Palavras de Vida Eterna


domingo, 25 de novembro de 2018

A Escolha que Confrontou Adão



Deus plantou grande número de árvores no Jardim do Éden, mas 'no meio do jardim', isto é, em um lugar de especial proeminência - plantou duas árvores: a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Pense em um homem adulto, digamos, com 30 anos de idade, que não tenha senso do certo e do errado, nenhum poder para diferenciar os dois. Você não diria que o desenvolvimento desse homem estaria incompleto? Bem, Adão era exatamente assim. E Deus o colocou no jardim, dizendo: 'Ora, o jardim está cheio de árvores, cheio de frutos, e podes comer livremente do fruto de todas as árvores. Mas, no meio do jardim, há uma árvore chamada a árvore do conhecimento do bem e do mal; não deves comer dela porque, no dia em que o fizeres, certamente morrerás. Mas, lembra-te, o nome da outra árvore, no meio do jardim, é árvore da Vida'.

Qual é, pois, o significado dessas duas árvores? Adão, por assim dizer, foi criado moralmente neutro - nem pecador, nem santo, mas inocente -, e Deus colocou essas duas árvores no jardim para que ele pudesse pôr em prática a faculdade do livre arbítrio de que era dotado. Podia escolher a árvore da vida ou escolher a árvore do conhecimento do bem e do mal.

Ora, o conhecimento do bem e do mal, embora a Adão tivesse sido proibido, não é mau em si mesmo. Sem ele, Adão está limitado e não pode, por si mesmo, decidir em questões de ordem moral. O julgamento do que é certo e bom não lhe pertence, e sim a Deus; e, para Adão, a única maneira de agir diante de qualquer questão seria apresentá-la a Deus Jeová. Assim, há no jardim uma vida que depende totalmente de Deus. Essas duas árvores representam, portanto, dois princípios profundos. Simbolizam dois planos de vida: o divino e o humano. A árvore da vida é o próprio Deus, porque Deus é vida. Ele é a mais elevada expressão da vida, bem como a fonte e o alvo da vida. E o fruto, o que representa? É nosso Senhor, Jesus Cristo. Não podemos comer a árvore, mas podemos comer seu fruto. Ninguém é capaz de receber Deus como Deus, mas podemos receber o Senhor Jesus Cristo. O fruto é a parte comestível, a parte da árvore que se pode receber. Podemos assim dizer, com a devida reverência, que o Senhor Jesus Cristo é realmente Deus em forma receptível - Deus, em Cristo, pode ser recebido por nós.

Se Adão tomasse da árvore da vida, participaria da vida de Deus e, assim, se tornaria um 'filho' de Deus, no sentido de ter em si mesmo a vida derivada de Deus. Teríamos, então, a vida de Deus em união com o homem - uma raça de homens tendo em si a vida de Deus e vivendo em constante dependência de Deus para a manifestação dessa vida. Se, por outro lado, Adão se voltasse na direção contrária e tomasse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, desenvolveria, então, sua própria humanidade de forma natural e separadamente de Deus. Como um ser auto-suficiente, ele possuiria em si mesmo o poder para formar julgamento independente, mas não teria nenhuma vida da parte de Deus.

Portanto, essas eram as alternativas que estavam diante dele. Escolhendo o caminho do Espírito, o caminho da obediência, poderia tornar-se um 'filho' de Deus, dependendo de Deus para sua vida, mas, seguindo o curso natural, ele poderia, por assim dizer, dar o toque final em si mesmo, tornando-se um ser auto-dependente, julgando e agindo independentemente de Deus. A história da humanidade é o resultado da escolha feita por Adão.

A Escolha de Adão, a Razão da Cruz 
Adão escolheu a árvore do conhecimento do bem e do mal, tomando assim uma posição de independência. Ficou sendo o que até hoje é o homem (aos seus próprios olhos): homem 'plenamente desenvolvido' que pode comandar o conhecimento, decidir por si mesmo, prosseguir ou deter-se. Desde então, tinha 'entendimento' (Gn 3:6). Mas a conseqüência para ele foi morte em vez de vida, porque a escolha que fez envolvia cumplicidade (pessoa que colabora) com Satanás e o colocou sob juízo de Deus. Foi por isso que, daí em diante, o acesso à árvore da vida teve de lhe ser proibido.

