naturalmente no Nome, tudo irá bem.

Agora considere isso: você sabe que há uma história profunda envolvendo tudo isso - uma história muito grande. Toda a história de trágicas falhas no campo do serviço em casa ou longe dela: ineficiência, oposição, triunfos Satânicos - o Diabo ri no rosto do Senhor por causa dessas fraquezas. Ainda assim nunca uma oração é feita sem o rótulo, “no Nome de Jesus.” Quanto consideramos isso?

Muitos missionários têm desistido e retornado para casa, e muitos trabalhadores têm desistido, porque eles foram derrotados, derrubados, quebrados - porque a situação é muito para eles. Essas coisas deveriam ser assim? O que está errado? O Nome não é o mesmo como sempre … não é? Teria esse Nome perdido o poder? Ele não permanece exaltado à direita da Majestade nas Alturas?

Não, não apenas isso; Ele está aqui, e em nós. O Senhor está nos chamando para uma vida de profunda santidade, uma vida de profunda humildade, uma vida de profunda renúncia às próprias vontades, uma vida de amor profundo. Ele tem nos chamado para dentro de um estado espiritual mais profundo e elevado nesses assuntos… que o Nome seja honrado - o Nome seja glorificado. Se esse Nome não é honrado - nem glorificado - e Satanás continua sendo capaz de lançar vergonha sobre esse Nome, então tudo é encaminhado para algo falho, vida impura em algum aspecto - alguma falta de amor, humildade e fé.

Precisamos entregar a nós mesmos ao Senhor para que todo o significado do Nome seja realidade onde estamos, que sejamos verdadeiros em o Nome do Senhor Jesus, e que Sua natureza seja nossa e Seu poder manifestado através de nós.

Autor: T-Austin Sparks

Realidade Espiritual e Aparência Natural

No cenário bíblico podemos perceber a existência de duas dimensões que, para efeitos didáticos, vamos chamá-las de Realidade Espiritual e Aparência Natural. Elas emergem desde o encontro de Satanás com Eva e são representadas pelas duas árvores discriminadas como da vida e a do fruto do conhecimento do bem e do mal.

Após ceder à tentação, Eva e Adão são como transportados de uma dimensão para outra. Deus não planejava deixá-los sem conhecimento, mas iria fazer isso via árvore da vida, baseado na verdade. No entanto, a busca pelo conhecimento passou, desde então, a se dar levando em conta a aparência natural, de acordo com a mentira de Satanás.

Na dimensão da aparência natural, Satanás encontra condições para agir, baseando toda sua estratégia exclusivamente sobre a mentira, que é própria de sua natureza. Como ele não dispõe de nenhuma verdade, só lhe resta maquiar a mentira para dar-lhe a aparência de verdade. Ele procurará por todos os meios nos manter cativos a esta dimensão da aparência natural, até misturando um pouco de verdade à mentira com o intuito de apresentá-la como verdade pura. Seu objetivo é alcançado à medida que damos crédito aos seus enganos.

Já a verdade está na dimensão da realidade espiritual desde a sua base. É plenamente sólida e confiável. Contudo, devido ao pecado, seu acesso está vedado, só podendo ser alcançado por meio da fé que nos liberta mediante o conhecimento revelado dessa verdade.

Logo, de maneira geral, Satanás se esforça para impedir que usemos a fé; e, de maneira específica, para impedir nosso acesso à realidade espiritual, pois isso o desmascará completamente, escancarando seus ardis e disfarces e nos libertando completamente de suas garras. Ele não se importa tanto com que uma pessoa creia a ponto de receber uma cura física, desde que isso não implique a descoberta da realidade espiritual.

Quando o povo de Israel chegou à divisa da Terra Prometida, travou-se uma imensa batalha quase imperceptível aos olhos naturais, pois estas duas dimensões estavam em conflito no coração dos hebreus. Uma delas era representada pela postura de Josué e Calebe, que defendiam a realidade espiritual, enquanto a outra era assumida pelos dez espias restantes, que argumentavam baseados na aparência natural (Nm 13 e 14). Seguir a aparência natural era raciocinar de maneira lógica, mas seguir a realidade espiritual era uma decisão de fé. Esta prova servia para mostrar-lhes que, antes de habitarem na Terra Prometida, eles precisavam optar por viver baseados em uma das duas dimensões. Enquanto povo do Senhor, deveriam se estabelecer alicerçados na realidade espiritual, para diferenciar-se dos outros que se apoiavam na aparência natural. Fé e obediência são indissociáveis.

Outro exemplo bastante elucidativo é o episódio em que o exército da Síria cerca o profeta Eliseu. Seu moço, Geazi, vê apenas a aparência natural e se desespera, mas Eliseu ora para que seus olhos sejam abertos à realidade espiritual, e o jovem, então, enxerga as milícias celestiais sujeitando o exército inimigo (2 Rs 6.15-19).

Portanto, a tão propagada expressão “o justo viverá pela fé” significa que para nos mantermos na dimensão da realidade espiritual é necessário um exercício constante de fé, sem o que recuaremos e deixaremos de desfrutar do prazer do Senhor em nossa alma. Os ensinamentos de Jesus, com o sermão do monte, só podem ser compreendidos corretamente se olhados a partir do ponto de vista da realidade espiritual. Por isso, os judeus religiosos, fincados na aparência natural, tinham tanta dificuldade, para não dizer impossibilidade de assimilá-los.

Um dos embates mais tensos de Jesus com os judeus religiosos está registrado no capítulo 8 do evangelho de João. Não é para menos, pois ali o Senhor denúncia com toda a clareza a estratégia de como Satanás, historicamente, tenta sobrepor aparência natural à realidade espiritual.

É o auge da discussão de Jesus com os judeus, logo após a Festa dos Tabernáculos. Eles já haviam estabelecido o propósito de matá-lo. Engendram então uma armadilha levando até ele a mulher pega em adultério para colocá-lo em cheque da maneira mais extrema possível diante da lei de Moisés. Pretendiam encontrar um pecado evidente em Jesus para desmascará-lo diante do povo a fim de que fosse tido como impostor e assim ter justificativas para executá-lo. Se simplesmente concordasse com a intenção deles, a mulher morreria apedrejada e Jesus, embora livrasse a sua própria pele, se tornaria como um deles. Se, numa tentativa de poupar a vida dela, se opusesse ao apedrejamento e, portanto, contra a lei de Moisés, daria margem para a sua própria execução. No entanto, a situação que eles armaram não serviu para evidenciar o pecado de Jesus como pretendiam, e sim o deles - a busca de um pretexto para matar Jesus.

Em meio a muitos argumentos, Jesus passa a mostrar-lhes que a morte é uma obra do diabo e eles estão se associando a ele ao demonstrarem tanta ansiedade por vê-lo morto. Alerta-os de que estão se baseando na mentira, que é uma das características mais notáveis do diabo (Jo 8.44)

O engano dos judeus está sutilmente fundamentado em premissas verdadeiras, pois eles eram naturalmente filhos de Abraão, a lei de Moisés, era um fato concreto e estavam num lugar sagrado, o que dava a aparência de agirem corretamente, mas encobria-lhes o principal: a necessidade de uma atitude correta de coração de que trata a realidade espiritual. Ora, a aparência é insuficiente para dar base a um julgamento (Jo 7.24), já alertara Jesus. Por isso eles foram induzidos a uma conclusão falsa de que poderiam matar Jesus sem necessidade de um julgamento legítimo, ou se assim o constituíssem seria apenas para formalizar e dar aparência de legalidade à sentença de morte que já estava estabelecida no coração deles (Jo 7.25). Por essa razão recriminaram Nicodemos quando este sugeriu um julgamento honesto (Jo 7.50-52). Frustradas as tentativas de prender Jesus (Jo 7.30; 8.20), cogitaram apedrejá-lo (Jo 8.59), talvez com as mesmas pedras não utilizadas anteriormente no julgamento que armaram usando a mulher adúltera como pretexto.

