Palavras de Vida Eterna


domingo, 30 de agosto de 2020

O que restaria se?

Todos já ouvimos a pergunta: o que restaria se o Espírito Santo fosse retirado de nossas igrejas? E todos temos escutado que não haveria grande diferença, porque na realidade há muito pouca influência do Espírito Santo na igreja de hoje. Seria mais fácil conhecer nossa situação se observássemos cada aspecto da obra da igreja a partir de outro enfoque, invertendo a pergunta, 'o que restaria da igreja se a atividade do homem fosse removida? Onde estaríamos se isto ocorresse?”

Muito de nossa atividade parece brotar mais da simpatia humana ou nossa lealdade a uma decisão política, do que de um vivificar do Espírito Santo no coração. Em muitas de nossas reuniões, nossas atividades missionárias, nossos desejos por avivamento, tem se a impressão de um desejo de retificar a condição da terra, em vez de por as coisas em harmonia com a vontade dos céus. (a diferença pode parecer insignificante, mas a força motriz, a motivação é totalmente diferente.) Quando Jesus entrou em Jerusalém, por um momento a visão e proclamação do profeta foi cumprida e por um instante a escuridão se levantou dos corações dos judeus . Neste momento único de luz e revelação o clamor foi 'paz nos céus.'


Pascal disse que toda dor desta terra se sente primeiramente nos céus. Se isto é verdade todo nosso trabalhar deveria ser motivado pelo desejo 'de retificar a condição dos céus.' O céu deve estar em primeiro lugar em nossos corações, se não, temos malogrado toda a visão. Temos de buscar e cumprir a vontade de Deus, satisfazer seu querer e estender Seu reino - não cuidar para que a terra funcione bem. 'Sua vontade na terra como nos céus,' não na terra e depois nos céus. 


Voltemos a nossa pergunta? Onde estaríamos se a atividade humana fosse tirada da igreja? Quem está por detrás de cada decisão tomada? É Deus ou o homem? Creio que faríamos bem em perguntarmos a nos mesmos, 'Que restaria se...?' e aplicar esta pergunta a cada meta, cada projeto, cada reunião... . Que restaria de nossa música e louvor se tirássemos todo o conteúdo psicológico do ritmo, percussão, 'o ataque sonoro', adornos musicais, coreografia ..., todo o assunto de corpos tratando de empurrar almas e almas tratando de empurrar espíritos? 


Que restaria de nossa pregação se restasse apenas à mensagem 'ácida' de Deus? Se não houvesse floreadas explicações técnicas ou teológicas, nenhuma das ilustrações e anedotas que focalizam as emoções? Nossos esforços para transmitir a verdade têm sido guiados pelo Espírito Santo? E o que diríamos dos pastores e líderes? Há algum tempo alguém me disse que estava enojado da adulação dada aos pastores e líderes. E se os pastores fossem julgados apenas pelo mérito da presença de Deus em suas vidas? 

Se os pastores perdessem a consciência de que são capazes e suficientes - restaria algo? 


Poderíamos analisar muitas coisas em nossas igrejas, mas apenas nos perguntemos: somos como a igreja de Laodicéia, não percebendo que somos 'desventurada, miserável, pobre, cega e nua?' Creio que muitos dos que têm falado da obra gloriosa de Deus nos dias vindouros tem tido um vislumbre de uma medida da verdade. Temos escutado sobre nosso vazio, morte, e pobreza espiritual, mas parece que há quase nenhum entendimento de como Deus tem que destruir tudo o que é falso em nossa vida e na da igreja. Sim, Deus fará brotar, na igreja, um corpo novo e glorioso. 


Mas irmãos, há muitas, mas muitíssimas coisas, que terão que ser queimadas até que restem apenas cinzas. Deus levantará para si mesmo (e creio que vai ser depois que nossas igrejas, instituições, sociedade e nação e nossa própria natureza passar por seu fogo), uma igreja nascida e formada unicamente por Deus. Uma igreja que não precisa prostar-se ante algum homem, ante alguma organização e ante nenhuma das políticas projetadas para melhorar a união e comunhão com os que pregam 'outro evangelho'. 


Depois da destruição e morte haverá um terceiro dia de ressurreição quando Deus 'nos ressuscitará e viveremos diante dEle.' (Oséias 6:2) 


Uma nova vida. 

Em uma nova igreja. 

Para um novo dia.

Extraído do site: www.ravenhill.org

Autor: Paul Ravenhill


sexta-feira, 14 de agosto de 2020

A Vida pelo Espírito (Romanos 8:1-11)

O Nome do Espírito Santo, ‘o Senhor, o Doador da vida’, é desconhecido em Romanos capítulo sete, mas aqui, no capítulo oito, o fato e o poder do Espírito Santo estão presentes em todo lugar. Aqui encontramos o segredo para calar a luta que nossas almas conhecem tão bem. Aqui está o modo de andar e agradar a Deus (I Ts 4:1) em nossas vidas justificadas. Aqui está a forma, não para ser como eram as vítimas do corpo e os escravos da carne, mas para ‘fazer morrer as práticas do corpo’ em um exercício contínuo do poder interior, e para ‘andar no Espírito’. Eis aqui o recurso no qual podemos estar para sempre alegremente pagando ‘o preço’ de tal caminhar; dando ao nosso redentor e Senhor Seu direito, o valor de Sua compra, mesmo a nossa vontade, amando render-se, no poder todo suficiente do ‘Espírito Santo dado a nós’.

Já ouvimos do Espírito Santo em nossa vida Cristã (Rm 5:5 e 7:6). A água celestial foi vista e ouvida em seu fluir; assim como em uma região de pedra calcária o viajante vê e ouve, através das fissuras nos campos, as águas correntes encobertas, mas vivas. Mas aqui a verdade do Espírito, como tais correntes de águas que por fim encontram saída em algum rochedo acidentado, precipita-se para a luz e anima toda o cenário. Nesta seqüência e tipo de tratamento há uma lição espiritual e também prática. Certamente somos lembrados de que de certa forma possuímos o Espírito Santo em Sua plenitude desde a primeira hora da nossa possessão de Cristo. Somos também lembrados de que é no mínimo possível que precisemos disso para perceber e usar a nossa possessão do pacto para que a vida possa ser desde então uma nova experiência de liberdade e santa alegria. Somos lembrados de que este ‘novo começo’ é novo antes para nós do que para o Senhor. A água esteve correndo todo o tempo sob a rocha. O discernimento e fé, concedidos por Sua graça, não a invocaram do alto, mas ela esteve no interior, liberando aquilo que ali se encontrava.