Dois planos de vida foram colocados perante Adão: o da vida divina, em dependência de Deus, e o da vida humana, com os seus recursos 'independentes'. Foi pecaminosa a escolha que Adão fez, porque assim tornou-se aliado de Satanás para frustrar o eterno propósito de Deus. Ele fez isso ao escolher desenvolver sua própria humanidade - tornar-se, talvez, um homem muito refinado e até mesmo, segundo o seu padrão, um homem 'perfeito' - independente de Deus. No entanto, o resultado foi morte, porque ele não tinha em si mesmo a vida divina imprescindível para realizar em si o propósito de Deus. Mas Adão escolheu ser 'independente', um agente do inimigo. Assim, em Adão, todos nos tornamos pecadores, dominados por Satanás, sujeitos à lei do pecado e da morte e merecendo a ira de Deus.

Vemos, assim, a razão divina da morte e da ressurreição do Senhor Jesus. Vemos, também, a razão divina da verdadeira consagração - para nos considerarmos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, e para nos apresentarmos a Deus como vivos dentre os mortos. Todos devemos ir à cruz, porque o que está em nós, por natureza, é a vida do eu, sujeita à lei do pecado. Adão escolheu uma vida própria em vez da vida divina; assim, Deus teve de juntar e eliminar tudo que estava em Adão. Nosso 'velho homem' foi crucificado. Deus incluiu-nos todos em Cristo e crucificou-O, como último Adão, aniquilando assim tudo o que pertence a Adão. Depois, Cristo ressuscitou em uma nova forma, ainda com um corpo, mas 'no Espírito' e não mais 'na carne'. O último Adão, porém, é espírito vivificante (1 Co 15:45). O Senhor Jesus agora tem um corpo ressurreto, espiritual, glorioso e, desde que não está mais na carne, pode agora ser recebido por todos. 'Quem de mim se alimenta, por mim viverá' , disse Jesus (Jo 6:57). Os judeus sentiram repugnância diante da idéia de comer Sua carne e beber Seu sangue, mas evidentemente não O poderiam receber porque literalmente Ele ainda estava na carne. Agora que Ele está no Espírito, cada um de nós pode recebê-Lo, e é por meio de participarmos da Sua vida ressurreta que somos constituídos filhos de Deus. 'A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus (...) os quais nasceram (...) de Deus' (Jo 1:12,13).

Deus não está empenhado em reformar nossa vida. Seu alvo não consiste em aperfeiçoar essa vida porque a nossa vida situa-se em um plano totalmente errado. Nesse plano, Ele não pode conduzir o homem à glória. Ele precisa ter um novo homem, nascido de Deus, nascido de novo. A regeneração e a justificação caminham juntas.

Aquele que tem o Filho tem a vida 
Há vários planos de vida. A vida humana situa-se entre a vida dos animais inferiores e a vida de Deus. Não podemos transpor o golfo que nos separa do plano superior ou do plano inferior, e a separação que há entre nossa vida e a de Deus é infinitamente superior à que existe entre a nossa vida e a dos animais. Certa vez, na China, visitei um líder Cristão que estava de cama, doente, e quem, por causa da sua história chamarei de sr. Wong, ainda que esse não seja seu verdadeiro nome. Ele é um homem muito culto, um PhD., e alguém que era estimado em toda a China por seus altos princípios morais, e por muito tempo esteve engajado no serviço cristão. Mas ele não cria na necessidade de regeneração. Ele apenas proclamava aos homens um evangelho social de amor e boas obras.

Quando visitei o Sr. Wong, seu cachorrinho estava ao lado de sua cama, e, após ter falado com ele das coisas de Deus e da natureza de Seu trabalho em nós, apontei para o cachorrinho e perguntei qual era o seu nome. Ele me disse que seu nome era Fido. 'Fido é o seu primeiro nome ou o seu sobrenome'? Perguntei (utilizando os termos chineses para 'primeiro nome' e 'sobrenome'). 'Oh, esse é apenas o seu nome', respondeu ele. 'Você quer dizer que é apenas o seu primeiro nome? Posso chamá-lo Fido Wong'? Prossegui. 'Certamente que não'! Veio a resposta enfática. 'Mas ele vive com a sua família', retruquei. 'Por que você não o chama de Fido Wong'? Então, apontando para suas duas filhas, perguntei: 'Suas filhas não se chamam srta. Wong'? 'Sim'! 'Bem, então, por que não posso chamar seu cachorro de Mestre Wong'? O doutor riu e eu prossegui: 'Você entende onde quero chegar? Suas filhas nasceram na sua família e têm seu nome porque você comunicou vida a elas. Seu cachorro pode ser bem inteligente, bem comportado e, no geral, um cachorro notável. Mas a questão não é: ele é um cachorro mau ou bom?, mas simplesmente: ele é um cachorro? Ele não precisa ser mau para ser desqualificado de ser um membro de sua família. Ele apenas precisa ser um cachorro.