É necessário escolher: se pretendemos, de fato, viver em comunhão, precisamos estar na dimensão da realidade espiritual, o que nos levará a experimentar quão agradável é a vontade de Deus. Mas se nos mantivermos presos à aparência natural, tentaremos sempre buscar o melhor em nós mesmos. O resultado, nesse caso, não será outro senão tristeza e engano.

Usar a fé para trocarmos o nosso ponto de vista pelo de Deus é usá-la para agradar-Lhe, deixando de lado o pecado e prosseguindo em conhecer e executar o Seu propósito. Se a considerarmos um recurso para a manutenção de nossa fidelidade, vamos descobrir que não devemos ter receio em viver segundo a vontade de Deus, pois ela é, de fato, infinitamente superior à nossa e sem concorrentes no que diz respeito a nos satisfazer plenamente. Vamos descobrir, como diz o salmista, que nossa felicidade é andar nos caminhos do Senhor, ansiar por Seus mandamentos e por Sua lei, desejar os Seus estatutos e desfrutar do prazer da Sua palavra.

Quando esse for o nosso sentimento a respeito da vontade do Senhor, saberemos que, pela fé, aprendemos a ver do ponto de vista dEle. Passaremos a ver a realidade espiritual que é invisível aos olhos naturais. É nessa dimensão que se experimenta a comunhão. Assim como pelo pecado o homem foi transferido para a dimensão da aparência natural, pela fé podemos ser restaurados à dimensão da realidade espiritual da comunhão.

Autor: Pedro Arruda
Extraído do livro, A Comunhão Nossa de Cada Dia

quarta-feira, 19 de junho de 2019

O Cristianismo pode Salvar o Mundo

Demonstrei a ineficácia de todas as principais tentativas de tratar da desagregação provocada pela religião no mundo atual. No entanto, o propósito dessas tentativas me agrada. No início do capitulo, falei do “terreno escorregadio” que toda religião costuma instalar no coração humano. Esse terreno escorregadio leva todos com grande facilidade à opressão. No entanto, dentro do cristianismo – o cristianismo robusto, ortodoxo existem fartos recursos capazes de transformar seus seguidores em agentes da paz no mundo. O cristianismo possui em si mesmo um poder notável de explicar e expurgar as tendências às divisões presentes no coração humano.

O cristianismo fornece uma base firme para o respeito aos indivíduos que professam outras religiões. Jesus parte do princípio de que os incrédulos na cultura a sua volta terão boa vontade para admitir que grande parte do comportamento cristão é “bom”. (Mt 5.16; cf. 1Pe 2.12). Isso pressupõe algumas zonas de coincidência entre a constelação cristã de valores e os valores de qualquer cultura específica e de qualquer outra religião. Qual é a razão dessas zonas de coincidência? Os cristãos acreditam que todos os seres humanos são criados à semelhança de Deus e com potencial de bondade e sabedoria. A doutrina bíblica da imagem universal de Deus, assim, leva os cristãos a ter esperança de que os incrédulos possam ser melhores que qualquer coisa que as suas crenças equivocadas os tenham levados a ser. A doutrina bíblica do pecado universal também leva os cristãos a ter consciência de que os crentes, na pratica podem ser piores que qualquer coisa que suas crenças ortodoxas poderiam leva-los a ser. Dessa forma, existe um vasto terreno para a cooperação respeitosa.

O cristianismo não só leva os seus adeptos a acreditar que os indivíduos de outras religiões possuem bondade e sabedoria para oferecer, como também a esperar que muitos levam uma vida moralmente superior a vida de muitos cristãos. Chamemos isso de visão do “aperfeiçoamento moral”. O cristianismo ensina exatamente o contrario. No entendimento cristão, Jesus não nos diz como viver de modo que mereçamos a salvação. Em vez disso, Sua vinda teve como propósito nos perdoar e nos salvar por meio de Sua vida e morte no nosso lugar. A graça de Deus não é dada aos que superam moralmente os seus semelhantes, mas os que admitem o próprio fracasso e reconhecem a necessidade que tem de um Salvador.

Os cristãos, assim, devem considerar a possibilidade de encontrar incrédulos muito mais bondosos, gentis, sábios e melhores do que eles. Por quê? Os crentes não são aceitos por Deus por seu desempenho moral, sua sabedoria ou virtude, mas em virtude da obra de Cristo realizada em favor deles. A maioria das religiões e filosofias da vida supõe que a condição espiritual da pessoa depende de suas realizações religiosas. Isso leva naturalmente seus adeptos a se sentirem superiores aqueles que não creem nem se comportam como eles. O evangelho cristão não deveria provocar tal feito.

É comum dizer que o “fundamentalismo” leva à violência, mas, como já vimos, todos nós possuímos compromissos fundamentais de fé, não sujeitos a verificação, que imaginamos serem superiores aos dos outros. Assim, a pergunta vital é: Que fundamentos da fé levariam aqueles que a professam a ser mais afetuosos e receptivos em relação aos que não compartilham a mesma fé? Que conjunto de crenças inevitavelmente exclusivas nos conduziria a um comportamento de humildade e de amor à paz?

Um dos paradoxos da História é a relação entre as crenças e práticas dos primeiros cristãos em comparação com as crenças e práticas da cultura que os cercavam.

As posturas religiosas do mundo grego-romano eram abertas e aparentemente tolerantes – todos tinham seu próprio deus. As práticas da cultura, porém, eram bastante cruéis. No mundo grego romano, altamente estratificado do ponto de vista econômico, havia uma enorme distância entre ricos e pobres. Os cristãos, ao contrário, insistiam na existência de um único Deus verdadeiro, Jesus Cristo Salvador, morto por nós. Suas vidas e práticas, contudo, eram incrivelmente receptivas com relação aos indivíduos marginalizados pela cultura vigente. Entre os primeiros cristãos havia gente de diferentes raças e classes, o que parecia escandaloso para os que o cercavam. O mundo grego-romano costumava desprezar os pobres, mas os cristãos se mostravam generosos não apenas com seus próprios pobres, como também com aqueles de outras religiões. Na sociedade em geral, as mulheres desfrutavam de uma condição bem inferior, sujeitas a altos índices de infanticídio de meninas, casamentos impostos e a carências de igualdade econômica. O cristianismo proveu as mulheres de uma segurança e uma igualdade muito maiores que os existentes até então no antigo mundo clássico. Durante as terríveis pestes urbanas dos dois primeiros séculos, os cristãos cuidavam de todos os doentes e moribundos das cidades, com frequência pagando com a própria vida.

Por que um sistema de fé tão exclusivista levaria a um comportamento tão receptivo em relação aos demais indivíduos? Porque o sistema de fé cristã possuía em seu âmago o recurso mais forte possível para estimular a prática do sacrifício, da generosidade e da conciliação. No próprio núcleo de sua visão da realidade estava um homem que havia morrido pelos inimigos, implorando que eles fossem perdoados. Refletir sobre isso só poderia levar uma forma radicalmente diversa de lidar com a diferença. Significava que os cristãos não poderiam agir com violência e opressão sobre os seus opositores.

Não há como nos esquivar do fato de que a igreja cometeu injustiças em nome de Cristo, mas quem é capaz de negar que as forças das crenças mais fundamentais dos cristãos pode constituir um poderoso estímulo para a paz em nosso mundo conturbado?

Autor: Timothy Keller
Extraído do livro; A Fé na Era do Ceticismo

 A Fé na Era do Ceticismo, Timothy Keller


terça-feira, 18 de junho de 2019

Atitudes em Relação à Tribulação

Quando falamos em “tribulação”, muitos pensam imediatamente nos cenários dos fins dos tempos. Entretanto, nós também precisamos olhar para nossa atitude em relação às adversidades em geral. Como um crente normal deve reagir em tempos de dificuldades?