A lição prática disto é importante para o pastor e professor Cristão. Por um lado, permite a ele fazer muito, da revelação do Espírito, em suas instruções pública e privada. Permite-lhe não deixar lugar, na medida do possível, para dúvida ou esquecimento na mente de seus amigos sobre a absoluta necessidade da plenitude da presença e poder do Santo Espírito, se a vida é de fato Cristã. Fá-lo descrever tão corajosa e plenamente quanto a Palavra descreve o que a vida deve ser e onde habita aquela sagrada plenitude; quão segura, quão feliz, quão serviçal, quão pura, livre e forte; quão celestial, quão prática, quão humilde. Permite-o convencer todo aquele que ainda precisa aprender a conhecer tudo isto em sua própria experiência, clamando sobre seus joelhos pelo dom poderoso de Deus. Por outro lado, o faz ser cuidadoso para não exagerar em sua teoria e prescrever muito rigidamente os métodos de experiência. Nem todos os crentes falham nas primeiras horas da sua fé em perceber e usar a plenitude do que a Aliança lhes dá; e onde aquela compreensão chega depois de nosso primeiro vislumbre de Cristo, como acontece com muitos de nós ela de fato chega, nem sempre é a mesma experiência e ação. Para um é uma memorável crise, um Pentecostes privado. Outro desperta como que de um sono e encontra o inesperado tesouro ao seu alcance, escondido dele até então por nada mais espesso do que sombras. E outro está tão atento que de qualquer maneira usa a Presença e Poder como não usou há um momento atrás, ele cruzou uma fronteira, mas não sabe quando.

Em todos estes casos o crente possui o grande dom todo o tempo. Na aliança, em Cristo, ele era seu. Assim que avançou pela penitente fé no Senhor pisou sobre solo que, é maravilhoso dizer, era todo seu. E sob ele corre, naquele momento, o Rio de Águas Vivas. Ele apenas teve que descobrir, extrair, e aplicar.

Mais uma vez, o relacionamento entre nossa possessão de Cristo e nossa possessão do Espírito Santo que acabamos de mencionar é um assunto de máxima importância, espiritual e prática, apresentada proeminentemente nesta passagem. Ao longo dela, quando a lemos, encontramos inextricavelmente ligadas as verdades do Espírito e do Filho. “A lei do Espírito de vida” está ligada a “Cristo Jesus”. O Filho de Deus foi enviado para tomar nossa carne, para morrer como nossa Oferta pelo pecado, a fim de podermos “andar no Espírito”. “O Espírito de Deus” é “o Espírito de Cristo”. A presença do Espírito de Cristo é tal que, onde Ele habita, “Cristo está em vós”. Aqui lemos ao mesmo tempo uma advertência, e uma verdade da mais rica benção positiva. Somos admoestados a lembrar que não há um “Evangelho do Espírito” à parte. Nem por um momento devemos avançar, como aconteceu, do Senhor Jesus Cristo para uma mais alta ou mais profunda região governada pelo Espírito Santo. Todas as razões, métodos e assuntos da obra do Espírito Santo estão eterna e organicamente conectadas com o Filho de Deus. Somente O temos porque Cristo morreu. Temos vida porque Ele nos ajuntou ao Cristo vivo. Nossa prova experimental de Sua plenitude é que Cristo é tudo para nós, e devemos estar em guarda contra qualquer exposição de Sua obra e glória que possa por um momento excluir estes fatos. Mas não devemos somente estar alertas; devemos nos regozijar na ideia de que a poderosa e infindável obra do Espírito está para sempre completa sob aquele campo sagrado, Cristo Jesus. E todos os dias devemos fazer uso do interno Doador de Vida para fazer por nós a Sua própria e característica obra; para nos mostrar “nosso Rei em Sua beleza”, e ‘encher com Ele nossa fonte de pensamento e vontade’.


Autor: H.C.G. Moule
Extraído do comentário do Bispo Moule sobre “A Epístola aos Romanos”.


sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Morte e Ressurreição em Todas as Coisas

As Escrituras foram escritas por diferentes homens, todos inspirados pelo Espírito Santo. Portanto, existem estilos diferentes para cada livro, mas sempre com o mesmo tema subjacente. Eles abordam diferentes situações históricas em suas gerações, mas todos apontam para o mesmo plano eterno.

A figura central de todas as Escrituras, de Gênesis a Apocalipse, é Yeshua (Jesus), o filho de Deus e o filho de Davi (Romanos 1.3-4). Yeshua é revelado na Lei e nos Profetas como o Anjo YHVH, e nos evangelhos como o Messias.

O evento central das Escrituras é a morte e ressurreição de Yeshua. Esse evento é prenunciado na Lei e nos Profetas, e acontece de fato nos evangelhos. A morte e a ressurreição de Yeshua foram planejadas e predestinadas antes da criação do mundo (Apocalipse 13.8; 1 Pedro 1.20).

Tudo na natureza e na história reflete o tema de morte e ressurreição.

Astronomia - O ciclo da lua dura um mês, no qual a lua parece morrer e voltar à vida. A palavra hebraica para lua (chodesh) é a mesma raiz que a palavra para novo (chadash). O sol se põe todos os dias; o céu escurece e volta a clarear todas as manhãs.

Agricultura - Toda a vida vegetal cresce quando uma semente cai no chão e morre; então volta à vida para dar mais frutos. Toda a natureza sofre agora, mas será libertada e restaurada no reino de Deus (Romanos 8.19-22). O alimento que comemos, quando é um produto animal, exige que um animal vivo tenha que sacrificar sua vida para que possamos continuar a viver (Gênesis 3.21).

Artes - Nos filmes, literatura, pintura e todas as artes criativas, encontramos o tema do herói disposto a desistir de sua vida para salvar o inocente e, em seguida, fazer uma emocionante reviravolta. O artista judeu Marc Chagall fez uma série de pinturas comparando a crucificação com o Holocausto. A série de esculturas de Rick Wienecke, “A Fonte das Lágrimas”, descreve a mesma comparação (www.castingseeds.com). Até a série de bruxaria, do Harry Potter, tem o herói sacrificando sua vida para salvar seus amigos na Cruz do Rei e depois sendo ressuscitado dos mortos.