O mesmo princípio aplica-se ao seu relacionamento com Deus. A questão não é se você é homem bom, mau ou mais ou menos, mas simplesmente: É você um homem? Se sua vida está em um plano inferior ao da vida de Deus, então você não pode pertencer à família divina. Durante toda a sua vida, seu objetivo ao pregar tem sido transformar homens maus em homens bons. Mas homens em si mesmos, quer sejam maus ou bons, não podem ter qualquer relacionamento vital com Deus. Nossa única esperança como homens é receber o Filho de Deus e, quando o fazemos, Sua vida em nós nos constituirá filhos de Deus. O doutor viu a verdade e, naquele dia, tornou-se um membro da família de Deus ao receber o Filho de Deus no coração.O que hoje possuímos em Cristo é mais do que Adão perdeu. Adão era apenas um homem desenvolvido. Permaneceu naquele plano e nunca possuiu a vida de Deus. Mas nós, que recebemos o Filho de Deus, recebemos não só o perdão dos pecados, mas também recebemos a vida divina que estava representada no Jardim pela árvore da vida. Pelo novo nascimento, possuímos o que Adão perdera, pois recebemos uma vida que ele nunca teve.

Autor: Watchman Nee 
Extraído do livro 'A Vida Cristã Normal' de Watchman Nee das Edições Tesouro Aberto

sábado, 24 de novembro de 2018

Vitória Sobre o Inimigo

Uma das graças incríveis que recebemos de Deus por meio de Yeshua, juntamente com o perdão dos pecados, a vida eterna e a presença Shekinah do Espírito Santo, é o poder e a autoridade para curar enfermos e expulsar demônios. Embora expulsar demônios seja retratado no mundo do entretenimento como algum tipo de ritual estranho, insidioso e sombrio, na verdade é um acontecimento comum na vida dos verdadeiros seguidores de Yeshua, sendo acompanhado na vida da pessoa liberta por arrependimento verdadeiro e comprometimento de viver uma vida pura e honrosa depois.

Embora seja emocionante pensar na capacidade de expulsar demônios, há também uma guerra espiritual contra as obras do diabo em um nível mais amplo e corporativo. Demônios individuais causam pecado e doença, mas poderes maiores do mal são designados para destruir a comunidade de fé como um todo. Esse ataque corporativo à Eclésia vem em três níveis:

    - Acusando os irmãos
    - Dividindo a igreja
    - Espalhando as ovelhas.

Ironicamente, os mais entusiasmados com a cura e expulsão de demônios são às vezes usados pelo diabo para causar danos muito maiores à comunidade de fé como um todo.
Israel e a Igreja são descritos como uma noiva glorificada que está sob ataque da serpente maligna Satanás (Apocalipse 12). A parte central desse ataque é descrita como a função de ser o“acusador de nossos irmãos …” – Apocalipse 12.10.

Fogo Amigo

Os “irmãos” aqui são naturalmente os nossos companheiros que são crentes em Yeshua. Acusação geralmente vem em forma de fofoca e reclamação sobre a conduta desses irmãos, sob um pretexto aparentemente sincera de querer corrigi-los. E enquanto esses “irmãos” podem ser qualquer membro do Corpo, o ataque demoníaco é mais frequentemente dirigido contra os líderes. Quando nos vemos fofocando e reclamando sobre pastores e outros líderes, existe uma possibilidade de que tenhamos nos tornado um acusador dos irmãos diabolicamente inspirado – sem perceber.

Casa Unida Permanece
O segundo ataque é ainda pior: não apenas acusar os líderes, mas causar uma divisão no Corpo. Ao falar de guerra espiritual, Yeshua disse: “Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto… [ou cairá]” – Lucas 11.17

Às vezes, as pessoas têm tanta certeza de que estão certas que estão dispostas a causar uma divisão no Corpo. O dano causado pela “divisão da igreja” é muitas vezes pior do que o contexto aparentemente correto de causar a divisão. Logicamente, existe uma necessidade legítima de disciplina moral e responsabilização de congregações e líderes. Em caso de pecado, uma separação pode, em certas circunstâncias muito específicas, ser justificada. No entanto, isso não é o mesmo que causar uma divisão por causa de diferenças de opinião.