No Novo Testamento, a palavra grega thlipsis é traduzida como “tribulação, aflição, problema, angústia, perseguição, peso e pressão”. Ela aparece 45 vezes no texto do Novo Testamento. Em uma pesquisa simples das referências, 7 delas não parecem ser relevantes ao assunto; em 38, fala sobre sermos fortalecidos, auxiliados, encorajados ou resgatados nos tempos de adversidade e nenhuma vez existe uma promessa de que o crente não encontrará adversidade ou será removido do mundo com o propósito de não precisar enfrentar adversidades.

45 vezes – thlipsis: 7 vezes - irrelevantes; 38 vezes -auxílio-encorajamento-resgate; Nenhuma vez- evitar-remoção.

45: 7-38-0

O equivalente em hebraico é צרה, tsarah, que é traduzido de maneira semelhante como “problema, aflição, adversidade, angústia, tribulação, aperto”. Ela aparece 73 vezes na Lei e nos Profetas (Antigo Testamento). Novamente, numa rápida pesquisa, 3 menções não parecem ser relevantes; em 1 delas, fala sobre ser removido ou evitar algo e em 69 textos fala de clamar a Deus, ser protegido, resgatado e fortalecido. Grande parte das orações nos Salmos tem a ver com clamores a Deus durante uma adversidade. O conceito hebraico de salvação é ser resgatado e protegido durante ataques de um inimigo.

73 vezes – tsarah: 3 vezes - irrelevantes; 69 vezes - auxílio, salvação, 1 vez -evitar-remoção.

73: 3-69-1

Não Estamos Sozinhos
Um dos aspectos de nossa fé é lidar com os tempos de dificuldade. Deus é particularmente presente em tempos de angústia (Salmos 46.1 e 91.15). Já que a imoralidade prevalece na cultura do mundo, a experiência normativa para aqueles que querem andar em retidão é ser obrigado a enfrentar adversidade.

Uma de minhas preocupações sobre o ensinamento do “arrebatamento antes da tribulação” não é somente sua escatologia incorreta, mas a atitude geral sobre enfrentar adversidades. A fé nos ajuda quando estamos no meio das dificuldades. Deus nos resgata durante as provações e tribulações. O caráter é desenvolvido quando se lida com situações de dificuldades com fidelidade e paciência. Avivamentos são frequentemente acompanhados por perseguições.

Qual Semente Você É?
A pessoa que não sabe como responder a uma adversidade é como a “segunda” semente da parábola de Yeshua em Mateus 13.21: “mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza”.

Tanto a mensagem do “arrebatamento antes da tribulação” quanto a do “apenas conforto” estão criando crentes sem raiz ou caráter, que não serão capazes de perseverar durante os dias de dificuldades que estão diante de nós. Muitos se desviarão rapidamente, como na parábola de Yeshua. Responder às adversidades pela fé e conhecer o poder de Deus para um livramento diário são extremamente importantes para nossa geração.

Atos 14.22 – “Fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.”

A mensagem em toda a Bíblia nos dá tremenda força para os tempos de adversidade. Temos vitória no meio das dificuldades, mas não podemos evitá-las por completo.

Autor: Asher Intrater
Extraído do newsletter do dia 19/12/2017 do ministério Revive Israel.

domingo, 16 de junho de 2019

Idolatria Cristã

“Acaso, fará o homem para si deuses que, de fato, não são deuses?” (Jeremias 16.20)

Um dos grandes e incômodos pecados do antigo Israel foi a idolatria. Entretanto, o Israel espiritual possui a tendência de se inclinar nesta mesma direção. Mamom ainda introduz seu bezerro de ouro e os templos do orgulho não são abandonados. O ego, em suas várias manifestações, luta para colocar sob o seu domínio os filhos de Deus e, a carne ergue altares onde quer que encontre espaço para eles. Filhos amados acima de tudo são a causa de muitos pecados entre os crentes. O Senhor se entristece quando nos vê amando-os com medida excessiva. Filhos mimados podem se tornar uma maldição tão grande para nós como Absalão o foi para Davi, ou serão tirados de nós para deixar nossos lares desolados. Se os crentes desejam ter espinhos em seus travesseiros, devem amar excessivamente os seus queridos.

É dito, em verdade, “que estas coisas não são deuses”, pois os objetos de nosso amor tolo são bênçãos muito duvidosas, o consolo que eles nos dão agora é perigoso e, a ajuda que podem nos dar em momentos de dor é, na verdade, pequena. Por que somos tão vaidosos? Temos dó dos pagãos que adoram ídolos de pedra, mas adoramos um deus de carne. Onde está a ampla superioridade de um deus de carne em relação a um deus de pedra? Em ambos os casos, o princípio é o mesmo. Mas, em nosso caso, a ofensa é mais grave porque temos mais luz e pecado diante da luz que possuímos. Os pagãos se inclinam diante de um deus falso mas, eles nunca conheceram o Deus verdadeiro. Cometemos dois erros. Esquecemos o Deus vivo e nos voltamos para os ídolos. Que o Senhor purifique a todos nós desta iniquidade horrível!

O ídolo mais querido que já conheci, Não importa qual seja esse ídolo; Ajuda-me a destruí-lo de teu trono E adorar tão-somente a Ti.

Autor: C.H. Spurgeon
Extraído do Devocional Diário do blog do Ministério Fiel

Cruz e o Ego

“Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz, e siga-me” — (Mateus 16:24).

Antes de desenvolver o tema deste verso, comentemos os seus termos. “Se alguém”: o dever imposto é para todos os que desejam se unir aos seguidores de Cristo e alistar sob a Sua bandeira. “Se alguém quer”: o grego é muito enfático, significando não somente o consentimento da vontade, mas o pleno propósito de coração, uma resolução determinada. “Vir após mim”: como um servo sujeito ao seu Mestre, um estudante ao seu Professor, um soldado ao seu Capitão. “Negue”: o grego significa “negar totalmente”. Negar a si mesmo: sua natureza pecaminosa e corrompida. “E tome”: não passivamente sofra ou suporte, mas assuma voluntariamente, adote ativamente. “Sua cruz”: que é desprezada pelo mundo, odiada pela carne, mas que é a marca distintiva de um cristão verdadeiro. “E siga-me”: viva como Cristo viveu — para a glória de Deus.

O contexto imediato é mais solene e impressionante. O Senhor Jesus tinha acabado de anunciar aos Seus apóstolos, pela primeira vez, a aproximação de Sua morte de humilhação (v. 21). Pedro se assustou, e disse, “Tem compaixão de Ti, Senhor” (v. 22). Isto expressou a política da mente carnal. O caminho do mundo é a procura para si mesmo e a defesa de si mesmo. “Tenha compaixão de ti” é a soma de sua filosofia. Mas a doutrina de Cristo não é “salva a ti mesmo”, mas sacrifica a ti mesmo. Cristo discerniu no conselho de Pedro uma tentação de Satanás (v. 23), e imediatamente a rejeitou. Então, voltando-se para Pedro, disse: Não somente “deve” o Cristo subir à Jerusalém e morrer, mas todo aquele que desejar ser um seguidor dEle, deve tomar sua cruz (v. 24). O “deve” é tão imperativo num caso como no outro. Mediatoriamente, a cruz de Cristo permanece sozinha; mas experiencialmente, ela é compartilhada por todos que entram na vida.

O que é um “cristão”? Alguém que sustenta membresia em alguma igreja terrena? Não. Alguém que crê num credo ortodoxo? Não. Alguém que adota um certo modo de conduta? Não. O que, então, é um cristão? Ele é alguém que renunciou a si mesmo e recebeu a Cristo Jesus como Senhor (Colossenses 2:6). Ele é alguém que toma o jugo de Cristo sobre si e aprende dEle que é “manso e humilde de coração”. Ele é alguém que foi “chamado à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (1 Coríntios 1:9): comunhão em Sua obediência e sofrimento agora, em Sua recompensa e glória no futuro sem fim. Não há tal coisa como pertencer a Cristo e viver para agradar a si mesmo. Não cometa engano neste ponto, “E qualquer que não tomar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:27), disse Cristo. E novamente Ele declarou, “Mas aquele (ao invés de negar a si mesmo) que me negar diante dos homens (não “para” os homens: é conduta, o caminhar, que está aqui em vista), também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mateus 10:33).