Corpo físico - Deus projetou nosso corpo para deitar em meio a escuridão sem se mover por várias horas todas as noites e depois se levantar novamente ao amanhecer, como se voltasse à vida. A primeira oração de judeus religiosos todas as manhãs compara o ato de acordar com a ressurreição.

Vida Espiritual - Todo cristão nascido de novo sabe que a fonte de seu novo nascimento e vida espiritual é identificar-se com a crucificação de Yeshua (Gálatas 2.20). Na imersão em água, a cerimônia simboliza ser enterrado e ressuscitado (Romanos 6.4). Nosso ministério ao Senhor geralmente experimenta o que é chamado de “morte e renascimento de uma visão”.

Sacerdócio Levítico - Os sacerdotes no templo ofereciam todos os dias sacrifícios de animais nos quais o animal é um símbolo do Messias morrendo como expiação por nossos pecados e depois ressuscitando dentre os mortos (Levítico 16).

A História de Israel - A nação de Israel passa por destruição, exílio, reajuntamento e restauração - tanto na história bíblica quanto na moderna. O exílio do povo judeu é comparado a uma experiência de morte (Lamentações) e à restauração da nação por meio da ressurreição (Ezequiel 37).

O paralelo da crucificação e ressurreição de Yeshua com a destruição e restauração de Israel é a chave para entender os mistérios do reino de Deus. O padrão de morte e renovação na natureza nos ajuda a entender a criação de Deus.

Muitos dos heróis das Escrituras passaram por experiências de morte e ressurreição. Isaque foi amarrado em um altar e realmente oferecido como sacrifício por seu pai. José foi simbolicamente morto por seus irmãos, jogado em um poço e depois em um calabouço e, eventualmente, ascendeu para governar a nação. Sansão passou por uma experiência de crucificação. Daniel foi jogado na cova dos leões e voltou na manhã seguinte. Jonas praticamente morreu na barriga do peixe e depois voltou à vida.

Morte e ressurreição é um tema consistente em toda a Lei, Profetas e Novo Testamento, e nos ajuda a entender o plano das Escrituras do começo ao fim.

Autor: Asher Intrater
Ministério Revive Israel

sábado, 4 de julho de 2020

“De fato sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11:6) 

“...mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé, naqueles que a ouviram.” (Hb 4:2) 

Estes dois versículos juntos nos mostram como é vã toda a atividade religiosa onde não há fé. A atividade exterior deve ser realizada correta e diligentemente, mas a menos que a fé esteja em operação, Deus não é honrado e a alma não é edificada. A fé abre o coração de Deus, e é mediante a fé que recebemos a graça de Deus – não uma mera aceitação do que é revelado em Sua Palavra, mas um princípio sobrenatural de graça que existe no Deus das Escrituras. Isso o homem natural, não importa o quanto religioso ou ortodoxo ele seja, não tem; e nenhum de seus esforços, nem atos da sua vontade, pode adquirir. É um dom soberano de Deus. 

A fé deve operar em todas as atividades dos cristãos, se Deus há de ser glorificado e Ele edificado. 
Primeiro, na leitura da Palavra: “Estes, porém, foram registrados para que creiais” (Jo 20:31). 
Segundo, no ouvir da pregação dos servos de Deus: “A pregação da fé” (Gl 3:2). 
Terceiro, na oração: “Peça-a porém com fé, em nada duvidando” (Tg 1:6). 
Quarto, na nossa vida diária: “Visto que andamos por fé, e não pelo que vemos” (II Co 5:7); “esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no filho de Deus” (Gl 2:20). 
Quinto, em nossa partida desse mundo: “Todos estes morreram na fé” (Hb 11:13). 

O que o fôlego é para o corpo, a fé é para a alma; pois alguém que sem fé busca realizar ações espirituais, é como se colocasse uma mola em um boneco de madeira, fazendo-o mover-se mecanicamente. 

Um professo não-regenerado pode ler as Escrituras e ainda assim não ter qualquer fé espiritual. Assim como o hindu devoto lê atentamente o Upanishad e o muçulmano o seu alcorão, muitos países “cristãos” adotam o estudo da Bíblia, e mesmo assim não têm mais da vida de Deus em suas almas do que têm os seus irmãos pagãos. Milhares nesta terra lêem a Bíblia, crêem na sua autoria divina, e se tornam mais ou menos familiarizados com o seu conteúdo. Um mero professo pode ler vários capítulos diariamente, e mesmo assim nunca compreender um único versículo. Mas a fé aplica a Palavra de Deus: ela aplica Suas terríveis ameaças e estremece diante delas; ela aplica Suas solenes advertências, e procura atendê-las; ela aplica Seus preceitos, e suplica a Ele por sua graça para acompanhá-lo. 

Acontece o mesmo no ouvir a pregação da Palavra. Um professo carnal se orgulhará de ter comparecido a esta ou aquela conferência, de ter ouvido aquele famoso professor e aquele renomado pregador, e ter tido tanto proveito para a sua alma quanto se nunca tivesse ouvido qualquer um deles. Ele pode ouvir dois sermões todo domingo, e depois de cinqüenta anos ser tão morto espiritualmente como é hoje. Mas o homem regenerado compreende a mensagem e avalia a si mesmo pelo que ouve. Ele é muitas vezes convencido dos seus pecados e feito lamentar deles. Ele testa a si mesmo pelo padrão de Deus, e se sente tão longe de ser aquilo que deveria que sinceramente duvida da sinceridade da sua profissão (de fé). A Palavra o corta em pedaços como uma espada de dois gumes, e o faz clamar “desventurado homem que sou!” 

Na oração o mero professo muitas vezes faz o crente humilde envergonhar-se de si mesmo. O religioso carnal que tem “o dom da palavra” nunca se perde com elas: frases fluem de seus lábios tão prontamente como águas de um riacho murmurante; versículos das Escrituras parecem correr através de sua mente tão livremente como o pó passa pela peneira. Ao passo que o pobre oprimido filho de Deus é muitas vezes incapaz de fazer algo mais do que clamar “Ó Deus sê propício a mim pecador” . Ah, meus amigos, nós precisamos distinguir nitidamente entre a habilidade natural de “fazer” “boas orações” e o espírito de suplica verdadeira: um consiste meramente de palavras, o outro de “gemidos inexprimíveis”; um é adquirido por educação religiosa, o outro é implantado na alma pelo Espírito Santo. 