Melhor Junto
O pior nível de divisão é chamado por Yeshua de obra de ladrão, destruidor ou lobo. Yeshua é o Bom Pastor, mas o inimigo vem para “arrebatar e dispersar as ovelhas …” – João 10.12

Há um engano cada vez mais comum, promulgado por alguns crentes muito zelosos, de que não há motivo para se pertencer a uma igreja ou congregação. Oferecem-se todos os tipos de razão espiritual para esta campanha de mentiras, mas o resultado final é deixar crentes fracos expostos e desprotegidos diante das “portas do inferno” (Mateus 16.18), e dispersar as ovelhas para longe do rebanho e dos pastores.

Assim como devemos ser zelosos em curar os enfermos e expulsar os demônios, sejamos também zelosos em nos opor a ataques demoníacos contra a comunidade de fé como um todo.

Autor: Asher Intrater
Extraído do site da Revista Impacto

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Mais Sobre o Tema:
Vídeo em Inglês de Christian Testimony Ministry

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Satanás versus Cristo

O conflito entre o diabo e a Semente da mulher tomou palco central com a encarnação do Verbo. A vinda de Jesus Cristo na plenitude dos tempos foi o maior movimento de Deus contra Satanás, na guerra espiritual. Jesus falou mais sobre Satanás e seus demônios que qualquer outra pessoa na Bíblia. Satanás e seus demônios desencadearam a sua mais forte fúria contra Jesus, cuja humanidade sem pecado motivou Satanás a tentá-lo de modo especial. No deserto da Judéia, Cristo saiu das águas do batismo entrando no fogo da tentação. Por quarenta dias, Satanás atacou Jesus com a cobiça da carne, a cobiça dos olhos, e o jactancioso orgulho da vida, tentando fazer com que a sagrada humanidade de Cristo ficasse sob seu nefando controle (Mateus 4.1–11). Satanás tentou Jesus a ceder à independência (4.3–4); à indulgência (4.5–7); e à idolatria (4.8–10). Seu alvo subjacente era tornar desnecessária a morte substitutiva de Cristo ao oferecer a glória de Cristo sem a cruz, do mesmo jeito que prometera a Eva a glória sem obediência a Deus. Jesus se manteve firme, repetidamente enxotando para longe de si a Satanás e seus demônios e, subsequentemente, das outras pessoas em seu ministério público. Ele se envolveu no ministério de proclamar libertação aos cativos (Lucas 4.18). Em seu confronto com os fariseus sobre a cura do endemoninhado cego e mudo, Jesus deixou claro seu intento de expulsar Satanás da vida das pessoas (Mt 12.6). Jesus também libertou uma mulher a quem Satanás havia prendido por dezoito anos (Lucas 13.16).

No Getsêmani, Satanás desencadeou todos os poderes do inferno. Mesmo quando o cálice da ira de Deus levou Jesus a se ajoelhar, Satanás conduziu um dos apóstolos de Cristo a traí-lo e peneirou um dos melhores amigos de Cristo como se fosse trigo, de modo que todos o abandonaram (Lucas 22.3, 31; João 13.2, 27; Mateus 26.56, respectivamente). Como isso deve ter partido o coração de Cristo (Salmo 69.20)! Que ferimento de alma Cristo experimentou nas mãos do instrumento de Satanás, Judas Iscariotes! Não é de admirar que ele tenha dito às forças satânicas: “Diariamente, estando eu convosco no templo, não pusestes as mãos sobre mim. Esta, porém, é a vossa hora e o poder das trevas” (Lucas 22.53). O ataque satânico continuou em Gábata, onde Cristo foi forçado a vestir um manto de púrpura e uma coroa de espinhos, enquanto era fustigado, zombado e ferido. Finalmente, no Gólgota, Satanás soltou mais uma vez todas as forças do mal. Os touros de Basã cercaram o Messias sofredor (Salmo 22.12). Todo insulto foi amontoado sobre Jesus; brutais soldados, cruéis espectadores, e os sacerdotes e chefes egocêntricos em suas vestimentas sagradas estavam envolvidos em zombaria satânica, enquanto Cristo estava pendurado sobre a cruz, na chama nua da ira do seu Pai, rejeitado por céu, terra e inferno. Seu clamor insondável de agonia ressoou por todo o âmbito tenebroso da natureza: “Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste?” (Mt 27.46).