A vida cristã começa com um ato de auto-renúncia, e é continuada pela auto-mortificação (Romanos 8:13). A primeira pergunta de Saulo de Tarso, quando Cristo o apreendeu, foi, “Senhor, que queres que eu faça?”. A vida cristã é comparada com uma “corrida”, e o corredor é chamado para “deixar todo embaraço e o pecado que tão de perto nos assedia” (Hebreus 12:1), cujo “pecado” é o amor por si mesmo, o desejo e a determinação de ter o nosso “próprio caminho” (Isaías 53:6). O grande alvo, fim e tarefa posta diante do Cristão é seguir a Cristo — seguir o exemplo que Ele nos deixou (1 Pedro 2:21), e Ele “não agradou a si mesmo” (Romanos 15:3). E há dificuldades no caminho, obstáculos na estrada, dos quais o principal é o ego. Portanto, este deve ser “negado”. Este é o primeiro passo para se “seguir” a Cristo.

O que significa para um homem “negar a si mesmo” totalmente? Primeiro, isto significa a completa repudiação de sua própria bondade. Significa cessar de descansar sobre quaisquer obras nossas, para nos recomendar a Deus. Significa uma aceitação sem reservas do veredicto de Deus que “todas as nossas justiças [nossas melhores performances], são como trapo da imundícia” (Isaías 64:6). Foi neste ponto que Israel falhou: “Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus” (Romanos 10:3). Agora, contraste com a declaração de Paulo: “E seja achado nEle, não tendo justiça própria” (Filipenses 3:9).

Para um homem “negar a si mesmo” totalmente, deverá renunciar completamente sua própria sabedoria. Ninguém pode entrar no reino dos céus, a menos que tenha se tornado “como criança” (Mateus 18:3). “Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito!” (Isaías 5:21). “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (Romanos 1:22). Quando o Espírito Santo aplica o Evangelho em poder numa alma, é para “destruir os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2 Coríntios 10:5). Um moto sábio para o todo cristão adotar é “não te estribes no teu próprio entendimento” (Provérbios 3:5).

Para um homem “negar a si mesmo” totalmente, deverá renunciar completamente sua própria força. É “não confiar na carne” (Filipenses 3:3). É o coração se curvando à declaração positiva de Cristo: “Sem mim, nada podeis fazer” (João 15:5). Este é o ponto no qual Pedro falhou: (Mateus 26:33). “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Provérbios 16:18). Quão necessário é, então, que prestemos atenção à 1 Coríntios 10:12: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia”! O segredo da força espiritual reside em reconhecer nossa fraqueza pessoal: (veja Isaías 40:29; 2 Crônicas 12:9). Então, “fortifiquemo-nos na graça que há em Cristo Jesus” (2 Timóteo 2:1).

Para um homem “negar a si mesmo” totalmente, deverá renunciar completamente sua própria vontade. A linguagem do não-salvo é, “Não queremos que este Homem reine sobre nós” (Lucas 19:14). A atitude do cristão é, “Para mim, o viver é Cristo” (Filipenses 1:21) — honrá-Lo, agradá-Lo, servi-Lo. Renunciar sua própria vontade significa atender à exortação de Filipenses 2:5, “Que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”, o qual é definido nos versos que imediatamente seguem como de abnegação. É o reconhecimento prático de que “não sois de vós mesmos, porque fostes comprados por bom preço” (1 Coríntios 6:19,20). É dizer com Cristo, “Não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres” (Marcos 14:36).

Para um homem “negar a si mesmo” totalmente, deverá renunciar completamente suas luxúrias ou desejos carnais. “O ego do homem é um feixe de ídolos” (Thomas Manton, Puritano), e estes ídolos devem ser repudiados. Os não-cristãos são “amantes de si mesmos” (2 Timóteo 3:1); mas aquele que foi regenerado pelo Espírito diz com Jó, “Eis que sou vil” (40:4), “Eu me abomino” (42:6). Dos não-cristãos está escrito, “todos buscam o que é seu e não o que é de Cristo Jesus” (Filipenses 2:21); mas dos santos de Deus está registrado,“eles não amaram a sua vida até à morte” (Apocalipse 12:11). A graça de Deus está “ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente” (Tito 2:12).

Esta negação do ego que Cristo requer de todos os Seus seguidores deve ser universal. Não há nenhuma reserva, nenhuma exceção feita: “Nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Romanos 13:14). Deve ser constante, não ocasional: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lucas 9:23). Deve ser espontânea, não forçada, realizada com satisfação, não relutantemente: “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens” (Colossenses 3:23). Ó, quão impiamente o padrão que Deus colocou diante de nós tem sido rebaixado! Como isso condena a vida acomodada, agradável à carne e mundana de tantos que professam (mas, de maneira vã) que eles são “cristãos”!

“E tome a sua cruz”. Isto se refere não à cruz como um objeto de fé, mas como uma experiência na alma. Os benefícios legais do Calvário são recebidos através do crer, quando a culpa do pecado é cancelada, mas as virtudes experimentais da Cruz de Cristo são somente desfrutadas à medida que somos, de um modo prático, “conformados com a Sua morte” (Filipeneses 3:10). É somente à medida que realmente aplicamos a cruz às nossas vidas diárias, regulamos nossa conduta pelos seus princípios, que ela se torna eficaz sobre o poder do pecado que habita em nós. Não pode haver ressurreição onde não há morte, e não pode haver andar prático “em novidade de vida” até que “carreguemos no corpo o morrer do Senhor Jesus” (2 Coríntios 4:10). A “cruz” é o sinal, a evidência, do discipulado cristão. É sua “cruz”, e não o seu credo, que distingue um verdadeiro seguidor de Cristo do mundano religioso.

Agora, no Novo Testamento a “cruz” tem o significado de realidades definidas. Primeiro, ela expressa o ódio do mundo. O Filho de Deus veio aqui não para julgar, mas par salvar; não para punir, mas para redimir. Ele veio aqui “cheio de graça e verdade”. Ele sempre esteve à disposição dos outros: ministrando aos necessitados, alimentando os famintos, curando os enfermos, libertando os possessos pelo demônio, ressuscitando os mortos. Ele era cheio de compaixão: gentil como um cordeiro; inteiramente sem pecado. Ele trouxe com Ele felizes notícias de grande alegria. Ele procurou os perdidos, pregou aos pobres, todavia, não desdenhou dos ricos; Ele perdoou pecadores. E, como Ele foi recebido? Que tipo de recepção os homens Lhe deram? Eles O “desprezaram e rejeitaram” (Isaías 53:3). Ele declarou, “Eles Me odeiam sem uma causa” (João 15:25). Eles tiveram sede de Seu sangue. Nenhuma morte ordinária os apaziguaria. Eles demandaram que Ele deveria ser crucificado. A Cruz, então, foi a manifestação do ódio inveterado do mundo pelo Cristo de Deus.

O mundo não mudou, não mais do que o etíope pode mudar sua pele ou o leopardo suas manchas. O mundo e Cristo ainda estão em aberto antagonismo. Por conseguinte, está escrito: “Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4). É impossível andar com Cristo e comungar com Ele, até que tenhamos nos separado do mundo. Andar com Cristo necessariamente envolve compartilhar Sua humilhação: “Saiamos, pois, a Ele, fora do arraial, levando o seu vitupério” (Hebreus 13:13). Isto foi o que Moisés fez (veja Hebreus 11:24-26). Quanto mais próximo eu andar de Cristo, mais eu serei mal-entendido (1 João 3:2), ridicularizado (Jó 12:4) e detestado pelo mundo (João 15:19). Não cometa engano aqui: é extremamente impossível continuar com o mundo e ter comunhão com o Santo Cristo. Portanto, “tomar” minha “cruz” significa, que eu deliberadamente convido a inimizade do mundo através da minha recusa em ser “conformado” a ele (Romanos 12:2). Mas, o que importa o olhar carrancudo do mundo, se estou desfrutando os sorrisos do Salvador?