Assim é também em assuntos sobre as coisas de Deus. O professo fútil pode conversar loquazmente, e muitas vezes, de modo ortodoxo, de “doutrinas”, sim, e de coisas terrenas também: de acordo com a sua disposição, ou dependendo da sua audiência, assim é o seu tema. Mas o filho de Deus, embora sendo pronto para ouvir o que é para edificação, é “tardio para falar”. Oh, meu leitor, cuidado com pessoas que falam muito; um tambor faz bastante barulho mas é vazio por dentro! “Muitos proclamam a sua própria benignidade, mas o homem fidedigno quem o achará?” (Pv 20:6). Quando um santo de Deus abre os seus lábios para falar de assuntos espirituais, é para dizer o que o Senhor, em Sua infinita misericórdia, tem feito por ele; mas o religioso carnal está ansioso sempre para que os outros saibam o que ele “tem feito pelo Senhor”. 

A diferença é evidente da mesma forma, entre o crente genuíno e o crente nominal, com relação à vida diária: conquanto este último possa parecer exteriormente justo, ainda assim por dentro está “cheio de hipocrisia e iniquidade” (Mt 23:28). Eles colocarão a pele de uma verdadeira ovelha, mas na realidade são “lobos em pele de ovelhas”. Mas os filhos de Deus têm a natureza da ovelha, e aprendem dAquele que é “manso e humilde de coração”, e como eleitos de Deus se revestem de “ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade” (Cl 3:12). Eles são em secreto o que são em público. Eles adoram a Deus em espírito e em verdade, e têm a sabedoria bem guardada no coração. 

Também é assim no fim de suas vidas. Um professo vazio pode morrer tão fácil e tranqüilamente como viveu – abandonado pelo Espírito Santo, e não perturbado pelo diabo; como diz o salmista: “para ele não há preocupações” (Sl 73:4). Mas isso é muito diferente do fim daquele cuja consciência, profundamente sulcada e reconhecidamente corrompida, foi “aspergida” com o precioso sangue de Cristo: “Observa o homem íntegro, e atenta no que é reto; porquanto o homem de paz terá posteridade” (Sl 37:37) – sim, uma paz “que excede todo o entendimento”. Tendo vivido a vida do justo, ele morre a “morte do justo” (Nm 23:10). 

E o que é que distingue um caráter do outro, onde está a diferença entre o crente genuíno e o que é apenas no nome? Nisto: uma fé dada por Deus e implantada no seu coração pelo Espírito. Não um mero concordar intelectual com a Verdade, mas um vivo, espiritual, e vital princípio no coração – uma fé que “purifica o coração” (At 15:9), que “atua pelo amor” (Gl 5:6), que “vence o mundo” (I Jo 5:4). Sim, uma fé que divinamente mantida em meio a provações por dentro, e de oposições por fora; uma fé que exclama “ainda que me mate, nEle confiarei” (Jó 13:15). 

É bem verdade que essa fé não está sempre em atuação, nem é igualmente forte em todo o tempo. O beneficiário dela deve ser ensinado por dolorosa experiência que da mesma forma como ele não a criou, ele também não pode comandá-la; por essa razão ele se volta para o seu Autor e diz: “Senhor eu creio, ajuda-me com a minha falta de fé”. E é assim para que quando ler a Palavra seja capaz de apossar-se das suas preciosas promessas; quando prostar-se diante do trono da graça, ele seja capaz de lançar o seu fardo sobre o Senhor; quando ele levantar-se para seus deveres temporais, seja capaz de apoiar-se nos braços eternos; e quando ele for chamado a passar pelo vale da sombra da morte, clame triunfante “não temerei mal nenhum, porque Tu estás comigo” . “Senhor aumenta-nos a fé”. 

 Autor: Arthur W. Pink

sábado, 20 de junho de 2020

Não Tema as Conspirações do Corona!

[Amado, não estou escrevendo para zombar de ninguém. Isso jorrou do meu interior após eu dedicar um tempo para a oração e na palavra - de um coração de amor e profunda preocupação com o povo de Deus.]

Observe que eu não escrevi “teorias da conspiração”, mas conspirações. Vamos começar com a hipótese de que algumas ou todas as diferentes teorias potenciais de conspiração não sejam teorias, mas verdadeiras:

Ok, e agora?
A questão é: Como devemos responder?

Qual é a resposta dos cristãos na China ao fato de seu governo conspirar contra eles diariamente? Pregar o evangelho e ganhar o maior número de pessoas possível. Qual foi a resposta de Paulo à perseguição dos crentes por Roma? Pregar o evangelho. Qual foi a resposta dos apóstolos para o julgamento e assassinato ilegais de Yeshua? Pregar o evangelho. Ou quando foram presos e espancados (At 4)? Pregar o evangelho. Quais foram as últimas palavras de Yeshua? “Avisar as pessoas sobre o Bill Gates”? Não, e me desculpe, eu não estou tentando ser engraçadinho aqui, mas ir direto ao ponto. Suas últimas palavras foram para que fossem por todo o mundo para fazer discípulos. O que Paulo fez em sua cela? Ele estava preocupado com o imperador Nero? Não, ele continuou a ministrar por meio de suas cartas.

Eu não estou dizendo que nós devemos ignorar a injustiça ou as pessoas que conspiram para fazer o mal (e logicamente, precisaremos de mais evidências do que algumas postagens no Facebook).

As Conspirações das Nações
Não devemos nos surpreender se, eventualmente, não pudermos comprar ou vender sem a marca da besta. Chegará o dia em que os governos do mundo se voltarão contra os crentes e nos perseguirão. Embora eu não acredite que a restrição atual para não se reunir em grandes grupos seja motivado pelo desejo de fechar a igreja, esta é a oportunidade de nos treinar, porque esse dia certamente chegará! Eles vão “conspirar” contra Deus e o seu Messias.

Por que se enfurecem os gentios 
e os povos imaginam coisas vãs?
Os reis da terra se levantam,
e os príncipes conspiram contra o Senhor
e contra o seu Ungido (Sl 2.1.2).

O fato de certos poderes conspirarem contra Deus e seu povo não é novidade nem é chocante. Isso foi profetizado há muito tempo. A questão é: estamos prontos?