Certa vez, Lutero passou uma manhã inteira procurando compreender esta agonia, para apenas levantar de sua posição ajoelhada e confessar: “Deus desamparado por Deus; quem o pode entender?”.Realmente, esta verdade é incompreensível. Sabemos, contudo, o seguinte: Satanás foi vencido pela cruz, de uma vez para sempre. Hebreus 2.14 diz: “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo”. A vitória pertence a Cristo em razão de sua perfeita obediência através dos mais severos testes instigados por Satanás.

Por toda sua vida, morte, ressurreição e ascensão, Cristo quebrou sozinho o poder do opressor. Satanás perdeu seu sufocante domínio sobre as nações. O equilíbrio de poder foi virado. Na era do Antigo Testamento, clarões de luz apareciam em meio às trevas. Mas agora, em e através de Cristo, a luz raiou. A luz e a glória permanente de Cristo são maiores do que as trevas e o mal que ainda restam de Satanás. Após a ressurreição e ascensão de Cristo ao céu, a possessão de demônios diminuiu grandemente. O livro de Atos reporta alguns casos que aconteciam, geralmente quando o evangelho era trazido pela primeira vez a uma região. Pedro e Filipe, ambos, expulsaram demônios em pelo menos uma ocasião (Atos 5.16; 8.7). Paulo libertou uma jovem mulher de um demônio de adivinhação, em Filipos, e expulsou demônios em Éfeso (Atos 16.16–18; 19.11–12). Mas as epístolas do Novo Testamento não mencionam possessão demoníaca, nem dão instruções para o exorcismo. A possessão demoníaca não parece ter sido problema na igreja do Novo Testamento.

Autor: Joel Beeke
Extraído do Blog Voltemos ao Evangelho do Ministério Fiel

terça-feira, 20 de novembro de 2018

A Importância da Segurança da Fé

A segurança da fé é a convicção de pertencer a Cristo por meio da fé e desfrutar a salvação eterna. Aquele que tem essa segurança não somente crê na justiça de Cristo para a sua salvação, mas também sabe que crê e que é amado graciosamente por Deus.

Essa segurança é ampla em seu escopo. Inclui liberdade da culpa do pecado, alegria no relacionamento com o Deus trino e um senso de pertencer à família de Deus. James W. Alexander disse que a segurança “leva consigo a idéia de plenitude, tal como uma árvore carregada de frutos ou como as velas de um navio enchidas por ventos favoráveis”.

A segurança é conhecida por seus frutos, tais como a comunhão íntima com Deus, a obediência submissa, sede de Deus e anelo por glorificá-lo, cumprindo a Grande Comissão. A segurança prevê, em oração, o avivamento, mantendo-se submissa à esperança escatológica. Os crentes que têm essa segurança vêem o céu como o seu lar, anseiam pela segunda vinda de Cristo e pela trasladação à glória (2 Tm 4.6-8).

A segurança sempre foi um assunto vital. Sua importância é mais crucial agora porque vivemos em dias de segurança mínima. E, o que é pior, muitos não compreendem isso. O desejo de comunhão com Deus, o anseio pela glória de Deus e pelo céu e a intercessão em favor de avivamento parecem lânguidos. Isso acontece quando a ênfase da igreja na felicidade terrena sobrepuja a convicção de que ela está peregrinando neste mundo em direção a Deus e à glória.

A necessidade de uma doutrina de segurança alicerçada nas Escrituras é fortalecida pela ênfase da cultura nos sentimentos. A maneira como sentimos as coisas toma geralmente a precedência em relação ao que sabemos e cremos. Essa atitude infiltrou-se na igreja. O crescimento extraordinário do movimento carismático pode ser atribuído, em parte, a um cristianismo formal e sem vida, pois o movimento carismático oferece aos seus adeptos emoção e estímulos para encherem o vazio criado pela falta de verdadeira segurança da fé, bem como pela ausência de seus frutos. Hoje, necessitamos desesperadamente do pensar doutrinário acompanhado do viver santificado e vibrante.

Este artigo trata de questões, dificuldades e assuntos associados à segurança da fé. Consideremos cinco razões importante por que devemos crescer nesta segurança.

Integridade de Fé e Vida
Nosso entendimento da segurança da fé determina a integridade de nossa compreensão a respeito da vida espiritual. Podemos estar certos em muitas áreas e incorretos em nosso entendimento desta doutrina fundamental das Escrituras.