Tomar minha “cruz” significa uma vida voluntariamente rendida a Deus. Como o ato dos homens ímpios, a morte de Cristo foi um assassinato; mas como o ato do próprio Cristo, foi um sacrifício voluntário, oferecendo a Si mesmo a Deus. Foi também um ato de obediência a Deus. Em João 10:18 Ele disse, “Ninguém a [Sua vida] tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou”. E por que Ele o fez? Suas próximas palavras nos dizem: “Este mandato recebi de meu Pai”. A cruz foi a suprema demonstração da obediência de Cristo. Nesta Ele foi o nosso Exemplo. Uma vez mais citamos Filipenses 2:5: “Que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. E nos versos seguintes nós vemos o Amado do Pai tomando a forma de um Servo, e tornando-Se “obediente até a morte, e morte de cruz”. Agora, a obediência de Cristo deve ser a obediência do cristão — voluntária, alegre, sem reservas, contínua. Se esta obediência envolve vergonha e sofrimento, acusação e perda, não devemos nos acovardar, mas por o nosso rosto “como um seixo” (Isaías 50:7). A cruz é mais do que o objeto da fé do cristão, ela é o sinal de discipulado, o princípio pelo qual sua vida deve ser regulada. A “cruz” significa rendição e dedicação a Deus: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Romanos 12:1).

A “cruz” significa serviço vicário e sofrimento. Cristo deu a Sua vida pelos outros, e Seus seguidores são chamados a estarem dispostos para fazerem o mesmo: “Devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 João 3:16). Esta é a lógica inevitável do Calvário. Somos chamados para seguir o exemplo de Cristo, para a companhia de Seus sofrimentos, e para ser participantes em Seu serviço. Assim como Cristo “a si mesmo se esvaziou” (Filipenses 2:7), assim devemos fazer. Assim como Ele “veio para servir, e não para ser servido” (Mateus 20:28), assim devemos ser. Assim como Ele “não agradou a si mesmo” (Romanos 15:3), assim devemos fazer. Assim como Ele lembrou dos outros, assim devemos lembrar: “Lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles; dos que sofrem maus tratos, como se, com efeito, vós mesmos em pessoa fôsseis os maltratados” (Hebreus 13:3).

“Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á” (Mateus 16:25). Palavras quase idênticas a estas são encontradas novamente em Mateus 10:39. Marcos 8:35, Lucas 9:24; 17:33, João 12:25. Certamente, tal repetição mostra a profunda importância de notar e prestar atenção a este dito de Cristo. Ele morreu para que nós pudéssemos viver (João 12:24), e assim devemos fazer (João 12:25). Como Paulo, devemos ser capazes de dizer “Em nada tenho a minha vida por preciosa” (Atos 20:24). A “vida” que é vivida para a gratificação do ego neste mundo, está “perdida” para eternidade; a vida que é sacrificada para os interesses próprios e rendida a Cristo, será “achada” novamente, e preservada durante toda a eternidade.

Um jovem universitário graduado, com prospectos brilhantes, respondeu ao chamado de Cristo para uma vida de serviço a Ele na Índia, entre a casta mais baixa dos nativos. Seus amigos exclamaram: “Que tragédia! Uma vida lançada fora!” Sim, “perdida”, até onde diz respeito a este mundo, mas “achada” novamente no mundo porvir!

Autor: Arthur W. Pink
Extraído do Blog Voltemos ao Evangelho do Ministério Fiel

Retendo a Fé em um Tempo de Incredulidade

Cidade sobre um monte
“A maior questão do nosso tempo”, disse o historiador Will Durant, “não é o comunismo versus o individualismo, nem a Europa contra a América, nem mesmo o Oriente contra o Ocidente; é se os homens podem viver sem Deus”. Essa pergunta, ao que parece, será respondida em nossos próprios dias.

Por séculos, a igreja cristã tem sido o centro da civilização ocidental. A cultura, o governo, a lei e a sociedade ocidentais eram baseados em princípios explicitamente cristãos. A preocupação com o indivíduo, o compromisso com os direitos humanos e o respeito pelo bem, pelo belo e pelo verdadeiro — tudo isso decorreu das convicções cristãs e da influência da religião revelada.

Tudo isso, apressamo-nos a acrescentar, está sob ataque sério. A própria noção de certo e errado é rejeitada por grandes setores da sociedade brasileira. Onde não é rejeitada, muitas vezes é indesejada. Seguindo o exemplo do livro “Alice nos País das Maravilhas”, os secularistas modernos simplesmente declaram o errado, certo e o certo, errado.

Um novo panorama
O teólogo quaker D. Elton Trueblood certa vez descreveu a América como uma “civilização de flores cortadas”. Nossa cultura, ele argumentou, está cortada de suas raízes cristãs como uma flor cortada de seu caule. Embora a flor mantenha sua beleza por algum tempo, ela está destinada a murchar e morrer.

Quando Trueblood falou essas palavras há mais de duas décadas, a flor ainda tinha alguma cor e sinais de vida. Mas a flor há muito tempo perdeu sua vitalidade, e é hora de as pétalas caídas serem reconhecidas.

“Se Deus não existe”, argumentou Ivan Karamazov, de Fiodor Dostoiévski, “tudo é permitido”. A permissividade da sociedade brasileira moderna dificilmente pode ser exagerada, mas pode ser atribuída diretamente ao fato de homens e mulheres modernos agirem como se Deus não existisse ou fosse impotente para realizar a sua vontade.

A igreja cristã agora se encontra diante de uma nova realidade. A igreja não representa mais o núcleo central da cultura ocidental. Embora permaneçam postos avançados de influência cristã, são exceções e não a regra. Na maior parte, a igreja foi substituída pelo reinado do secularismo.

O jornal diário produz uma barreira constante que confirma o estado atual da sociedade brasileira. Esse tempo não é o primeiro a ver o horror e o mal indescritíveis, mas é o primeiro a negar qualquer base consistente para identificar o mal como mal ou o bem como bem.

A igreja fiel é, em sua maior parte, tolerada como uma voz na arena pública, mas somente enquanto não tenta exercer qualquer influência credível no estado das coisas. Se a igreja falar com veemência sobre uma questão de debate público, ela é criticada como coercitiva e desatualizada.

Um novo papel
Como a igreja pensa em si mesma ao encarar essa nova realidade?
Durante a década de 1980, era possível pensar em termos ambiciosos sobre a igreja como a vanguarda de uma maioria moral. Essa confiança tem sido seriamente abalada pelos acontecimentos da última década.

Um pequeno progresso em direção ao restabelecimento de um centro de gravidade moral podia ser detectado. Contudo, a cultura mudou rapidamente para um abandono mais completo de toda convicção moral.

A igreja confessional agora deve estar disposta a ser uma minoria moral, se é isso que os tempos exigem. A igreja não tem o direito de seguir o canto da sereia secular em direção ao revisionismo moral e posições politicamente corretas sobre os problemas atuais.

Qualquer que seja a questão, a igreja deve falar como a igreja, ou seja, como a comunidade dos caídos, mas redimidos, que estão sob a autoridade divina. A preocupação da igreja não é conhecer a sua própria mente, mas conhecer e seguir a mente de Deus. As convicções da igreja não devem emergir das cinzas de nossa própria sabedoria caída, mas da Palavra autoritativa de Deus, que revela a sabedoria de Deus e os seus mandamentos.

A igreja deve ser uma comunidade de caráter; e o caráter de um povo que está sob a autoridade do Deus soberano do universo inevitavelmente estará em desacordo com uma cultura de incredulidade.

Um antigo chamado
A igreja enfrenta uma nova situação. Esse novo contexto é tão atual quanto o jornal da manhã e tão antigo quanto as primeiras igrejas cristãs em Corinto, Éfeso, Laodicéia e Roma. A eternidade registrará se a igreja está disposta a se submeter apenas à autoridade de Deus ou se a igreja perderá o seu chamado para servir a deuses menores.