Frequentemente, tememos a fúria e a conspiração das nações mais do que aquele que as criou. Quando nos preocupamos com as conspirações do homem, como consequência tornamos Deus muito pequeno. O maior de todos os maus protagonistas que estão por vir não é o príncipe Charles, a OMS, Bill Gates ou Dr. Fauci, mas o anticristo, e até ele é um mero fantoche nas mãos de Deus. Por três anos e meio, esse homem poderoso será incapaz de tocar em Jerusalém, pois as duas testemunhas, que soprarão fogo e “atingem a terra com pragas quantas vezes quiserem”, o deterão, ao mesmo tempo em que proclamarão Yeshua na cidade velha de Jerusalém. Somente depois que eles se forem (para o céu), é que ele conseguirá atacar a Cidade Santa (Zc 14.1-2)

Apesar de todos os planos do homem, Deus fará valer a sua vontade. Ninguém vai “passar a perna em Deus” (com torres de transmissão 5G ou vacinas falsas), mas, pelo contrário, os homens são seus servos, quer saibam disto ou não. Durante os últimos sete anos antes de Yeshua voltar, eles terão grandes dificuldades em implementar seus planos malignos em meio a pragas, terremotos e secas, enquanto o povo de Deus experimentará proteção de grande parte disso, como os israelitas durante as pragas da Páscoa [ocorridas no Egito]. Será um tempo angustiante no planeta Terra.

“Então, lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino, contra reino;
haverá grandes terremotos, epidemias e fome em vários lugares, coisas espantosas e também grandes sinais do céu. Antes, porém, de todas estas coisas, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome; e isto vos acontecerá para que deis testemunho.” (Lc 21.10-13)

“Eu empenho a minha cabeça para o céu”

Minha preocupação não é quem está conspirando, mas aqueles que não estão preparados para os tempos difíceis, para a perseguição. Mesmo agora, muitos estão profetizando, esperando e orando para que todos possamos voltar ao normal, o que significa R$ 30 mil no mercado de ações, economia forte e megaigrejas cheias.

Mas é isso que Deus quer? Talvez por uma temporada, até a próxima “dor de parto”. Certamente, se estamos nos últimos dias, o velho normal não voltará mais. Estou muito menos preocupado com a palavra ou visão profética de alguém do que com a inabalável e palavra de Deus 100% precisa que fala de um tempo de sofrimento cataclísmico antes do retorno de Yeshua.

Mas queremos o nosso “normal” de volta. Noutro dia, conversei com um pastor de uma megaigreja, e ele me disse que todos os seus colegas estão dizendo: “Não se preocupe ... tudo voltará ao normal em breve”. Será que talvez Deus esteja fazendo o que ele disse em sua Palavra? Hebreus 12.26-27 nos diz que ele abalará tudo o que pode ser abalado, de modo que somente o que é inabalável permaneça.

Eu vejo, em breve, que Deus fará com que algumas de nossas estruturas ministeriais desmoronem. Não estou me isentando disto, pois só Deus conhece o meu coração e meus motivos, meus medos e ciúmes. Deixe tudo vir abaixo! Eu imagino que alguns pastores entrarão em pânico ao perderem seu palco. Cuidado com aqueles que lhe dizem que a chave para parar a praga é uma doação para o ministério deles. Dar é super importante, especialmente em tempos de fome ou praga, mas o povo de Deus tem sido frequentemente manipulado por pregadores milionários. Continuo vendo em meu espírito andaimes e estruturas feitas pelo homem, e uma bola de demolição/terremoto derrubando todos eles. Então surgirá algo muito mais belo, a Eclésia, o povo de Deus, no lugar das velhas estruturas. Será que Deus não está apenas drenando o pântano na política, mas também no ministério? O julgamento não começa com a casa de Deus? (1 Pe 4.17)

Eu acredito firmemente em liderança. Mas os líderes são chamados para “capacitar os santos para as obras do ministério” (Ef. 4.11-14) para que não façam todo o trabalho do ministério sozinhos. Meu palpite é que já temos mais pessoas comuns que não pertencem à liderança fazendo mais obra do ministério agora do que antes, por causa da COVID-19. Precisamos ser Jesus para este mundo.

Eu adoraria que as coisas voltassem a ser como antes. Eu tinha uma vida boa. Nosso pequeno negócio de turismo já perdeu cerca de US$ 20 mil - até agora. Mas, como Keith Green disse: “Eu empenho a minha cabeça para o céu em favor do Evangelho”. Quem tenho eu senão Jesus? E ele está removendo todo o resto. E sim, é assustador, mas eu desejo a sua glória. Ele não volta para uma noiva distraída, mas para alguém que anseia por ele.

(Escrevi esses últimos parágrafos em lágrimas, em santo temor e tremor.)

Yeshua chama tudo isso de o princípio das dores (Mateus 24.8). Para quem já deu à luz, você não precisa que eu lhe diga que as dores de parto vêm em ondas. Entre outras coisas, elas servem para informar à mãe que o bebê está chegando. Isso me diz duas coisas: uma, a crise vai acabará diminuindo, mas não por muito tempo. Mais dores virão na forma daquilo que Yeshua disse: terremotos, fomes, guerras e pragas e, claro, perseguição.

Em segundo lugar, as dores do parto terminam com um nascimento. Estamos chegando perto do glorioso Reino do Milênio, onde, como escreveu meu querido amigo que está agora com Yeshua, Marc Chopinsky, ele reinará sobre toda a Terra. Qualquer mãe lhe dirá que, assim que o bebê nasce, as dores do parto rapidamente se tornam uma lembrança distante.

O que fazer?

Em vez de focar nas teorias da conspiração (mesmo que sejam verdadeiras), devemos:

1) Preparar-nos para o que está por vir. Não quero dizer, estocar água, mas preparar-se emocionalmente e espiritualmente. Devemos aprender a viver sobrenaturalmente como Elias durante a seca. Foi isso que Jesus nos disse:

“Não se assustem ... mas decidam no coração não premeditar como farão a sua defesa” (Lc 21.9,14)

Por que ele nos diz isso? Porque o coração das pessoas desmaiará de medo. Na verdade, em Mateus, Jesus diz que as pessoas até mesmo ficarão com raiva de Deus e se afastarão dele: “E então muitos serão escandalizados, e trairão um ao outro, e se odiarão”. A dor do parto é um sinal para acordar e se aprontar, orar e buscar a Deus, para encontrar nossa segurança nele. A primeira parte dessa citação tem a ver com eventos mundiais e, depois, a segunda parte tem a ver com ser preso por nossa fé. Essas coisas irão acontecer.