Muitos pensam erroneamente que são cristãos. Tememos que inúmeras pessoas que se consideram cristãs despertarão no inferno, em horror eterno.

O problema envolvido no “crer fácil” é que as pessoas não examinam se a sua fé é genuína e está bem fundamentada. Esse erro talvez seja mais bem designado como a “segurança fácil” e não o “crer fácil”. Eles reivindicam a segurança sem possuírem um fundamento para ela. Erros a respeito de como uma pessoa chega à segurança da fé podem conduzir facilmente a uma segurança falsa. Um entendimento correto da segurança da fé nos ajuda a evitar essa presunção.

Um ponto de vista errado a respeito da segurança pode impedir-nos de ter segurança, quando deveríamos tê-la. Alguns filhos de Deus verdadeiros não crêem que são filhos de Deus. Aceitam um tipo de “crer difícil”, procurando evidências pelas quais não têm o direito de esperar. Pode haver evidência firme e bíblica de que eles são filhos de Deus, mas não estão satisfeitos com isso. Eles mesmos são o maior obstáculo na obtenção da segurança. Um entendimento correto da segurança da fé também é importante nesse caso.

Aqueles que têm uma compreensão apropriada da segurança evitarão tanto o crer fácil como o crer difícil. A segurança não será um benefício automático. Eles não se tornarão seguros de sua fé sem uma evidência de fé sólida e bíblica operando em sua vida. Ficarão cientes do perigo do crer fácil e examinarão regularmente seus coração e vida à luz da Palavra de Deus. Por outro lado, eles reconhecerão em sua vida a evidência do novo nascimento e perceberão a sua presença. Quando sentirem anseio genuíno por Deus e ódio pelo pecado, reconhecerão essas coisas como obra do Espírito Santo e serão consolados por elas. Não desprezarão as dias das coisas humildes. Sem esses dias, poucos filhos de Deus ficarão seguros quanto à sua fé.

Paz com Deus
A segurança é inseparável da paz e do consolo do evangelho. A segurança de que somos nascidos de Deus é necessária, se temos de experimentar paz, amor e alegria. Experimentar verdadeira paz e alegria no Senhor enriquece grandemente a nossa vida, enquanto estamos neste mundo. Essa é uma das razões por que Thomas Brooks intitulou de Heaven and Earth (Céu e Terra) o seu livro sobre a segurança da fé. A segurança está relacionada com a paz e a alegria do evangelho e precisa ser cultivada.

Como cristãos, devemos desejar esses dons, porque somos exibições do evangelho. Filipenses 2.15 nos ensina: “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo”. Manter uma atmosfera de paz e alegria é uma das maneiras pelas quais o crente pode resplandecer como luz neste mundo perverso. Que tipo de idéias o mundo nutre a respeito de Deus, se o povo de Deus não mostra que servir ao Senhor é algo maravilhoso? Que tipo de afirmação fazemos a respeito de Deus, se as pessoas não podem detectar em nós a paz e a alegria tranqüilas que nos distinguem?

Isso não significa que os cristãos não terão tempos de tristeza por causa do pecado, dificuldades e dúvidas. Mas as Escrituras são bastante claras em dizer que os cristãos procuram normalmente exibir paz e alegria no Senhor. Para fazermos isso, precisamos estar seguros de nossa fé.

Serviço Cristão
Um cristão seguro é um cristão ativo. Paulo disse aos cristãos de Tessalônica: “O nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção” (1 Ts 1.5). O evangelho foi abençoado em Tessalônica de modo que houve muita convicção. E Paulo acrescentou: “De sorte que vos tornastes o modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia. Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor não só na Macedônia e Acaia, mas também por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de não termos necessidade de acrescentar coisa alguma” (vv. 7-8). Quão admirável! Aqueles cristãos, recém-convertidos, repercutiram a Palavra de Deus; ou seja, eles evangelizaram. Assim, quando Paulo chegou à região deles, descobriu que a Palavra de Deus já estava ali. Essas pessoas se mostraram zelosas por Deus, porque estavam seguras de sua salvação.