A igreja deve despertar para o seu status de minoria moral e se apegar ao evangelho que nos foi confiado para ser pregado. Ao fazê-lo, as fontes profundas da verdade eterna revelarão que a igreja é um oásis vivificante em meio ao deserto moral do mundo.

Autor: Albert Mohler Jr
Extraído do blog Voltemos ao Evangelho do Ministério Fiel
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Albert Mohler Jr. é reconhecido como um dos líderes mais influentes dos Estados Unidos pelas revistas Time e Christianity Today. Possui um programa no rádio que é transmitido em mais de 80 estações em todo o país. É presidente da escola mais importante da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, a Southern Baptist Theological Seminary.

Conhecer em Quem Cremos

Mas o que fora curado não sabia quem era.” (João 5.13)

Os anos são curtos para os felizes e saudáveis. Mas trinta e oito anos de enfermidade devem ter se arrastado por longo espaço de tempo para esse homem infeliz e desamparado. Quando Jesus o curou por meio de uma palavra, enquanto esse homem jazia próximo ao tanque de Betesda, ele se tornou feliz e consciente de que uma mudança ocorrera. De modo semelhante, o pecador que tem sido paralisado pelo desespero por semanas e meses, e que tem suspirado por salvação, se torna bastante cônscio de que uma mudança lhe ocorre, quando o Senhor Jesus profere uma ordem de poder e lhe outorga felicidade e paz. O mal removido é tremendamente grande para que não tenhamos discernimento de que tal remoção se realizou. A vida concedida é notável demais para ser possuída e permanecer inoperante e, a mudança realizada é por demais maravilhosa para não ser observada. Apesar disso, aquele pobre homem ignorava quem era o Autor de sua cura.

Ele não conhecia a santidade daquele Ser, as obras que Ele sustentava, ou a missão que O trouxe de volta ao meio dos homens. Muita ignorância quanto ao Senhor Jesus pode restar nos corações que ainda sentem o poder do sangue dele. Não podemos condenar precipitadamente os homens por sua falta de conhecimento. Temos de crer que a salvação foi outorgada àquele em quem podemos ver a fé salvífica . O Espírito Santo torna um homem em alguém arrependido muitos antes de torná-lo santo.

Aquele que crê no que conhece, logo conhecerá mais claramente aquilo em que crê. No entanto, a ignorância é um mal. Esse pobre homem foi atormentado pelos fariseus e se mostrou incapaz de contender com eles. É bom ser capaz de enfrentar oposições, mas não podemos fazer isso, se não conhecemos bem o Senhor Jesus. Contudo, a ignorância desse homem logo foi curada, quando o Senhor o encontrou no templo. Após essa graciosa manifestação, o homem testemunhou que fora o Senhor Jesus quem o tornara sadio. Ó Senhor, se me salvaste, mostra-Te a mim, a fim de que possa falar de Ti aos filhos dos homens.

Autor: C.H. Spurgeon
Extraído do blog Voltemos ao Evangelho do Ministério Fiel

Pais, Atenção às Práticas Espirituais dos Filhos

Pais, não tomem o provérbio bíblico ensina a criança e trate-o como uma promessa, assumindo que, se fizerem tudo certo em sua paternidade e maternidade, seus filhos irão bem. Provérbios são verdades gerais, não promessas específicas. Além disso, quando consideramos o contexto geral da Bíblia, vemos quão contraproducente é tentar treinar nossos filhos para confiarem em Deus se o que mostramos para eles é que confiamos em nosso treinamento.

Mas, apesar de colocarmos a nossa esperança em relação aos nossos filhos em Deus, não em nosso treinamento, reconhecemos como esse provérbio nos ensina a treinar seriamente os nossos filhos — tanto para onde guiá-los quanto também para pastorearmos os seus corações. E parte desse pastoreio e orientação inclui o efeito de uma cultura familiar.

Em um novo estudo LifeWay Research entrevistou 2.000 protestantes e não-denominacionais que iam à igreja pelo menos uma vez por mês e têm filhos adultos entre 18 a 30 anos. O objetivo do projeto era descobrir quais práticas dos pais eram comuns nas famílias onde os jovens adultos permaneciam na fé. O que afetou o desenvolvimento moral e espiritual deles? Quais os fatores que se destacavam?

Vocês podem esperar que os cultos de adoração familiar desempenham um papel importante, ou o simples hábito de comer em torno da mesa. Talvez vocês esperariam que uma criança que frequentou uma escola cristã fosse mais tendente a seguir Jesus do que uma criança que estudou em escola pública. Todos têm ideias sobre quais práticas são positivas para crianças.

A pesquisa indicou que as crianças que permaneceram fiéis como jovens adultos (se identificando como cristãos, compartilhando a sua fé, permanecendo na igreja, lendo a Bíblia e assim por diante) cresceram em lares onde certas práticas estavam presentes.

Leitura bíblica
O maior fator foi a leitura da Bíblia. Crianças que liam regularmente a Bíblia enquanto cresciam eram mais propensas a ter uma vida espiritual vibrante quando se tornaram adultos. Essa estatística não me surpreende. A Palavra de Deus é poderosa. A Bíblia revela a grande história de nosso mundo e nos ajuda a interpretar as nossas vidas e a tomar decisões no âmbito de uma cosmovisão bíblica. A leitura da Bíblia é um constante lembrete de que vivemos como seguidores de Deus. Nosso Rei falou. Ele reina sobre nós. Nós desejamos andar em seus caminhos.

Oração e serviço
Mais dois fatores seguem bem atrás: oração e serviço na igreja. A prática da oração não foi especificada, se era privada ou congregacional, antes das refeições ou antes da hora de dormir, ou pela manhã. Porém, a oração estava presente.

Observe que o fator relacionado à igreja é sobre o serviço, não apenas a frequência. Não era apenas que os pais levassem os seus filhos para a igreja (onde o “pastor profissional” poderia nutri-los espiritualmente), mas que as crianças eram incluídas e integradas na igreja através do serviço. O hábito de servir aos outros na igreja e na comunidade provavelmente formou esses jovens adultos de um modo que os impediu de se identificarem apenas como “consumidores” da igreja, mas sim como contribuintes da edificação do povo de Deus. Um pouco abaixo na lista, as viagens missionárias da igreja aparecem como outro indicador do poder do serviço ativo.

Canto de músicas cristãs
O que pode surpreender vocês é quão alto na lista estava esse fator: ouvir principalmente músicas cristãs. A música contemporânea cristã tem uma má reputação atualmente, em geral por ser mais inspiracional do que teológica (embora eu acredite que este estereótipo não é verdadeiro em todos os casos). Ainda assim, não devemos descartar a verdade por trás da antiga observação de Agostinho de que nós cantamos a verdade em nossos corações. Quando cantamos juntos como congregações e quando louvamos a Deus individualmente ou cantamos músicas que fortalecem a nossa fé, enfatizamos a beleza da nossa fé. (Também foi notável descobrir abaixo na lista que ouvir principalmente música secular foi um indicador que afetou negativamente a vida espiritual).

Cultura, não programas
Há décadas, muitos cristãos têm assumido que certos programas da igreja são os fatores-chave no desenvolvimento espiritual de uma criança: escola bíblica de férias, atividades de grupos de jovens, escola dominical, e assim por diante. Mas esse estudo mostra que tais programas têm um impacto quando estão conectados a hábitos consistentes de oração, leitura bíblica, louvor e serviço. É a cultura familiar e da igreja, e o que mais importa é o fato que eles integram as crianças e os jovens em disciplinas espirituais, e não o modo como isso acontece.

Também é impressionante o impacto do exemplo dos pais em relação a lerem a Escritura, participarem de projetos de serviço, compartilharem a sua fé e pedirem perdão após pecar. Em outras palavras, quanto mais a vida cristã penitente e alegre fosse exemplificada, as crianças mais provavelmente ​​permaneceriam na fé.