2) Regozijar-nos e estar animados. Falando do sinal do fim dos tempos, Yeshua nos dá a vacina, por assim dizer, contra a praga do “pânico”:

“Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” (Lc 21.28).

Vamos buscar Deus como nunca antes!

Nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.

“Onde está, ó morte, a tua vitória?
Onde está, ó morte, o teu aguilhão?

O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 15.51-57).

Autor: Ron Cantor
Ministério Revive Israel

sexta-feira, 19 de junho de 2020

O Propósito da Prova

O enriquecimento do vinho é o único propósito do agricultor ao podar os tenros ramos. A faca do jardineiro é usada com julgamento e experiência, nem uma única incisão errada é feita, e assim também ocorre quando nosso Senhor usa a foice podadora da prova. Nosso Pai é o agricultor e a aparente perda no presente visa assegurar um futuro rico e frutífero.

Outro amigo, escrevendo para expressar sua solidariedade para comigo num momento de grande pesar, disse, “Quando o Senhor, com uma mão, leva alguém que é parte de nossa vida, com Sua outra mão, Ele gentilmente nos mantêm durante e após o processo. Nos últimos três dias o assunto da poda das vinhas tem estado muito em meus pensamentos. Você já viu um jardineiro podar uma vinha frutífera cuja frutificação pretende aprimorar? Primeiro, ele corta todos os galhos próximos ao tronco. Então solta a planta de todos os seus apoios e a deixa prostrada até que ele esteja pronto para um tratamento adicional. Quando ele está pronto segura a vinha com sua mão esquerda, enquanto com sua mão direita raspa a casca, removendo tudo aquilo que se adere a ela. Depois disso põe a haste de volta à sua posição original e a apoia com todos os laços necessários, e a deixa ali”.

Diante dessa passagem poderia parecer que o propósito da prova é o de demonstrar a não geração de fé. O período de prova é um período de inspeção, quando o Juiz e todos os espectadores acharão que a provação foi suficiente e de caráter satisfatório. “Que a prova da vossa fé redunde para louvor em honra e glória”. A prova da fé resulta em uma expressão de louvor. Também leva a um nível mais alto conforme é sugerido na palavra 'honra'. A hora da prova talvez se torne a hora da graduação espiritual ou do contrário. Na hora da prova conferem-se as honras da vida espiritual. Ainda mais maravilhoso, no coração da prova a ‘glória' permanece preservada.

Louvor, honra e glória estão na vereda da prova. Por que nos esquivaremos ou hesitaremos? Preferencialmente sigamos em frente com passos ávidos pelo caminho de fé.

‘É verdade que meu Salvador está planejando para mim, 
Quando o caminho é áspero e longo, 
E as nuvens pairam baixas e os amigos são poucos, 
E não tenho voz para cantar 
Ele está planejando o melhor para mim 
Através dos tediosos dias de luta; 
Apenas confio e apego-me forte ao Abençoado 
Nos altos e baixos da vida'.

Autor: W. Mallis
Extraído da Revista O Vencedor
Do livro ‘The Way of the Wind' (O Caminho do Vento).

terça-feira, 16 de junho de 2020

Verdadeiro Arrependimento

A tristeza segundo Deus produz arrependimento. 2 Coríntios 7.10

O verdadeiro arrependimento é obra do Espírito de Deus. O arrependimento é uma flor seleta que não brota no jardim da natureza humana. A pérola se forma naturalmente no interior da ostra, mas o arrependimento nunca se manifesta nos pecadores, se a graça de Deus não agir neles.

Se você tem uma partícula de verdadeiro ódio para com o pecado, foi Deus quem lhe deu este sentimento, pois os abrolhos da natureza humana nunca produziram um único figo. 'O que é nascido da carne é carne' (João 3.6). O verdadeiro arrependimento tem uma referência específica para com o Salvador. Quando nos arrependemos do pecado, precisamos ter um olho no pecado e outro na cruz. Será melhor ainda fixarmos ambos os olhos em Cristo e enxergarmos nossas transgressões tão-somente à luz do amor dEle.

A verdadeira tristeza para com o pecado é eminentemente prática. Ninguém pode dizer que odeia o pecado, se vive no pecado. O arrependimento nos faz ver a malignidade do pecado não somente como algo teórico, mas também como algo experimental — assim como uma criança queimada odeia o fogo.

O verdadeiro lamento pelo pecado nos tornará muito zelosos em relação à nossa língua, para que não falemos palavras impróprias. Precisamos vigiar nossas ações, para não causarmos ofensas e terminarmos o dia com dolorosas confissões de nossos erros. A cada manhã devemos nos levantar com orações para que Deus nos sustente naquele dia, a fim de que não pequemos contra Ele. O arrependimento sincero é contínuo.

Os crentes se arrependem até ao dia de sua morte. Sua tristeza pelo pecado não é intermitente. Todas as outras tristezas se rendem ao tempo, mas esta bendita tristeza cresce juntamente com o nosso crescimento espiritual. Ela é tanto doce quanto amarga, mas agradecemos a Deus por sermos permitidos desfrutar deste arrependimento e sofrê-lo até entrarmos em nosso descanso eterno.

Autor: C.H. Spurgeon
Extraído do site: charleshaddonspurgeon.com

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Oração é o Trabalho Básico na Salvação de Almas

Por que você deve preparar um caderno de anotações? Porque existe um princípio básico na salvação de almas, que é o de orar a Deus antes de convencer alguém. Primeiro peça a Deus e então vá conversar com a pessoa. É absolutamente necessário que você fale com Deus a favor da pessoa a quem irá falar mais tarde. Se você falar primeiro com ela, não será capaz de realizar nada.

Conheci em certo lugar dois irmãos que eram muito zelosos em levar homens ao Senhor. Mas em meu contato com eles percebi instantaneamente que algo estava basicamente errado. Eles não oravam por aqueles que desejavam ganhar para Cristo. Um interesse pelos homens sem que haja um fardo diante de Deus é simplesmente inadequado e, por isso, ineficiente. A pessoa deve primeiro sentir um fardo diante de Deus e então trabalhar diante dos homens.