Um cristão que não possui segurança raramente se interessa por boas obras. Em vez disso, seu vigor espiritual é consumido em questionar se é salvo ou não. Quando essa dúvida não é resolvida, a pessoa fica incerta quanto a ajudar os outros no serviço do Senhor. Como o disse J. C. Ryle: “O crente ao qual falta uma firme esperança passa grande parte do seu tempo sondando o próprio coração acerca de seu próprio estado de alma. Tal como uma pessoa nervosa e hipocondríaca, ele encherá a cabeça com as suas próprias indisposições, com as suas próprias dúvidas e perguntas, com seus próprios conflitos e corrupções. Em suma, tal crente ficará com freqüência tão absorvido com seus conflitos íntimos que pouco tempo lhe restará para outras coisas e para trabalhar para Deus” (“Segurança”, em Santidade sem a qual Ninguém Verá o Senhor, Editora Fiel, 2009, p. 159).

Ás vezes, pensamos que nosso propósito aqui na terra é somente achar a salvação; uma vez que somos salvos, temos pouco a fazer até chegarmos ao céu. A conversão é vista como um fim em si mesmo. Mas isso não é verdade. Somos convertidos para cumprir um propósito: servir a Deus no mundo. 1 Pedro 2.9 nos diz por que Deus resolveu converter pessoas: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. Deus nos converte para que proclamemos as suas virtudes. Somos convertidos para servir a Deus e ao nosso próximo. Se nos falta segurança, nosso servir a Deus não será entusiasta.

Comunhão com Deus
A segurança é valiosa porque enriquece a nossa comunhão com Deus. Como uma pessoa pode ter comunhão íntima com Deus, se teme que Deus está irado? Quão difícil seria termos comunhão com um filho que está sempre com medo de nós. O filho nunca fica tranqüilo e jamais aceita nossas expressões de amor. Nessa atmosfera, um relacionamento íntimo é impossível.

Por contraste, considere a segurança implícita no Cântico dos Cânticos, quando a noiva disse: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu”. Aqui há comunhão, interação, um relacionamento caloroso e digno, amor e confiança, por parte da noiva, no fato de que o amor é mútuo. Esse é o tipo de comunhão que o Senhor deseja ter com seu povo. Ele descreve freqüentemente seu relacionamento com eles em termos que implicam intimidade: Pai e filhos, Esposo e esposa, Noivo e noiva, Cabeça e corpo. O Senhor usa o mais íntimo dos relacionamentos da vida para descrever o relacionamento que deseja ter com seu povo. É óbvio que a segurança é necessária para desenvolvermos esse tipo de relacionamento.

Santidade ao Senhor
Finalmente, a segurança é crucial porque torna o cristão mais santo. Falando sobre a segurança que resulta do conhecimento de que somos filhos do Pai, João disse: “E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro” (1 Jo 3.3).

A segurança que não conduz a um viver mais santo é falsa. Aquele que tem a segurança bem fundamentada, que experimenta paz e alegria, que se ocupa com a obra do Senhor e vive em comunhão íntima com Deus é uma pessoa santa. Um crente não pode persistir nos altos níveis de segurança enquanto persiste em baixos níveis de santidade.

A segurança nos traz a um contato íntimo com o poder de Deus. Quando desfrutamos de um relacionamento de confiança com Deus e descansamos em sua misericórdia e graça, nossos corações são inflamados pelo amor a Deus. Esse amor nos dá poder para um viver santo. Quanto mais íntimos somos de Deus, tanto mais amor teremos por ele e tanto mais pura será a nossa vida. Uma pessoa santa é motivada por amor a Deus, por causa de Cristo. O amor de Cristo constrange o homem santo (2 Co 5.14).

Assim você pode perceber quão importante é este assunto da segurança. É possível alguém ser salvo e não ter segurança. Contudo, é quase impossível alguém ser um cristão sadio se não possui a segurança da fé. Você pode objetar: as Escrituras não afirmam que Deus tem interesse especial por pecadores necessitados e pobres? Se ele parar de ser pobre e necessitado, há motivo para duvidarmos que a sua segurança está alicerçada em bases sólidas. Cristo tem de crescer, e ele diminuir (Jo 3.30).

O Senhor está perto daqueles que têm um coração quebrantado, um espírito contrito e ainda não têm a segurança da fé. Mas isso não leva a concluir disso que essa seja uma condição desejável. Se somos pobres e necessitados sem a segurança da fé, devemos buscá-la.

Conclusão
A segurança é vital para o nosso bem-estar espiritual. Algumas pessoas acham que segurança indica superficialidade. Aos seus olhos, alguém é considerado suspeito se possui segurança. Na realidade, aqueles que vêem a dúvida como um sinal de profunda experiência religiosa e seguem em direção a Deus e à glória sem a segurança da fé, esses têm apenas um entendimento superficial das Escrituras. Um entendimento mais profundo nos leva a reconhecer a obra do Espírito em nosso coração, a conhecê-la e descansar no Senhor Jesus Cristo, com fé semelhante à de uma criança.