O poder da imitação e do ambiente
A pesquisa não deve ser mal utilizada de forma a transformar as crianças em “páginas em branco”. Não existe uma fórmula perfeita para pais e, como mencionei acima, ninguém deve assumir que existe uma fórmula ou método infalível para garantir o resultado de um filho crente. Não superestimem o seu poder. O Espírito Santo é quem salva, não vocês.

Contudo, também não subestimem o poder do Espírito agir através do ambiente que vocês criam para o seu lar. Existe um poder na fiel imitação cristã. As crianças são mais propensas a se arrependerem e pedirem perdão quando viram os pais fazerem isso e quando experimentaram a graça nas relações humanas. As crianças são mais propensas a aspirar ao cristianismo fiel quando veem o serviço alegre como uma virtude exemplificada no lar.

    - Que tipo de cultura desejamos em nossos lares e igrejas?
    - Que espaço criamos para que nossos filhos floresçam?
    - Como enraizamos nossas famílias na Palavra de Deus?
    - Como estamos exemplificando a oração e o arrependimento?
    - Como a fidelidade é demonstrada em nosso lar?
    - Quais são as músicas que estão em nossos corações e em nossos lábios?
    - Como estamos cumprindo a Grande Comissão?

Façamos essas perguntas e supliquemos a Deus que opere em nós e através de nós, para a sua glória e para o bem de nossas famílias.

Autor: Trevin Wax
Extraído do Blog Voltemos ao Evangelho do Ministério Fiel
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Trevin Wax é editor das categorias Bíblia e Referência do LifeWay Christian Resources e tem servido como redator-chefe do The Gospel Project, um currículo para pequenos grupos para todas as idades, centrado no evangelho. Contribui para inúmeras publicações, incluindo The Washington Post, Religion News Science, Christianity Today e World. Trevin escreve diariamente no Kingdom People, um blog hospedado pelo The Gospel Coalition.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Co-Herdeiros com Cristo

Co-herdeiros com Cristo. - Romanos 8:17

Os infinitos domínios do universo do Pai são, por direito prescribente, de Cristo. Como “herdeiro de todas as coisas” (Hebreus 1.2), o Senhor Jesus é o único proprietário de toda a criação de Deus. Ele nos permitiu afirmar que todo o mundo nos pertence por causa do título de co-herdeiros que o Senhor Jesus ratificou com o seu povo eleito. As ruas de ouro do Paraíso, as portas de pérola, o rio da vida, as bênçãos transcendentes e a glória indescritível nos são outorgadas, por nosso bendito Senhor, como possessão eterna. Tudo o que o Senhor Jesus possui Ele compartilha com o seu povo. A coroa real Ele colocou na cabeça de sua igreja, designando-lhe um reino e chamando seus filhos “sacerdócio real” (1 Pedro 2.9). Ele tirou de si a coroa, a fim de que fôssemos coroados de glória. Ele não sentaria em seu próprio trono até que tivesse obtido um lugar nele para todos os que vencem no seu sangue. Coroado o Cabeça, todo o corpo compartilha da honra. Vejam, esta é a recompensa de todo crente vencedor! O trono, a coroa, o cetro, o palácio, o tesouro, as vestes e a herança de Cristo – todos são nossos. Muito superior à desconfiança, ao egoísmo e à ganância -que não trazem vantagem àqueles que o praticam – o Senhor Jesus considera a sua felicidade completa por compartilhá-la com o seu povo. “Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado” (João 17.22); “Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo” (João 15.11).

Os sorrisos do Pai são mais doces para Jesus, porque seu povo compartilha deles. As honras do reino de Cristo são mais agradáveis, porque o seu povo aparece com Ele, em glória. As conquistas do Senhor Jesus Lhe são mais valiosas, porque ensinaram o seu povo a vencer. Ele se deleita em seu trono, porque ali existe um lugar para o seu povo. O Senhor Jesus se regozija com suas vestes reais, porque as orlas delas são estendidas sobre os seus discípulos. Ele se deleita muito mais em seu gozo, porque convida os crentes a entrarem nesse gozo.

Autor: C.H.Spurgeon
Extraído do blog Voltemos ao Evangelho do Ministério Fiel

terça-feira, 11 de junho de 2019

Existe um Deus?

Você pode responder à pergunta “Existe um Deus?” em cerca de 775 palavras? Essa talvez seja a tarefa mais fácil que a Tabletalk já solicitou, uma vez que a resposta é tão clara? Não há ateus consistentes, apenas pessoas se escondendo de Deus. “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Sl 19.1). Deus é o inescapável dado que sustenta todas as coisas.

Ou, será que esta é a tarefa mais difícil que a Tabletalk já solicitou? Uma resposta abrangente pode preencher uma biblioteca inteira. O que segue, então, é apenas um fragmento perdido de um capítulo de um livro naquela biblioteca.

 Deus o Criador é a única solução para o último enigma de Gottfried Leibniz e Martin Heidegger: “Por que existe algo, e não nada?”.

Ex nihilo nihil fit — “Nada vem do nada”. Observemos que nada não é um “pré-algo”; não é “algo reduzido ao mínimo”. Nada é NADA, COISA nenhuma­. Nada — um conceito impossível para a mente compreender precisamente porque nada carece de “realidade”, em primeiro lugar. Para transformar o famoso ditado de René Descartes, Cogito, ergo sum (penso, logo existo) podemos dizer, Quod cogito, non cogito de nihilo (Porque eu sou, não posso conceber o nada). Isso leva a outro pensamento cartesiano: Quod cogito, ergo non possibile Deus non (Porque penso, portanto, é impossível que Deus não exista). O cosmo, minha existência e minha capacidade de raciocinar dependem do fato de que a vida não veio e não pode vir do nada, mas requer uma origem razoável e racional. O contrário (tempo + acaso = realidade) é impossível. Nem o tempo nem o acaso são fenômenos pré-cósmicos.

Esse Deus deve ser o Deus bíblico, por duas razões. A primeira é que somente esse Deus fundamenta adequadamente a coerência física do cosmos como a conhecemos. A segunda razão é que sua existência é a única base coerente, seja reconhecida ou não, para o pensamento racional e a comunicação. Consequentemente, o descrente da necessidade deve recorrer a tomar emprestado – e, de fato, intelectualmente roubar – um fundamento bíblico para pensar coerentemente e viver de forma sadia. Assim, o humanista secular que argumenta que não há princípios definitivos deve tomar emprestado das premissas bíblicas para avaliar qualquer coisa como em si mesma, como sendo certa ou errada.

Recentemente tentei um experimento simples, mas inquietante, direcionando minha mente a pensar na suposição de que Deus não existe e depois explorar as implicações. Desencorajo fortemente a realização dessa experiência mental, pois ela conduz inexoravelmente a um lugar sombrio, um abismo mental onde nada na vida faz sentido, de fato, onde não há possibilidade de “sentido” final. Aqui, tudo o que consideramos bom, verdadeiro, racional, inteligível e belo não possui qualquer subestrutura para dar coerência a esses conceitos. Assim, a natureza de tudo o que sou e experiencio se torna radicalmente desconstruída e desconectada da minha consciência deles. Essa “consciência” que parece inteligível é, então, uma fabricação injustificável de minha própria imaginação. E então essa imaginação deixa de ter coerência em si mesma. Em essência, então, minha consciência altamente complexa se torna meramente uma série inexplicável de intrincadas reações químicas baseadas em nenhuma racionalidade e sem significado inerente. “Significado” em si, em qualquer sentido genuinamente transcendente, é em si mesmo um conceito sem sentido.

Como experimentadores na peregrinação do ateísmo consistente, concluiremos então que são os “ateus” que são levados ao desespero, enquanto cedem às conclusões insuportáveis ​​de suas premissas, que são os únicos pensadores ateus consistentes com a ousadia de suas convicções. Aqueles que calmamente afirmam ser ateus são desmascarados como pessoas que de fato recusam a conclusão das convicções que professam, reprimindo o que eles sabem ser verdadeiro (que Deus existe) — exatamente o argumento que Paulo faz em Romanos 1.18-25.