Portanto, a primeira coisa a fazer é pedir a Deus por algumas almas. “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim” (Jo 6:37), disse o Senhor Jesus. E lembrando como Deus acrescentava à Igreja, dia a dia, aqueles que iam sendo salvos (At 2:47). Devemos pedir a Deus por almas. Precisamos orar: “Ó Deus, dê almas ao Senhor Jesus, acrescente pessoas à Igreja” .  As pessoas são dadas quando pedimos. Os corações humanos são tão cheios de sutilezas que não se convertem facilmente. Por essa razão devemos orar fielmente por uma pessoa antes de conversarmos abertamente com ela. Quão importante é a oração! Ore nominalmente em favor das pessoas a quem deseja conduzir a Cristo, creia que Deus irá salvá-las e depois leve-as ao Senhor.

Quem é sábio em ganhar almas a Cristo é hábil na arte da oração. Se alguém tem dificuldade em ver respondida a sua oração, terá dificuldades para sair e testemunhar do Senhor. Possam os novos crentes ver que é preciso orar antes de testemunhar. Todos os que são sábios em levar pessoas ao Senhor são também eficazes na oração. 

Autor: Watchman Nee
Extraído do livro A Boa Confissão

domingo, 23 de fevereiro de 2020

O Lutador Vitorioso

“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contras os principados, contras as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6:12)

A carta aos Efésios não termina com o nono verso do sexto capítulo, mas continua: “No demais, fortalecei-vos no Senhor”, o que abre a nós a verdade com relação à batalha do cristão. Esta consumação da revelação nesta epístola.

Nenhum cristão verdadeiro está isento desta batalha. Aquele que plenamente possui sua herança em Cristo (Ef 1:11) e está andando dignamente (Ef 4:1) é de se esperar então que se engaje na batalha espiritual que está acontecendo nos lugares celestiais (Ef 6:12). Deus não tem lugar para um pacifista espiritual. Ele chama todo santo para as armas.

Mas Deus tem uma ordem divina que não pode ser invertida. É completamente loucura para um cristão entrar para a batalha com as hostes poderosas, sobrenaturais e Satânicas, a menos que possa dignamente passar pela prova de eficiência de Deus tão claramente delineada em Efésios 6:1 a 6:9.

Para batalhar com Satanás deve-se estar andando no Espírito. Por isso, nos convém, àqueles que se propõem serem lutadores, vigiar o nosso caminhar.

Paulo mesmo, um provado e confiante guerreiro, através de dois mandamentos nítidos adverte de dois pontos vulneráveis que abrem a Satanás o caminho da vitória pela mutilação do cristão na batalha espiritual. Então através de um terceiro mandamento ele exorta todo cristão a aperfeiçoar a sua prontidão para a batalha.

1. Não deis lugar ao Diabo. (Ef 4:27)
Dando lugar ao Diabo dá-se quartel-general a Satanás no arraial de Cristo. Isso provê a ele uma base da qual conduzir a sua campanha. Dando lugar ao Diabo faz-se de uma parte do exército de Cristo um aliado do Seu arqui-inimigo.

Dando lugar ao Diabo diminui-se o poder do homem das tropas do Senhor e rende a Satanás recursos espirituais que pertencem somente ao Capitão da nossa salvação. Isso compele Cristo a sair para a batalha em desvantagem. Isso enfraquece o poder na batalha da onipotência. Isso diminui a força de operação do sobrenatural. Dando lugar ao Diabo dividi-se a aliança e se coloca traidores e desertores no exército do Senhor.

Por isso o Diabo esta incessantemente ocupado buscando ganhar algum lugar na vida de todo lutador cristão. Ele começará com um lugar muito pequeno, qualquer coisa contanto que ganhe um apoio para os pés. Ele conhece os nossos lugares fracos. Ele se aproxima pelo nosso lado cego. Ele abre passagem onde a crosta é mais fina. Ele espera o seu tempo até que possa nos pegar de surpresa. Ele nos tenta em nossos pontos mais suscetíveis. Ele trabalha astutamente, como arqui-enganador que ele é, para nos seduzir a fazer uma associação com ele. Para o verdadeiro guerreiro espiritual ele vem muitas vezes como um genuíno anjo de luz, até mesmo apanhando alguns numa armadilha proclamando ser enviado de Deus. Ele usa qualquer método, por meio inteligente ou cruel de ganhar acesso, e faz o possível para disfarçar a sua aproximação. O que ele procura ganhar é um lugar para começar as suas atividades, para que possa minar o moral do guerreiro cristão e torná-lo incapaz de lutar.


2. E não entristeçais o Espírito Santo de Deus (Ef 4:30)
Alguém que poderia retrair-se com tremor e temor de dar lugar ao Diabo pode sem embargo estar tornando a vitória dele nas regiões celestiais possível entristecendo o Espírito Santo.

O Espírito Santo vive dentro de nós para reproduzir dentro de nós a vida vitoriosa do Cristo glorificado para que possamos ser capacitados a “permanecer”, e liberar através de nós o Seu poder sobrenatural para que estejamos aptos a “resistir”. Qualquer coisa que contenha ou restrinja o Espírito Santo de executar a Sua obra em Sua máxima capacidade favorece Satanás a derrotar o servo de Cristo.

Então o que é que em nós nos entristece o Espírito Santo? Qualquer coisa profana. Tudo o que em nós é contrário àquilo que Ele é, O entristece. Ele é o Espírito da verdade, da fé, da graça, da sabedoria, do poder, do amor, da disciplina, da santidade, portanto qualquer coisa que seja mentirosa, incrédula, desagradável, imprudente, estéril, não amável, incontrolável, profana, entristece o Espírito de Deus. Por isso, o pecado de qualquer natureza ou grau, seja aberto ou secreto, seja na carne ou no espírito, seja grosseiro ou refinado, entristece o Espírito Santo.


3. Enchei-vos do Espírito (Ef 5:18)
Este é o slogan do lutador vitorioso. São os guerreiros cheios do Espírito que vencem e derrubam as hostes Satânicas. Cheios da sabedoria do Espírito (Ef 1:17) eles discernem o ardil do diabo (Ef 6:11). Cheios do poder do Espírito (Ef 3:16) eles estão contra elas. Cheios da plenitude do Espírito (Ef 3:19) eles estão sobrenaturalmente equipados para se engajar nesta batalha entre as forças sobrenaturais do bem e do mau e sobrenaturalmente fortalecidos para se tornarem vencedores.