Autor: Joel Beeke
Extraído do Blog Voltemos ao Evangelho do Ministério Fiel

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Provérbios 3

Este capítulo é um dos mais excelentes de todo o Livro, tanto pelos argumentos que nos persuadem a sermos piedosos quanto pelas direções que há nele.

1. Devemos ser constantes em nossos deveres porque esse é o caminho para sermos felizes. (Pro 3:1-4)

2. Devemos viver uma vida de dependência a Deus porque este é o caminho para permanecermos seguros. (Pro 3:5)

3. Devemos nos manter no temor do Senhor porque esse é o caminho para uma vida saudável. (Pro 3:7, Pro 3:8).

4. Devemos servir a Deus com os nossos bens porque esse é o caminho para sermos ricos. (Pro 3:9, Pro 3:10).

5. Devemos estar atentos para ouvirmos bem durante as aflições porque esse é o caminho para extrairmos o que há de bom nelas. Pro 3:11, Pro 3:12).

6. Devemos utilizar toda a nossa força para obter a sabedoria porque essa é a maneira de alcança-la e de ser alcançado por ela. (Pro 3:13-20)

7. Devemos sempre governar a nós mesmos através das leis da sabedoria, da justiça e da piedade porque este é o caminho para estarmos sempre em tranquilidade. (Pro 3:21-26)

8. Devemos fazer tudo o melhor que podemos, e não praticarmos o mal contra o nosso próximo, porque de acordo com o que o homem fizer seja de forma justa ou injusta, caridosa ou sem caridade, humilde ou orgulhosa, de acordo com o que fizerem, serão retribuídos por Deus (Pro 3:27-35). Por tudo isso que consideramos a piedade tornará o homem abençoado e abençoador.

Autor: Matthew Henry
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Provérbios 3
1  Filho meu, não te esqueças da minha instrução, e o teu coração guarde os Meus mandamentos;
2  porque eles te darão longura de dias, e anos de vida e paz.
3  Não se afastem de ti a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço, escreve-as na tábua do teu coração;
4  assim acharás favor e bom entendimento à vista de Deus e dos homens.
5  Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento.
6  Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas.
7  Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.
8  Isso será saúde para a tua carne; e refrigério para os teus ossos.
9  Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda;
10  assim se encherão de fartura os teus celeiros, e trasbordarão de mosto os teus lagares.
11  Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enojes da Sua repreensão;
12  porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem.
13  Feliz é o homem que acha Sabedoria, e o homem que adquire entendimento;
14  pois melhor é o lucro que Ela dá do que o lucro da prata, e a Sua renda do que o ouro.
15  Mais preciosa é do que as jóias, e nada do que possas desejar é comparável a Ela.
16  Longura de dias há na Sua mão direita; na Sua esquerda riquezas e honra.
17  Os Seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as Suas veredas são paz.
18  É árvore da vida para os que dEla lançam mão, e bem-aventurado é todo aquele que A retém.
19  O Senhor pela sabedoria fundou a terra; pelo entendimento estabeleceu o céu.
20  Pelo Seu conhecimento se fendem os abismos, e as nuvens destilam o orvalho.
21  Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos: guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso;
22  assim serão elas vida para a tua alma, e adorno para o teu pescoço.
23  Então andarás seguro pelo teu caminho, e não tropeçará o teu pé.
24  Quando te deitares, não temerás; sim, tu te deitarás e o teu sono será suave.
25  Não temas o pavor repentino, nem a assolação dos ímpios quando vier.
26  Porque o Senhor será a tua confiança, e guardará os teus pés de serem presos.
27  Não negues o bem a quem de direito, estando no teu poder fazê-lo.
28  Não digas ao teu próximo: Vai, e volta, amanhã to darei; tendo-o tu contigo.
29  Não maquines o mal contra o teu próximo, que habita contigo confiadamente.
30  Não contendas com um homem, sem motivo, não te havendo ele feito o mal.
31  Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum de seus caminhos.
32  Porque o perverso é abominação para o Senhor, mas com os retos está o seu segredo.
33  A maldição do Senhor habita na casa do ímpio, mas ele abençoa a habitação dos justos.
34  Ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes.
35  Os sábios herdarão honra, mas a exaltação dos loucos se converte em ignomínia.

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