O romancista Martin Amis narrou uma pergunta que o escritor russo Yevgeni Yevtushenko fez a Sir Kingsley Amis: “É verdade que você é ateu?”, Amis respondeu: “Sim. Porém é mais do que isso. Veja, eu o odeio”. Longe de ser capaz de negar a existência de Deus, ele confessou tanto a existência de Deus quanto o seu próprio antagonismo em relação a Deus.

Amis não estava sozinho. Nem um cavaleiro do Reino, nem algum de nós, pode escapar de ser a imago Dei (por mais mutilada que seja). Portanto, nunca podemos negar o Deus de quem somos a imago. Porque Deus colocou um fardo sobre nós: “pôs a eternidade no coração do homem” (Ec 3.11). Como Agostinho disse, nossos corações estão inquietos até que encontremos nosso descanso em Deus.

Por que então a Bíblia não faz a pergunta: “Existe um Deus?”. Porque a sua primeira frase já apresenta a resposta: “No princípio, Deus…” Gn 1.1.

Autor: Sinclair B. Ferguson
Extraído do Blog Voltemos ao Evangelho do Ministério Fiel

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Dinheiro e Possessões em Provérbios

A Bíblia fala muito a respeito de dinheiro e possessões. Há muitos versículos que se referem a riqueza e pobreza. No que diz respeito a alguns assuntos, podemos hesitar porque a Bíblia diz muito pouco sobre eles. O que devemos pensar sobre bronzeamento? Bem, não temos muitas instruções específicas; por isso, não podemos ser dogmáticos nesse assunto.

No entanto, em referência a dinheiro e possessões, há um problema oposto. Porque a Bíblia fala muito sobre dinheiro, é tentador desenvolvermos uma teologia desequilibrada sobre dinheiro.

Por um lado, é fácil percebermos de onde vem a teologia da prosperidade. Tire de seu contexto nacional algumas poucas promessas da aliança mosaica, tome a promessa de Malaquias 3 a respeito de abrir as janelas do céu, misture com algumas afirmações de Jesus sobre receber o que você pede com fé, e assim você constituirá um pequeno evangelho de saúde e prosperidade.

Por outro lado, é possível surgir com uma desequilibrada teologia de austeridade. Ressalte que Jesus nunca teve onde reclinar a cabeça, recorra à história do jovem rico, enfatize a parábola do rico insensato, e você terá uma teologia que diz que o dinheiro é mau, como o são aqueles que o têm.

Você poderia formar um argumento bíblico de que Deus ama os ricos. Apenas considere Abraão, Jó e Zaqueu. Veja a maneira como Deus abençoou reis obedientes. Considere a visão do deleite cósmico no jardim e na era por vir.

Você também pode facilmente elaborar um argumento bíblico de que Deus odeia os ricos. Pense na história do rico e Lázaro. Considere o livro de Tiago. Observe a versão de Lucas sobre o Sermão do Monte.

Então, como devemos pensar sobre dinheiro e possessões? Que princípios bíblicos devemos ter em mente quando consideramos riqueza e pobreza, quando lidamos com nossa própria pobreza ou riqueza? Há algumas poucas coisas que a Bíblia diz com mais freqüência. E isso é bom, porque há poucas coisas tão relevantes para pessoas em todos os lugares como ter uma boa teologia sobre dinheiro.

Onde Começar
O livro de Provérbios é um ótimo ponto de partida para desenvolvermos uma teologia bíblica sobre possessões materiais. Para iniciantes, há muitos versículos sobre este assunto. E, o que é mais importante, há várias linhas diferentes de ensino sobre o assunto. Se você começasse por Gênesis, poderia concluir que Deus sempre faz seu povo prosperar. Se começasse por Amós, poderia pensar que todas as pessoas ricas são opressoras. Mas Provérbios examina riqueza e pobreza sob vários ângulos. E, porque Provérbios é um livro de máximas gerais, os princípios que encontramos nos provérbios são mais facilmente transferíveis ao povo de Deus em diferentes épocas e lugares.

Recentemente, num domingo à noite, dei à minha congregação dez princípios extraídos de Provérbios sobre dinheiro e possessões materiais. Não quero apresentar todo o sermão aqui, mas achei que valeria a pena alistar, pelo menos, os pontos principais. Talvez eu possa apresentar os detalhes posteriormente.

Darei os pontos em ordem de quanto o livro de Provérbios diz sobre um princípio específico. Essa maneira de apresentá-los terminará com os temas mais importantes.

Dez princípios sobre dinheiro e possessões extraídos de Provérbios
1- Há extremos de riqueza e pobreza que oferecem tentações singulares à que vivem nesses extremos (Pv 30.7-9).
2-Não se preocupe em acompanhar o estilo de vida de seus amigos e vizinhos (Pv 12.9; 13.7).
3- Os ricos e os pobres são mais semelhantes do que pensam (Pv 22.2; 29.13).
4- Você não pode dar mais do que Deus (Pv 3.9-10; 11.24; 22.9).
5- A pobreza não é agradável (Pv 10.15; 14.20; 19.4).
6- O dinheiro não lhe pode dar segurança final (Pv 11.7; 11.28; 13.8).
7- O Senhor odeia aqueles que ficam ricos por meio de injustiça (21.6; 22.16, 22-23).
8- O Senhor ama aqueles que são generosos para com o pobre (Pv 14.21, 31; 19.7; 28.21).
9- Trabalho árduo e boas decisões levam geralmente a maior prosperidade (Pv 6.6-11; 10.4; 13.11; 14.24; 21.17, 20; 22.4, 13; 27.23-27; 28.20).
10- O dinheiro não é tudo. Não satisfaz (Pv 23.4-5). É inferior à sabedoria (Pv 8.10-11, 18-19; 24.3-4). É inferior à justiça (Pv 10.2; 11.4; 13.25; 16.8; 19.22; 20.17; 28.6). É inferior ao temor do Senhor (Pv 15.16). É inferior à humildade (Pv 16.19). É inferior a bons relacionamentos (Pv 15.17; 17.1).

Chegando a conclusões delicadas e achando a Cristo
Você não pode entender o ponto de vista bíblico sobre o dinheiro se não está preparado para aceitar diversas verdades mantidas em tensão.

Você talvez obtenha mais dinheiro se trabalhar bastante e for cheio de sabedoria. Mas, se toda a sua preocupação é obter mais dinheiro, você é um grande insensato.

O dinheiro é uma bênção da parte de Deus, mas você será mais abençoado se o der.

Deus lhe dá dinheiro porque ele é generoso; mas ele é generoso com você para que você seja generoso com os outros. E, se você é generoso em dar seu dinheiro, Deus será, provavelmente, mais generoso com você.

É sábio economizar dinheiro, mas não pense que o dinheiro lhe dá verdadeira segurança.

Riqueza é mais desejável do que pobreza, mas a riqueza não é tão boa quanto justiça, humildade, sabedoria, bons relacionamentos e o temor do Senhor.

Em 1 Coríntios 1.30-31, lemos que Cristo é para nós, da parte de Deus, sabedoria, justiça, santificação e redenção, para que, como está escrito: 'Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor'. O dinheiro não pode lhe dar qualquer das coisas que você necessita essencialmente. Não pode torná-lo santo. Não pode torná-lo justo. Não pode salvá-lo de seus pecados. A riqueza é um sinal de bênção, mas é também uma das maiores tentações porque seduz você a gloriar-se em si mesmo. O dinheiro promete ser a sua dignidade e promete torná-lo auto-suficiente. Ele o convida a gloriar-se em outras coisas ou em outras pessoas, exceto no Senhor.

Portanto, dinheiro é totalmente uma questão de fé. Creia que fazer coisas à maneira de Deus é o melhor caminho para você. Creia que, se você der seu dinheiro, Deus pode dá-lo de volta. Creia que o dinheiro pode ser bom. Mas não ouse crer que ele é tudo. O dinheiro é um dom de Deus, mas os dons de que você realmente precisa só podem ser achados em Deus.

Autor: Kevin DeYoung
Extraído do Blog Voltemos ao Evangelho do Ministério Fiel

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