Portanto tomem toda a armadura de Deus, para que possam estar capacitados a permanecer firme em seu campo no dia da batalha e tendo lutado até o fim, permanecerem vencedores no campo. (Ef 6:13)


Autora: Ruth Paxon
Extraído da revista O Vencedor Junho de 2011 a Setembro de 2011 – www.editorarestauracao.com.br











terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Vitória

Vitória para mim? Sim, para você. O Calvário não fala de derrota, fala de vitória. Louve a Deus por haver a possibilidade de uma vida vitoriosa para toda alma que crer e receber a salvação de Deus e a obra consumada do Calvário. Aos olhos cegos do ímpio não regenerado a Cruz é um espetáculo de fracasso ignominioso, de fraqueza e derrota. Para a alma emancipada é a cena de vitória e triunfo sobre todo o poder do inimigo.

“Três vezes abençoado é aquele a quem é dado o instinto que pode dizer que Deus está no campo de batalha, quando Ele é o mais invisível.” 

“Está consumado”, não foi o suspiro de morte de uma vítima derrotada. Foi o grito de vitória do nosso Cristo triunfante. Ele “clamou novamente com grande voz” (Mt 24:50). Não vamos nunca esquecer de que a Sua vida não foi tirada dEle, Ele a deu da Sua própria vontade (Jo 10:18). Quando a obra que foi dada a Ele para fazer tinha sido realizada (Jo 17:4), por um ato da Sua própria vontade, Ele deu a Sua vida, “rendeu o Seu espírito” e naquele poderoso grito de vitória proclamou: “Está consumado”. A obra estava consumada, mas Ele não estava. 

“Levantado da sepultura Ele ressuscitou com um poderoso triunfo sobre os Seus inimigos. Ele ressuscitou Vitorioso do domínio das trevas e vive para sempre com os Seus santos para reinar, Ele ressuscitou, Ele ressuscitou, Aleluia! Cristo ressuscitou”. Vitória! Sim, vitória. Aquela vitória que é o direito adquirido de todo filho de Deus comprado pelo sangue, unido ao Cristo Conquistador pela fé viva. Creia-o, a vitória é para você.

Tão seguramente quanto Satanás e os poderes das trevas foram derrotados, e todas as coisas colocadas sob os pés de Cristo, quando Deus “O ressuscitou da morte e O assentou a Sua destra nos lugares celestiais, acima de todo o principado e autoridade, poder, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro” (Ef 1:20-21), estão esses poderes abaixo dos nosso pés como membros do Seu Corpo, e participantes da vitória dEle que é o nosso Cabeça. Torne-a intensamente pessoal e prática. Vitória para mim. É assim. Honraremos Aquele que a ganhou para nós pelo Seu próprio sangue e no-la dá livremente, plenamente, e agora, quando a recebermos.

Que palavra é esta: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum” (Lc 10:19). Não vamos mais duvidar dela, mas recebe-la, fazê-la nossa, e vivam no poder da sempre vitoriosa vida. “Isso aconteceu para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos” (2 Co 1:9). Certamente há muitos que sabem que a vitória é para eles, em Cristo, porque a palavra de Deus declara que é assim, os quais sem embargo não conseguem experimentar o seu poder em sua vida diária. Por que isso? Pode ser que o processo de receber não esteja claramente entendido. Pode haver incontável prosperidade a nossa disposição, mas do que serve se formos excluídos de recebê-la pela ignorância de como torná-la nossa. A forma de Deus para receber a vitória que Ele dá em Cristo é muito clara e tem que ser entendida, já que não há nenhuma outra forma.

É pela identificação com a pessoa do Seu Filho. O primeiro passo para a vida de vitória com Cristo sobre o trono é pela morte com o Cristo na Cruz. Abençoado é o fato de que “Ele me amou, e se deu por mim”, e para sempre nos libertou da condenação do passado. Mas quão indizivelmente precioso é aquele próximo fato. “Eu morri com Ele”. Na pessoa de Seu Filho a vida do eu que estava na mira de Deus acabou ali no Calvário. Fui crucificado com Jesus e a Cruz pôs-me em liberdade. Livre! Livre deste cruel ego, que se levantava sempre em sua impetuosidade e impaciência, sua sensibilidade e mau-humor, sua loquacidade e curiosidade, sua pressa e crueldade, seu murmúrio e lamúria, sua preocupação e descontentamento, seu espalhafato e fumaça, sua baixeza e descortesia, sua negligência e ingratidão, sua crítica e escândalo, seu orgulho e presunção, seu ódio e malícia, sua loucura e lisonja, sua vacuidade e vaidade, seu entristecimento do Espírito e arruinamento do Seu testemunho, seu impedimento da Sua obra e o desfavorecimento de Deus.

Oh abençoada liberdade, morte em Cristo, para o ego, para o pecado, para o mundo, para a Lei, para o Diabo, mas vivo em Cristo para Deus. Que revelação do Espírito é esta, quando nos deixamos conduzir para onde Deus nos colocou, na Cruz do Calvário, identificados com Ele, crucificados.

Ver pela fé a nossa velha natureza ali pendurada na pessoa do Filho de Deus, e reivindicar a vitória como nossa, e gritar com Ele: “Está consumado”. Baixar com Ele à sepultura “sepultado com Cristo”, para ver a nova criação ressuscitar e saber que estamos “assentados com Ele nos lugares celestiais, acima de todo o principado e autoridade” – é o único modo de conhecer o poder da vitória em nossa experiência, pois é dEle, e somente é nossa na medida em que somos identificados com Ele.

Nem saber sobre isso, nem cantar sobre isso, nem falar sobre isso, nem pregar sobre isso, o tornará nosso. Deve ser recebido. Descansando nos fatos da palavra segura de Deus, através de uma fé viva, tomamos o nosso lugar na identificação com Cristo na Cruz, na sepultura e no trono, e reivindicando a todo o momento Sua vida ressuscitada e vitoriosa como nossa, “para pisar todos os poderes do inimigo”, então conheceremos em nossa experiência o abençoado fato da vitória. 

Autor: B. MacCall Barbour
Extraído da revista O Vencedor Junho de 2011 a Setembro de 2011 – www.editorarestauracao.com.br

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